Minha mãe é louca.

2.4K 163 10
                                    

Vocês nem vão acreditar em quem minha mãe havia convidado para conhecer um pouco da família "trio Penderghast". Sério, nem eu acreditei, quase tive um treco quando abri aquela porta e me deparei com ela. Sim, era ela, a peituda, a MÃE DO OTIS!
- Boa noite querida que está atrasada há vinte e cinco minutos. - disse dona Lucrécia em um tom irônico.
- É... Boa noite mãe. - fechei a porta forçando um sorriso.
Elas ficaram me olhando esperando uma desculpa.
- Então mocinha, tem alguma coisa à dizer em sua defesa? - mamãe me olhou séria.
Congelei, não sabia o que falar, ainda mais com aquela mulher ali, me olhando.
- Palmeiras não tem mundial! - falei a primeira coisa que me veio a cabeça.
Esse é um assunto bem comentado até então, nem sei porque falei aquilo.
Se bem que minha mãe é corinthiana, então foi algo inteligente.
- Ok, desculpas aceitas. Agora quero que conheça minha mais nova amiga e mãe do Otis, Myrlene.
- Espera, eu conheço você. - a peituda me olhou sorrindo. - Você é aquela garota que foi lá em casa atrás do Otis outro dia.
Nossa, já faz um mês isso, como ainda se lembra?
- É, sou eu mesma. - sorri sem graça.
- Muito prazer, Bruna. - ela estendeu sua mão.
- O prazer é todo meu. - ainda sem graça, comprimentei. - Mãe será que eu posso falar com você um instante à sós na cozinha? - cochichei no ouvido de dona Lucrécia.
- Falar sobre o que? - a mesma cochichou e sorriu para a peituda que estava nos olhando estranho.
- É particular, vamos. - peguei em seu braço.
- Só um instantinho amiga. Vou pegar uns biscoitinhos pra gente. - dona Lucrécia falou e saiu comigo em direção a cozinha.
Segundos depois.
- O que a mãe do Otis está fazendo aqui? E como você descobriu o paradeiro dela? - perguntei falando um pouco alto.
- Ué, descobrindo oras. Pra quê serve facebook?
- Facebook é uma rede social pra compartilhar algumas coisas sobre você com seus amigos.
- E... bisbilhotar a vida dos outros dando uma de detetive. - ela deu uma piscadinha de um olho e pegou os biscoitos no forno.
- Você contou pra ela sobre a gravidez? - indaguei suspirando.
- Não! E nem vou!
- Ainda bem. - uffa!
- Mas você vai contar.
- Como é? - franzi o cenho.
- Estou pensando em fazer um jantar pra anunciar a chegada do filho de vocês.
- Jantar? Você ficou maluca?
- Sim querida, um jantar. E aí sim você e o Otis vão contar pra mãe dele e pra família também. Sem falar no noivado. - ela pegou a bandeja com os biscoitos e saiu da cozinha.
- Noivado? - indaguei boquiaberta.
Eu vou casar com o Otis?
Não que não seja legal ter um cara como ele sendo marido, mas... Sei lá, casar? Eu sou muito nova pra isso, pra me comprometer assim, pra vida toda, "digamos".
A única coisa que eu aceitei me comprometer com ele foi o fato de ele querer assumir a paternidade do meu bebê e cuidar como se fosse dele. Fora isso, nada mais.
"Ai nossa senhora do perpétuo socorro de Jesus. O que eu faço?"
- Brunaaa? - ouvi a voz de dona Lucrécia me chamando.
Égua, eu não quero conhecer ninguém.
- Diga, mãe. - falei com a cara meio emburrada.
- Senta aí, vamos conversar. A Myrlene quer saber um pouco sobre você. - ela sorriu.
- Tipo o que? - sentei na poltrona.
- Sei lá, quantos anos você tem, seu nome completo, que série faz, com quem gosta de sair... - essa Myrlene perguntou.
- Vem cá, por acaso você é da polícia? - perguntei ironicamente.
- BRUNA! - dona Lucrécia gritou chamando atenção.
- Sério, você não quer saber meu tipo sanguíneo também não? - ironizei.
- Bom, se você quiser falar. - a mesma falou sem graça.
- Com licença senhoras, a conversa tá boa, mas eu não estou aberta à interrogatório. - falei forçando um sorriso e me levantando indo pro meu quarto.
- Me desculpe, minha filha anda tendo uns distúrbios repentino, nada demais. - ouvi dona Lucrécia se desculpando por mim.
Eu sei, tô numa baita encrenca. Agora vamos esperar a bronca rolar depois que a peituda sair.
- Não fui com a cara dela. - fiz cara de nojo.

🌸🌸🌸

- Agora você vai me explicar porque foi tão mal educada lá em baixo. - dona Lucrécia entrou no meu quarto e bateu a porta com força.
- Porque ela não tava aqui no meu quarto pra eu ser mal educada aqui em cima. - falei serrando as unhas.
- Engraçadinha. Saiba que você tá muito encrencada mocinha.
Eu já sabia.
- Anham, manda o castigo. - continuei serrando as unhas.
- Vai ficar sem jantar por uma semana.
- Mas eu preciso comer, eu tô grávida.
- Droga, você tem razão. Então não vai sair de casa pra sempre.
- Eu preciso sair, eu tô grávida, preciso ir nas consultas de pré natal.
- Merda, é verdade. Você não vai... - eu a interrompi.
- Mãe? Eu tô grávida. - olhei pra ela e soltei um sorrisinho escondido.
- AI! Não tem como te dar castigo nesse estado. - a mesma cruzou os braços e bateu um pé só no chão com frequência.
Ficamos caladas nos entre olhando.
- Isso ainda não acabou mocinha. Eu vou pensar com calma no seu castigo e volto com a sentença amanhã. Me aguarde! - ela falou e saiu do quarto batendo forte a porta mais uma vez.
MANO, EU ADOREI ESTÁ GRÁVIDA!
- Bebê, valeu pela ajuda, fico de devendo uma. - falei sorrindo e acariciei minha barriga.
Dormi!
Amanheceu! Era quarta, mais um dia de aula.
Acordei com uma vontade enorme de fazer xixi, já era a décima terceira vez que eu acordava espantada e ia correndo pro banheiro me aliviar.
Estava meio aborrecida por isso, já não aguentava mais fazer xixi toda hora, porém, o aborrecimento passou em um piscar de olho quando saí do banheiro e me deparei com outra bandeja linda cheia de gostosuras em cima da cama.
Uau! Mesmo brava comigo, dona Lucrécia ainda veio e satisfez meus desejos de grávida pela manhã.
Tô falando que eu adorei está grávida.
Já na escola.
- Noivado? Sério? - Riley indagou rindo.
Estávamos pegando nossas coisas no armário.
- Sim, vê se pode uma coisa dessa.
- Já contou pro Otis a leseira?
- Não mana, pelo amorde! O menino já vai fazer o favor de ser o pai do meu filho, agora obrigar a casar comigo já é uó, né?
- Eu caso! - Otis apareceu do nada atrás da porta do meu armário nos dando "o susto".
- Otis, desde quando você ta aí? - perguntou Riley.
- Acabei de chegar. - ele respondeu.
- E você ouviu nossa conversa? - perguntei meio desconfiada.
- Só o final. Agora eu tô interessado em saber o começo. - o mesmo sorriu de canto.
Olhei pra Riley pra ver se ela me dava uma luz. Eu contava ou não contava?
Fala Bru, fala logo.
- É que... minha mãe quer casar a gente.
- Sério? Desde quando?
- Desde ontem à noite, quando sua mãe esteve lá em casa.
- A minha mãe? E como ela soube da minha mãe? - Otis perguntou confuso.
- Ela achou no facebook, minha mãe é tipo um detetive quando quer descobrir algo.
- Saquei.
- Enfim, sobre essa história de casar... - ele me interrompeu.
- Eu entendo sua parte de não querer casar, fica tranquila.
- Obrigada. - agradeci.
- Agora vamos pra aula gente, o sinal já vai tocar. - disse Riley.
E seguimos tranquilamente pra mais um dia na sala de horror. Graças a Deus essa merda já tá acabando, graças senhor! Não vejo a hora de chegar logo as férias e não precisar acordar cedo.
Sentamos no fundão.
Não tinha quase ninguém na sala, acho que o pessoal já se deu férias e se mandou. Que alunos preguiçosos!
Nossa, como se você fosse muito disposta a fazer alguma coisa né, Bruna? Eu me amo!
- Gente? Vocês já viram o resultado do vestibular que fizemos? - perguntou Riley.
- Eu já. Até contei pra Bruna. - disse Otis.
- É, ele passou em administração.
- Jura? Que ótimo! E você Bruna, já viu o seu? - disse Riley sorrindo.
- Ainda não. Eu esqueci.
- Então vamos resolver isso. Aproveito e vejo o meu também. - a mesma pegou seu celular e entrou no site.
- Qual curso você se inscreveu mesmo?
- Gastronomia.
- Espera, deixa eu dá uma olhadinha. - continuou mexendo em celular.
- PARA TUDO! - Riley me olhou abrindo seu sorriso.
- O que foi? - Otis e eu perguntamos juntos.
- Você passou. Parabéns amiga! - ela me abraçou.
- Sério? Sério mesmo? - perguntei surpresa.
- Sim! - a mesma confirmou
- Parabéns Bru! - Otis também me abraçou.
- Agora deixa eu ver o meu. - Riley pegou seu celular novamente.
- Pra quê você se inscreveu?
- Economia.
- Ótimo curso! - disse Otis.
- Apareceu uma listinha aqui; Raissa, Rafael, Ramon, Raquel, Rebecca, Renilda, Ripenilda...
- Ripenilda? - Otis e eu falamos juntos interrompendo.
- É, que nome esquisito né? - Riley riu com a gente.
- Que nome idiota, isso sim. - falei.
- Deixa eu continuar... Espera, meu nome não tá nessa lista.
- Vê direito aí.
- Ah, tem duas listas; Ramissa, Raynara, Renan, Renata, Rita, Riler, Riley... Riley! Tá aqui. Eu passei. - ela levantou e começou a pular de alegria.
- Que ótimo! Parabéns. - falei e à abracei.
- Parabéns pra vocês duas. Vocês merecem. - Otis falou todo orgulhoso.
- Obrigada Otis. Pra você também! - disse Riley o cumprimentando.
- Isso merece uma comemoração.
- Merece mesmo. - a mesma concordou.
- Então vamos no café que tem aqui perto. - Otis sugeriu.
- No Coffee with milk? - perguntei sentindo minha barriga vibrar de fome e desejo.
- Esse mesmo.
- Então saindo daqui. Partiu! - disse Riley batendo palmas devagar.
- Partiu!
Ah, que felicidade! Que felicidade em saber que eu passei pra gastronomia. Uma área que com certeza vou me dar super bem e lógico, comer bem.

🌸🌸🌸

Estávamos no coffee with milk, meu café preferido de toda cidade, fazia bastante tempo que eu não vinha por aqui. Acho que foi por isso que nunca falei sobre ele, mas enfim, agora já sabem.
- Um brinde para os futuros universitários. - disse Otis levantando o copo para cima.
- Tim, tim! - falamos todos juntos e brindamos.
- Caramba, esse x - linguiça está uma delícia! - Riley falou se entupindo de sanduíche.
-E esses waffles aqui... Nossa, divinos! - Otis também estava se entupindo.
- E essas goluseimas aqui; batata frita com molho de churrasco, enroladinho de salsicha, x - bacon e essas cebolas fritas ao molho estão incríveis.
Ah, como eu amo COMER!
E assim foi nossa tarde até umas 14h, sim gente, nós comemos pra burro nesse tempo todo desde que saímos da escola. Enfim, fui pra casa, cheinha da silva.
Ao chegar lá.
- Eu sei Marcony, mas eu quero um buffet simples, ainda não é o casamento. - ouvir dona Lucrécia falando no celular, ela estava na sala. - Já entendi Marcony, os doces também são incluídos, correto?... Ok, então tá tudo certo, nos vemos na sexta. - ela desligou o celular e olhou pra mim.
- Querida! Que bom que chegou! - ela veio andando em minha direção.
- Sobre o que você tava falando no celular e quem é esse tal de Marcony? - olhei pra ela desconfiada.
- Ah, o Marcony é um amigo meu, dono de um buffet.
- Buffet? Pra quê você quer um buffer?
- Pra sua festa de noivado bobinha, quer dizer, apenas uma comemoração. Já estou resolvendo tudo. - a mesma falou e saiu indo pro seu quarto.
- Noivado? Você ficou louca ou anda cheirando pó? - falei indo atrás da doida.
- Olha como você fala comigo. Eu só estou querendo ajudar.
- Mãe, eu não vou noivar com ninguém, pode tirar essa ideia maluca da sua cabeça.
- Vai sim, porque eu não quero minha filha grávida sem o pai da criança do lado dela, ainda mais quando ele é um gato.
- Eu já falei com o Otis, ele também não está de acordo. - ela parou de andar e me olhou.
- Isso é só uma técnica dos homens, eles querem dar uma de difícil mas no fundo mesmo eles tão querendo, escuta tua mãe. - ela piscou de um olho e eu parei de segui - la.
- Ai porra, onde está o hospício Green crazy quando se precisa? - suspirei e sentei na escada.
- Se apresse, temos que ver seu vestido, não quero que pensem que não temos grana pra um bom vestido novo.
- Aff! - revirei os olhos.
Eu não quero noivar!

O que será que vai acontecer nessa maluca história hein gente? Será que a Bruna irá noivar mesmo? Bem, acompanhem pra saber, ainda tem muita coisa pra rolar. ❤

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora