Otis nem é tudo que eu pensava

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- Bruna? - gritou Otis saindo do carro e vindo até à mim.
- Otis! - levantei indo em direção à ele e lhe dando um abraço forte.
- O que houve? Por que você está chorando? - perguntou enxugando minhas lágrimas com os dedos.
- Deu tudo errado Otis, tudo errado. - continuei o abraçando forte.
- Vem, deixa eu te tirar daqui. - ele me pegou pela mão e me levou até o carro.
Sentei e fiquei calada por alguns segundos soltando uns gemidos.
- Calma, eu vou te levar pra casa. - ele passou suas mãos pelas minhas costas.
- Eu não quero ir pra casa. - falei baixo olhando pra janela.
- Pra onde você quer ir?
- Pra qualquer lugar! Só me tira daqui tá? - olhei pra ele tristonha.
- Tá legal. Já sei pra onde vamos! - ele deu partida e seguimos.
Otis estava me levando para um caminho totalmente desconhecido por mim, havia muitas árvores e a estrada estava vazia. O clima ali dentro do carro estava meio tenso, ninguém mais falou nada, apenas ficamos ouvindo uma música romântica no rádio. (O que fez piorar cada vez mais minha situação.)
Então achei melhor não perguntar pra onde estávamos indo, deixei rolar.
Naquele instante nem eu mesma me reconhecia, eu não era mais aquela Bruna de antes; fria, segura de si... Eu havia mudado completamente e nem tava percebendo. Agora eu era só mais uma Bruna apaixonada, iludida, idiota e chorona! Ah, eu quero morrer! Buuuuuá! Mil Buaaaaás!
- Chegamos! - Otis falou e voltei pra realidade.
Estava viajando tanto em meus pensamentos que nem sequer parei pra observar o lugar incrível pra onde ele tinha me levado. Saí do carro imediatamente olhando tudo com admiração e fazendo meus lábios soltarem um UAU!
- Onde estamos? - perguntei admirada.
- Bruna, seja bem vinda ao meu lugar favorito do mundo. - disse Otis sorrindo e me fazendo sorrir junto.
Gente! Vocês tinham que ver o bosque maravilhoso onde eu estava; ele era cheio de flores, tinha alguns bancos de madeiras com detalhes de corações e um riacho esplêndido que passava no meio.
- Que lindo! - exclamei sentindo minhas lágrimas secarem.
- Vem, vamos sentar. - ele pegou em minha mão e fomos em direção ao banco.
- Como você descobriu esse lugar? - perguntei ainda admirada.
- Meus pais se conheceram aqui!
- A peituda? - soltei sem querer.
- Ham? - perguntou confuso.
- Ah, seus pais se conheceram aqui? Como? - tentei mudar de assunto.
- Aqui era um lugar público quando havia uma cidadezinha aqui perto, todos os dias algumas pessoas vinham pra cá passar o tempo. E foi assim.
- Humm. Entendi.
- Mas enfim, Bruna! Quer me contar o que aconteceu? Por que você saiu do prédio daquele jeito? - me olhou com atenção.
- Eu sou uma idiota, Otis! Simples assim! - choraminguei e deitei minha cabeça em seu ombro.
- Não, você não é idiota! O que houve? - acariciou meus cabelos.
- Eu cheguei lá e quase ele não me deu bola, disse que nada mais fazia importância pra ele nessa cidade e que ia embora nesse final de semana.
- E quando você contou sobre o bebê?
- Ele simplesmente negou a paternidade. Disse que tinha uma carreira pela frente, um sonho pra realizar e nunca tinha planejado ser pai.
- Nossa! - Otis exclamou surpreso.
- Mas sabe?... Ele não tem culpa! Definitivamente ele não tem culpa. Eu sabia que o Dênis era gay o tempo todo e mesmo assim eu continuei com meu plano idiota. Eu sou uma idiota. - comecei a chorar de novo.
- Não chora, Bru! Eu também entendo sua parte. Quando a gente ama, a gente é capaz de fazer qualquer só pra ficar com aquela pessoa. - ele tentou me compreender.
- Eu sei! E sabe o que mais me dói? - perguntei enxugando as lágrimas.
- O que? - indagou curioso.
- Saber que o único cara que eu já amei na vida, nunca vai corresponder.
Ele ficou em silêncio.
- E saber que meu filho ou filha de fato, vai crescer sem um pai. - respirei fundo.
- NÃO! - Otis me interrompeu.
- Não o que? - indaguei confusa.
- Bruna, eu sei que você não gosta tanto de mim assim como eu gosto de você. Porém, eu tô disposto a cuidar do seu filho como se fosse meu. - ele falou olhando diretamente em meus olhos.
Olhei pra ele super, hiper, mega confusa.
- Como assim? - eu não tava raciocinando direito.
- Eu assumo a paternidade. - pegou em minha mão e continuou olhando em meus olhos.
- Você faria isso por mim?
- Bruna, você pode achar que eu sou um mané. E realmente, eu sou, mas não dá maneira que você pensa. Eu tô disposto à me comprometer com você.
Cara, choquei!
Bruna? Ele quer te ajudar, aceita besta. Eu não podia, eu tinha que negar.
- Não Otis, você não pode. Você não pode estragar sua vida por minha causa. Você também tem uma carreira pra seguir, acabou de passar em administração . - gaguejei um pouco.
- Eu tenho todo tempo do mundo pra estudar, mas o que importa agora é você... E o bebê! - ele sorriu passando sua mão pela minha barriga. Quase tive um treco!
EU TÔ CHOCADA!

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora