A descoberta pt 2

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Depois que a Riley conversou com a mãe dela e explicou a situação, tivemos que ir imediatamente até o consultório da sra: Mcpherson. Ela exigiu que eu fosse fazer o exame com ela para comprovar se o que tava rolando era sério do que fazer esses testes de farmácias que nem sempre são 100℅.
OK, fomos até o consultório.
Minutos se passaram, eu fiz o exame e depois de 1h de espera misturado com os minutos que passei na maca com aquele negócio enfiado dentro de mim, finalmente pude ser liberada pra ir pra casa. O resultado só sairia daqui a duas horas, ou seja, eu tinha exatamente duas horas pra pedir, implorar, me ajoelhar pra tudo quanto é santo, fazer reza, macumba, qualquer coisa que desse pra esse resultado dar negativo.
Já em casa.
Entrei toda me tremendo, morta de ansiedade, nervosismo e com o cu na mão.
- Bruna? - seu Bernardo me chamou da porta da cozinha quando me viu subir as escadas.
Levei um susto.
- Pai? Pelo amor de Deus, não faz eu ter um treco. - tentei agir naturalmente.
- O que houve filha? Você parece que tá pálida. Aconteceu algo? - perguntou preocupado.
- Não é nada pai, eu tenho que fazer o dever. Beijos. - subi rapidamente as escadas antes que ele notasse que algo realmente estava errado.
Entrei no meu quarto, tranquei a porta em 7 chaves e fiquei andando de um lado pro outro pensando na confusão que eu ia causar na família se esse resultado desse positivo e descobrissem que Bruna Penderghast linda, louca e sexy estaria grávida.
Ok, eu vou morrer.
Decidi parar de furar o chão andando pra lá e pra cá e desci as escadas lentamente até a cozinha. Meu pai não estava mais lá, provavelmente foi até a praça da esquina alimentar os pombos e a mamãe Fiona devia está na casa de alguma amiga fofocando sobre a vida dos outros.
Uffa! A ausência dos dois me deixou até mais aliviada. Aleluia!
Entrei na cozinha e de cara senti um cheiro maravilhoso vindo do forno. Parecia biscoitinhos fresquinhos com pedaços de chocolate do jeito que eu gosto. Também, era a única coisa boa que dona Lucrécia sabia fazer há anos. Era um milagre, com certeza!
Fui até lá e peguei os 20 biscoitinhos que estavam ali de bobeira, esperando por mim.
Fui até a geladeira, peguei o chantilly em spray, algumas cerejas e subi pro meu quarto feliz da vida!
Nada melhor pra quem estava com o cu na mão naquele dia.

🌸🌸🌸

Depois que comi todos aqueles biscoitinhos e acabei com todo chantilly em spray. Já tinha até esquecido do que havia ocorrido naquele dia, me sentia completamente satisfeita.
- Ah, como eu amo comer. - falei soltando um arroto e me sentando na cadeira da minha escrivaninha.
De repente, meu celular toca.
- Opa, número diferente. Quem será? - me perguntei atendendo a chamada.
- Olá, quem fala?
-  Boa tarde Bruna! Aqui é a Hanna! - a pessoa do outro lado da linha falou.
- Hanna? A Hanna Montana? - me levantei com alegria. Será que finalmente ela havia me descoberto?
- Não, é a mãe da Riley. - ela respondeu acabando com a minha ilusão.
- Ah, oi sra: Mcpherson. Como vai? - perguntei desfazendo meu sorriso.
- Tudo ótimo, Bruna. A propósito, Já estou com o resultado do exame que você fez.
- Como está indo seu trabalho dona Hanna? Ta indo tudo bem? - tentei mudar de assunto pra evitar ouvir o que ela tinha pra dizer.
- Tá indo muito bem. Você prefere ir buscar na minha casa o resultado hoje à noite ou quer que eu te diga por aqui mesmo? - ela sugeriu.
- Quer saber dona Hanna, eu acho melhor a gente esquecer de vez essa história, queimar esse papel e fingir que não fui aí hoje. Tá bem? Tchaau! - eu já ia desligar, quando ela insistiu continuar falando.
- Bruna, eu sei como você deve está nesse momento... Com medo, aflita e  provavelmente não quer nem saber o resultado desse exame.
(Provavelmente não, eu não quero mesmo. Fiquei calada.)
- Mas você vai ter que ouvir o que eu tenho pra te falar. - ela disse não me dando muitas esperanças.
- Tudo bem dona Hanna, pode dizer. - falei calmamente, decidindo saber logo e acabar com isso.
- Então querida, o resultado do seu exame deu...
Aquele suspense miserável surgiu entre nós.
- Negativo, negativo, negativo. - falei baixo, cruzando os dedos e de olhos fechados.
- Positivo! Parabéns Bruna, você está grávida! - disse dona Hanna com toda naturalidade.
Puta - Que - Pariu! O celular acidentalmente foi escorregando da minha mão e caindo no chão, não me contive, aquilo realmente era impactante. Fiquei imóvel, trêmula, coração acelerado, pressão provavelmente alta, eu havia me fodido e bem.
Agora a única coisa que eu conseguia ver era minha vida inteira se passar como flash diante dos meus olhos até o final dessa história, "descanse em paz Bruna", " você foi uma garota má, tomara que vá pro purgatório ", "eterna Bruna", " não vai deixar saudades".
É isso aí querida, bem vinda a terceira guerra mundial. Aproveite bastante seus últimos dias de vida.
Ah, não! Desmaiei.
Nesse circuito retardado da minha cabeça, antes de ter apagado completamente, ainda consegui ouvir a dona Hanna preocupada chamando por mim no celular. Muito obrigada pelos parabéns sra: Mcpherson, espero que a senhora também dê esses parabéns pra mim no dia do meu velório. Adeus!
Não sei quantas horas depois, Riley me acordando pra realidade.
- Bruna? - Riley me chamou calmamente.
- Bruna? Acorda. - Riley me cutucou.
- Bruna? Pelo amor de Deus, acorda! - Riley gritou comigo enquanto me balançava igual como Shrek fez a Fiona quando se conheceram.
Que garota má!
- Tá, caralha, já acordei! - abri meus olhos sentindo meus braços doerem.
- Ai, graças a Deus! Eu vim correndo pra cá assim que minha mãe ligou pra mim, você tá bem?
- Não, eu tô com fome. - levantei esfomeada.
- Minha mãe me contou sobre o resultado do seu exame.
- Hum, que interessante. - falei descendo as escadas indo em direção a cozinha.
- E como está se sentindo depois de saber que aí dentro está crescendo uma vidinha? - ela perguntou me seguindo.
- Nossa! Eu tô super feliz, morrendo de felicidade, não vejo a hora de comunicar na rádio e postar nas redes sociais. - falei num tom irônico e abri  geladeira pegando um galão de leite.
- Uau! Sério? - ela perguntou surpreendida.
- Claro que não! Como que eu vou ficar feliz depois de saber que vou morrer daqui uns dias. Isso não é brincadeira Riley, EU TÔ GRÁVIDA! - comecei a choramingar me entupindo de leite.
- Deixa de ser besta, teus pais não vão te matar. - ela sentou tentando me acalmar.
- Mas eles vão me deixar num castigo eterno e isso já é morrer. Riley, eu vou morrer. - comecei a chorar.
- Bruna, você se mete em cada uma, sinceramente.
- Eu não tenho culpa. - falei com voz infantil assoando o nariz.
- Ah, e de quem é a culpa? Quem foi que dopou seu amigo homossexual e esqueceu de usar camisinha, quem? - a mesma cruzou os braços me olhando.
- Foi um deslize, não era pra acontecer.
- Pois é, mas aconteceu.
- Buuuuuá - continuei derramando lágrimas e mais lágrimas. - O que eu faço?
- Só mantenha a calma, tá bom? Vamos resolver isso juntas. - Riley me abraçou forte.
- Eu não sei o que eu faria sem você amiga. Tá ligada que eu te amo né? - perguntei tristonha.
- Sim, eu tô ligada. Agora vamos fazer algo divertido pra esquecer um pouco essa situação.
- Tá bem. Vamos.

🌸🌸🌸

Embora a Riley estivesse ali para me distrair, me animar e levantar meu alto astral, no fundo, eu ainda estava morrendo de medo. Aquele frio desgraçado habitava por todo meu corpo me fazendo ficar cada vez mais nervosa. O que eu ia fazer? Como ia contar pros meus pais que eu estava grávida? Como ia explicar que o pai do bebê era gay? E como ia contar pro Dênis que ele ia ser pai?
Ai Jesus! Que furada eu fui me meter. Eu estava tão obcecada em conquistar o amor da minha vida que nem sequer pensei na minha vida. Agora fodeu! Eu tô fodida! 
Se eu não for mandada pra um hospício onde eu já devia estar há muito tempo, vou pro cemitério mais próximo. Um bebê? Como assim, um bebê? Eu não sei cuidar nem de mim mesma, diga lá de um bebê. E os nove meses de gestação? Como vou dormir de bruços depois que a barriga crescer?
E quando a bolsa estourar? Ah, não. Pai amado! Nossa senhora das mães grávidas que não sabem de nada, o parto NÃO! Eu ainda tenho trauma de quando vi minha tia mais nova parindo aquela criatura.
Meu Deus! Chega! Eu não aguento mais.
EU DEFINITIVAMENTE NÃO POSSO TER UM FILHO!

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora