Dênis, você vai ser papai

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- Bruna, agora que me veio na cabeça, quem é o pai? - dona Lucrécia aparece misteriosamente abrindo a porta me dando um puto susto.
PQP, retiro minhas palavras de benção. Tô frita!
E assim começou a porra da tremedeira, coração na mão e a garganta seca. Agora lascou!
- Pai? Que pai? - perguntei me fazendo de desentendida.
- O pai do bebê! Ou você acha que eu vou acreditar que você fez ele com dedo? - dona Lucrécia soltou um olhar desconfiado e sentou na beira da cama.
PTM, PENSA RÁPIDO.
- É, o pai do bebê? Hum..., é! - gaguejei tentando dar uma enrolada.
- Sim, o pai! - ela disse me olhando.
Fiquei calada engolindo seco.
- Espera, não me diz que é aquele cara lindo que vi no seu quarto outro dia? - a mesma perguntou com um sorrisinho de canto.
- Quem? O Otis? - perguntei por impulso lembrando que o único cara que havia levado pro meu quarto era de fato, Otis!
- Humm, então o nome dele é Otis? - ela me olhou "safadamente".
- NÃO! - gritei! - Quer dizer, SIM! É ele mesmo. - balancei minha cabeça forçando um sorriso.
- Nossa! Você acertou e bem minha filha. Aquele cara é capaz de deixar qualquer xoxota pegar fogo. Ui! - dona Lucrécia falou eroticamente e se levantou fazendo alguma dança muito louca e erótica.
Ai Meu Deus! Essa não é a minha mãe!
- Como você viu que tinha um cara no meu quarto? - perguntei surpresa.
- A sua porta estava semi aberta. E eu vi vocês dois conversando deitados na cama quando passei pra tomar água.
- Ooouh!
- Pois é filha! Eu tô tão feliz que você tá grávida dele. Com certeza meu neto ou minha neta vai nascer com a cara da beleza. Eu já até imagino. - ela sorriu pro nada imaginando a cena.
- Então mãe, agora que você já sabe quem é o pai. Por favor me dê licença que eu tenho que dormir... - falei dispensando a doida se não ia passar a noite falando.
- Claro, claro filha. Eu entendo, você precisa descansar pro bem do bebê. Mas saiba logo que eu quero conhecer meu genro o mais rápido possível hein? - disse dona Lucrécia me dando um beijo de boa noite e saindo fora.
- Boa noite mãe! - ela fechou a porta.
Rapidamente peguei meu celular e liguei pra Riley.
Minutos depois.
- O QUE? Como assim você contou pra sua mãe que o Otis é o pai do seu bebê? Você ficou louca? - Riley gritava comigo pelo celular.
- Eu não tive escolhas, eu não podia contar pra ela que o verdadeiro pai é o Dênis.
- Custava você inventar uma mentira? Sei lá, falava do verdadeiro pai e mentia sobre a sexualidade dele?
- Riley, presta atenção! Se eu contasse pra ela sobre o Dênis, ela ia atrás de saber tudo sobre ele, entendeu? E se ela descobrisse que ele é gay, ela ia querer saber como foi pra me transar. E se eu contasse como foi e aonde foi que pimbei com ele, eu ia levar um tapa tão grande no pé do ouvido que até a quinta geração da minha família ia nascer surda. - falei com firmeza.
- Era só você ter falado que ele teve uma recaída oras. - deu de ombros.
- Minha mãe pode ser doida mas não é burra, ela não ia acreditar nisso.
- Cara, isso vai dá merda. Tô te falando!
- Ai Riley, você precisa me ajudar. - falei mega nervosa comendo até os cabelos.
- Só mantenha calma, tá legal? Vamos dar um jeito nisso. Amanhã mesmo vamos falar com o Otis e ver o que ele acha dessa sua mentira.
- Tá bom, a gente fala com ele amanhã.
- Com ele e com o Dênis também.
- PTM. Tá bom, eu falo.
- Ok! Agora procura descansar, te vejo amanhã, beijos.
- Tá, beijos. - não adianta fugir.
Ligação encerrada.
E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou.
E agora, José? A Bruna engravidou, o pai era gay, a mãe era louca e a chance da grávida sobreviver era pouca. E agora, José?
Para miga! José já tá com a vida ganha, tu só tá perdendo teu tempo.
AFF!

🌸🌸🌸

Trim, trim! É hora de acordar! São seis horas e vinte e cinco minutos. Acorda porra!
Meu novo despertador tocou, adorei o jeito como essa mulher fala. É bem legal.
- Vamos lá viver mais um dia de azar. - falei me levantando da cama e indo em direção banheiro.
- Bom dia, bom dia. Cadê a grávida mais linda que tem o namorado mais lindo? - minha mãe entrou no quarto estranhamente sorrindo e com uma bandeja na mão. Era meu café!
- Dá pra você não fazer tanto barulho? Obrigada! - falei incomodada.
- Opa, desculpa querida. É que eu acordei muito feliz hoje, ainda não acredito que vou ser avó. - ela sorriu e deixou meu café sobre a cama. - Aqui está seu café, do jeito que você gosta.
- E qual é o jeito que eu gosto? - perguntei pra ver se ela me conhecia mesmo.
- Duas panquecas com geleia, duas fatias de pão com nutella, uma xícara de nescau gelado, um suco de graviola, ovos com bacon e de sobremesa sorvete de granola.
- Uau! Você acertou em cheio, hein? - me admirei ao ver tudo que eu gosto naquela bandeja. - Espera! Por acaso não foi que preparou não né? - perguntei desconfiada.
- Claro que não filha! Eu sei que você  não gosta da minha comida, então eu comprei no café aqui perto de casa.
- Ah sim! Ainda bem! - suspirei aliviada.
Dona Lucrécia ficou parada ao lado da cama sorrindo sem parar. Aquilo já estava me deixando assustada.
- Tá mãe, agora você já pode sair. - falei acompanhando a mesma até a porta.
- Eu não posso ficar só mais um pouquinho? - ela implorou.
- Não, tchauzinho! - acenei e fechei a porta depressa.
Uffa!
Me aprontei, comi feito uma loba faminta, peguei a mochila e saí. Estava completamente atrasada pra escola, a razão disso? Meus pais! Me deram muitas recomendações de como me proteger das pessoas e não perder o bebê na rua. Eles são loucos!
Na escola.
- E aí? Como você tá? - perguntou Riley andando comigo no corredor.
- Tirando a parte que meus pais estão mega loucos por causa do primeiro neto, está ótimo. E você?
- Eu tô bem! Eu tô super bem! - ela me olhou sorrindo.
- Tem caroço nesse angu. - perguntei desconfiada.
- Adivinha?! - fez mistério.
- O que?
- Eu vou sair com o Tody hoje.
- Sério?
- Sim, ele me chamou pra ir no cinema.
- Uau! Riley Mcpherson finalmente vai desencalhar, palmas pra ela. - bati palmas de leve.
- É, mas não vamos cantar vitória agora, a gente ainda tá no início.
- Início? Já faz um mês que a festa rolou e vocês se pegaram e ainda tá no início? - perguntei incrédula.
- Você me conhece. Eu preciso conhecer o cara bem.
- Hum!
- Ok, chega de falar de mim. Tá preparada pra falar com Otis?
- Na verdade não. Mas foda se! - dei de ombros.
- Tá, vamos lá.
- Vamo.
Otis estava sentado em umas das cadeiras da cantina, estava distraído e mexendo no celular. Era a hora perfeita pra falar com ele.
- Otis, precisamos falar com você. Quer dizer, a Bruna precisa falar com você. - disse Riley.
- O que foi? Aconteceu alguma coisa? - Otis me olhou confuso.
- Sim, aconteceu. Fala Bruna. - Riley me olhou.
Engoli o seco, segurei firmes minhas mãos e soltei a bomba.
- Eu falei pra minha mãe que você é o pai do meu bebê. - falei rápido e esperei sua reação.
- Por que você fez isso? - ele se levantou confuso.
- Eu não podia dizer pra ela que o Dênis era o pai. Foi mais simples dizer que você é o pai, já ela te viu no meu quarto naquela noite.
- Espera aí, ela nos viu? - o mesmo arregalou os olhos.
- Sim, e eu aproveitei a oportunidade porque ela se encantou contigo antes mesmo de eu contar quem era o pai.
- Humm! - ele olhou pro nada e coçou o queixo.
- Então, o que você tem a dizer? - Indagou Riley.
- Isso definitivamente não está certo, você tem que contar pro Dênis a verdade. - disse Otis.
- É Bruna! Só assim iremos ver o que podemos fazer. - Riley concordou.
- Ta legal gente, eu vou falar com ele. - suspirei. - Otis, você sabe por que ele não veio pra escola hoje? - perguntei estranhando muito sua ausência.
- Ele deve tá organizando seus documentos pra faculdade.
- Mas já? - perguntei surpresa.
- Já! Afinal, só falta duas semanas pra acabar as aulas. - ele falou e eu lembrei que havia totalmente esquecido do término das aulas.
- E ainda tem a formatura. - Riley me lembrou de mais uma preocupação na minha vida.
- Droga! Eu havia esquecido totalmente disso.
- Pois é! Mas voltando ao assunto, Dênis vai está em casa a tarde todinha hoje. Você devia ir lá com ele. - disse Otis.
- Claro! Riley você vem comigo?
- Não vai dar amiga, tenho encontro marcado com Tody, esqueceu? E isso é um assunto particular que deve ser resolvido só entre vocês dois.
- Você vem comigo Otis? - perguntei com esperanças.
- Qual parte do particular você não entendeu? - que fdm!
- Aaah! Eu odeio vocês! - abaixei a cabeça tristonha.
Eu não tava preparada pra resolver minha vida sozinha. Buuuá!
Depois que bateu o sinal pra saída, pedi pro Otis me dar uma carona até a casa do Dênis. Era bom lavar os pratos de uma vez e deixar tudo limpo nessa história.

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora