Tô sussa.

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Estávamos novamente no café coffee with milk, eu, Riley, Otis e o Tody. Eles estavam doidos pra saber o que tinha rolado comigo na noite passada, quase não acreditaram quando contei que o Dênis havia falado todas aquelas coisas pra mim e que a gente ia se casar, porém, continuamos  amigos.
- Babado! - exclamou Riley.
- E que babado, dos fortes! - disse Otis.
- Quem diria hein, Bruna! Pelo tempo que te conheço, pensei que nunca ia se casar. - disse Tody.
- Eu também nem acredito. É tipo quando perdi a virgindade, passei uma semana estranha pensando se aquilo mesmo tinha acontecido. - rimos.
- Boa tarde! Já fizeram o pedido? - uma garçonete morena, bonita com o corpo definido perguntou.
- Ainda não! O que vocês vão querer gente? - Tody perguntou.
- Eu quero um milk shake de morango. - Riley pediu.
- Eu também quero, mas de manga. - Tody pediu.
- Eu quero duas porções de batatas fritas com bastante ketchup e um refri. - pedi já com água na boca.
- E você? O que deseja? - ela olhou para o Otis e deu pra sentir aquela química rolando entre os dois.
- Só um suco por favor. - ele respondeu com um sorriso de canto.
- Qual sabor?
- Qual sabor você me sugere?
- Bom, meu suco preferido é de goiaba, não sei se você gosta.
- Claro, é o me preferido também.
- Tá bom, já trago. - ela piscou de um olho e ele sorriu todo bobo.
- É, parece que está mesmo rolando um clima aqui hein, pessoal. - falei e todos riram. Não tinha como esconder, todo mundo percebeu.
- Humm. Parece que alguém quer mesmo dar uns pegas na garçonete, né Otis? - Riley bagunçou.
- Deixa de onda vocês, não está rolando nada. - Otis diz tirando a dele de fora.
- Eu apoio totalmente, ela é mó gata. - Tody sorri e Riley da um tapa de leve em seu ombro. - Fica com ciuminho não minha deusa, eu só quero você.
- Ah, acho que vou vomitar. - digo brincando.
- Olha a Bruna com inveja. Relaxa gata, o Dênis vai voltar. - Riley rir e eu dou língua pra mesma.
Nossos pedidos chegaram alguns minutos depois, a garçonete não parou de encarar o Otis em nenhum instante, desde que entregou os pedidos até irmos embora. Acho que ela tava gamada no boy e com razão; Otis é maravilhoso em todos os aspectos, só meu coração que não entende isso porque só o vejo como amigo mesmo. Uó!
No caminho pra casa, Tody começou a contar umas piadas hiper engraçadas pra descontrair o tempo. Foi quando meu celular tocou, era o Dênis.
- Oi Dênis, já chegou na sua cidade? - pergunto animada.
Eu tinha esquecido de falar, Dênis teve que viajar para Natal - Rio Grande do Norte para transferir a faculdade dele pra cá, ou seja, ele não vai mais embora.
- Sim, acabei de chegar. Como você tá?
- Eu tô bem e você?
- Tô ótimo! E o bebê?
- Ele está muito bem. Me causando um pouco de enjôo, mas é normal.
- Ah sim, tá bom então. Te ligo mais tarde, vou pra casa agora e descansar um pouco.
- Claro, vai lá descansar. A gente se fala depois. Beijos!
- Beijos, mana.
Encerrou a ligação.
Cara, parece que o tempo voou naquele dia, mal cheguei em casa e já era 18:30. Tomei um banho, lavei meu cabelo, me vesti e já era 19:05.
Que porra que tá acontecendo? Eu hein! Desci as escadas tranquilamente e fui pra cozinha comer alguma coisa, já estava faminta de novo.
- Filha? - Ouço meu pai me chamando da sala.
- Oi pai! - pego um pedaço de torta na geladeira e vou até o mesmo.
- Já resolvi aquele problema pra você, fui na casa desses Johnson essa tarde e conversei com os pais da garota. Ela vai te deixar em paz, pelo menos nesse período da gravidez.
- O que? Como assim só no período da gravidez? O senhor devia era mandar todo mundo tomar no... - ele me interrompe.
- Olha as boas maneiras.
- Desculpa pai, é que eu não aguento mais essa Lisa no meu pé.
- Eu sei minha filha, assim como você, eu também não gostei nada daquela cara de capivara dela. - ele piscou e eu gargalhei. 
- Ta bom pai, muito obrigada. - digo dando um beijo em sua bochecha e subo de volta para o meu quarto.
Não tinha nada pra fazer, fiquei mexendo um pouco nas redes sociais e terminei de comer o resto da torta que tinha na geladeira. Adormeci!

🌸🌸🌸

Quarta - feira, nada de emagrecer, faltei aula.
Faltava apenas três dias pro tal baile e eu ainda não estava cabendo naquele vestido que a Riley trouxe. O que eu ia fazer? Eu não podia faltar no baile logo agora que me comprometi com o Ricardinho. Droga! A Riley disse pra me não me preocupar e o que eu estou fazendo? Me preocupando.
Vou dá uma ligada pra ela.
- Alô, Riley?
- Oi miga!
- O vestido ainda não cabe de jeito nenhum.
- E o que você quer que eu faça? Eu não trabalho com estética.
- Riley você disse que não era pra me preocupar com nada, porque você ia resolver tudo.
- É, mas isso foi antes de você aceitar ir ao baile com o Ricardinho. Agora você tem um motivo pra ir mesmo que não queira.
- Aaai, sua vacaaa! Vai me deixar na mão mesmo?
- Bruna, eu não mandei você comer tanto.
- Eu tô grávida cacete, eu preciso comer.
- Miga você precisa comer o que cabe num prato e não o que cabe num container.
- Eu te odeio sabia?
- Será mesmo? - ela pergunta desconfiada.
- Aff, tchau!
Desligo o celular, dou um grito de leve e saio do meu quarto furiosa atrás da minha mãe.
- Mãe? Mãe? - abro a porta do quarto dela e me deparo com a mesma lendo um livro sabe lá o título.
- O que é, o que é? - ela me responde meio com arrogância.
- Eu preciso de uma ajuda sua, eu quero ir pro baile de formatura e não tenho um vestido decente pra usar.
- E o vestido que a Riley trouxe?
- Eu tô gorda, ele não cabe em mim. - choraminguei e sentei na cama.
- Ai Bruna, sinceramente, vou parar de comprar as goluseimas pra você naquele café. Isso que tá te fazendo inchar feito um balão.
- Não mãe, as goluseimas não. Elas precisam de mim, eu preciso delas, seu neto precisa delas. - implorei.
- Rum! Vamos ver o que eu tenho aqui! - a mesma diz e abre seu armário cheio de vestidos lindos e caros.
- Mãe? Você pode me explicar porque raios seu armário é cheio de roupa linda e eu só tenho trapo no meu? - perguntei e fechei minha cara.
- Eu dei um monte de roupas pra você no natal passado, não tem cuidado, não é culpa minha.
- No natal passado querida, roupa não dura tanto tempo assim. - ela pensa bem que eu uso relíquias.
- Dura sim senhora, essas aqui são de 2013 e ainda estão intactas. Pega, vê se esse aqui da nesse seu corpo gordo. - ela me entrega o vestido e eu o visto rapidamente olhando pro espelho.
- Caramba! - exclamo não acreditando no que estou vendo. - É lindo demais. - digo admirada ao ver aquele vestido preto com um decote na frente e todo rodadinho.
- É lindo, é lindo sim. Mas cadê a bunda minha filha? Esse vestido só presta pra gente com bunda, não tem bunda compra um bundex. - a sinceridade grita alto.
- Mas é claro que eu tenho bunda, não sou deficiente.
- Olha como você fala comigo, garota. Mas um corte, não vai pra baile nenhum. - disse dona Lucrécia séria e eu rio com gosto.
- Tem nem uma palhaça aqui não, tira logo esse vestido que só vai usar na noite da festa.
- Ta ok senhora. - falei e tirei o vestido depressa.
- Senhora é a sua avó, aqui é senhorita.
- Ué, mas você não vive dizendo pra eu te chamar de senhora? - indago confusa.
- Tô nem aí, sai do meu quarto. - a mesma me expulsa e eu começo a rir da mãe que tenho. Eu hein!
Tarde chata, vou assistir um filme.
Nada melhor do que ficar em casa praticamente sozinha, toda relaxada e pronta pra assistir um belo filme de terror.
- A seguir, "invocação do mal". - o cara da tv fala e eu tomo mais um gole do meu suco.
- Nananan. Nada de filmes de terror pelo resto dos meses. - dona Lucrécia surge sabe Deus da onde desligando a tv.
- Eeei, por que eu não posso assistir?
- Simples querida, você não pode levar sustos, isso faz muito mal pra gravidez.
- E o que adianta você me poupar de assistir filmes de terror, se você não se poupa de me dar sustos?  - olho pra maluca em minha frente.
- Quando foi que eu te assustei?
- Sempre quando você me vê distraída e surge do além falando comigo.
- Isso não vai mais se repetir, eu prometo.
- Aéh? E o que eu vou ficar fazendo agora? Não tem nada pra fazer.
- Tem sim, levanta essa bunda daí e vamos no shopping fazer compras.
- Oh, jura?
- Sim, te espero lá em baixo em dez minutos.
- Beleza, já tô indo.
O que será que deu não cabeça dessa mulher? Seja lá o que for, tomara que dê sempre e sempre.
Como eu já havia tomado banho, só peguei uma roupa qualquer no armário, coloquei o moleton porque estava fazendo um frio do cacete lá fora e desci encontrando minha mãe perto da porta me esperando.
- Vamos! - digo e saímos em direção o carro.
Já no shopping, colocando o carro no estacionamento.
- O que vamos comprar, afinal?
- Roupas! Pra você não ficar se queixando que só tem trapo no seu armário.
- Eba! Te amo xuxu! - digo e dou um abraço na minha véia.
- Também te amo querida. Vamos dá logo uma passada nas lojas Riachuelo e Marisa, tem muitas roupas legais lá. Assinto e seguro em sua mão seguindo em direção às lojas.
Foi uma tarde muito divertida tentando comprar roupas confortáveis pra mim, o que foi meio difícil de encontrar. A maioria das lojas que entramos, só encontramos mais roupas pro meu corpo de antes do que pro atual. Aff! Imagina quando eu chegasse nos seis meses de gravidez, não iria nem existir roupa pro meu tamanho. Eu que não ia querer passar o dia de vestido de grávida e ainda ter que sair na rua com aquilo. Me poupe!
Assim que compramos tudo que estava em mente, até mesmo o bundex, (minha mãe fez questão de comprar), fomos diretamente pra praça de alimentação.

🌸🌸🌸

Sentamos, colocamos as mil sacolas no chão e pedimos dois hambúrgueres com dois refrigerantes. Ficar andando por aí procurando roupas, bundex e blá blá me deixou mega faminta. Nunca mais boto meus pés no shopping se for pra vim comprar roupa de grávida e ficar entrando em várias lojas procurando as roupas ideias.
Comi feito uma loba esfomeada, ajudei a pegar as sacolas de volta e fomos pro estacionamento pegar o carro. Mal podia esperar pra chegar em casa, largar tudo no meu quarto e dá uma bela descansada. Ainda bem que faltei aula hoje, se não seria bem mais cansativo, já que aquele prédio me deixa só com 50% de energia quando saio de lá.
Uffa! Cheguei!
Desci do carro rapidamente, peguei algumas sacolas e corri pro banheiro me aliviar. Aproveitei pra tomar um banho, pus o meu pijama de Pernalonga (sim, tenho uma coleção de pijamas dos looney tunes), falei com o Dênis que perguntou como eu estava e acabei pegando no sono minutos depois.
Que chegue logo o dia dessa formatura, amém!

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora