Continuação.

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- O que foi amiga? Por que tá me olhando assim? - perguntou Dênis.
- O que aconteceu com sua voz? - perguntei ainda com os olhos arregalados.
- Na verdade era sobre isso também que eu queria falar com você.
Gente! Eu queria fugir daquela conversa.
- Então... Eu já tô bem atrasada hein. A gente conversa depois. Flw mermão. - comecei a andar em direção ao ônibus.
- Espera Bruna! Por favor, eu preciso conversar com você sobre algumas coisas.
- Eu adoraria ficar por aqui e bater um papo amiguinho. Juro! Mas é que eu tenho que ir.
- Então que tal você passar lá em casa mais tarde?
- Tô sem transporte.
- Eu te busco.
- Vou ficar doente.
- Eu compro remédio.
- Não vai dá. - acenei pra ir embora.
- Eu te faço uma macarronada! - ele gritou.
Que FDP! Tentando me comprar com comida...
ADOOOOOOOOOOOOOREI!
Embora eu não quisesse ter aquela conversa com ele sobre coisas que eu realmente não tô afim de ouvir, não consegui dizer um "não" pra criatura.
Porque você sabe né? Eu amo macarrão, não pude evitar.
- Me pega as 15:30 na minha casa. - falei séria, explodindo de felicidade por dentro.
- Sério? - ele se alegrou.
- Sério. - e entrei no ônibus.
Foi uó o fato de eu ter aceitado ir na casa do Dênis naquela tarde. A Riley bem que deveria ter me impedido ou me internado antes de eu entrar naquele camaro amarelo (eu tô falando que o Dênis é rico), porque além de eu ter me arrependido de ir no apê dele naquele dia, (mentira, não me arrependi) fiquei ainda mais apaixonada do que já estava.
15:25 da tarde, no meu quarto, passando batom.
Só faltava cinco minutos pro Dênis chegar... Eu já estava com fome, sem paciência e ainda passando aquele batom matte miserável que não ficava certo na minha boca. Eu tentava desborrar e ficava ainda mais borrado do que já tava.
Ah, vai tomar no cu! Vou sem batom mesmo. Aliás, pra que passar batom?
Sou linda! Beijos! Papo...
Biiiiiiiiiiiiii, Biiiiiiiiiiiiii.
Pai do céu! O Dênis chegou!
"Espelho, espelho meu. Existe alguem mais linda e arrumada do que eu?"
PQP, trincou o espelho. Vá se danar!
Desci as escadas rapidamente, toda produzida, caminhando em direção a porta. De repente...
- Aonde pensa que vai, mocinha? - dona Lucrécia apareceu do nada me dando um susto.
- MÃE! Caramba, que susto!
- Esperando uma resposta.
- Aonde eu vou?
- Sim.
- Sair!
- Com quem?
- Lembra do Dênis? Pois é, é ele! - tentei abrir a porta.
- Dênis?
- É!
- Espera! Você não vai a lugar nenhum. - ela se jogou na frente rapidamente.
- Como assim? - choquei.
- Você acha mesmo que depois de ter acabado com nosso único transporte, vamos deixar você sair?
- Bom... Eu achei que sim! Aliás eu aceitei comer sua comida nojenta e lavar a louça.
- Isso não é o bastante. Vai já pro seu quarto.
- Mas mãe... - tentei dialogar.
- Vaaaai! - ela fez uma cara de mal, cruzou os braços e ficou batendo o pé direito enquanto olhava eu subindo as escadas.
QUE PUTA RAIVA! Mas se ela acha mesmo que eu vou cancelar meu compromisso com o boy e com a macarronada, tá muito enganada.
Arranjei um jeito simples de enganar os dois pombinhos enquanto ficava fora de casa. Eu só precisava trancar a porta, colocar um música bem deprê e ligar o chuveiro. Essa não falha!
Pulei a janela.
Uau! Tô ficando profissa nisso hein!? Só preciso agora arrumar uma estratégia pra pular o muro lá de casa... Porque não tem uma vez sequer que eu não dê com a minha cara no chão.
Pooooooooooooooooow!
- Bruna? - Dênis gritou preocupado.
- Eu tô bem! - acenei ainda com a cara no chão.

🌸🌸🌸

Meia hora depois, na casa do Dênis.
Enquanto o Dênis fazia não sei o que lá no quarto dele, eu fiquei sentada no sofá imaginando o que será que ele devia está aprontando.
10 minutos se passaram... Nem sinal de Dênis, nem sinal de macarronada.
Já sem paciência, levantei e resolvi ir até lá pra ver o quê que estava acontecendo. De repente...
As luzes se apagam, as janelas se fecham, as portas se trancam e o rádio liga sozinho tocando uma música romântica.
CARALHO! TREMI DE MEDO!
Não sabia se meu coração saía pela boca ou pelo cu, só sei que rolou um suspense que me deixou trêmula e branca pior que o Michel Jackson.
- É você satanás? - perguntei olhando pro teto.
Em seguida, ouvi um barulho estranho vindo do quarto do Dênis... Era algo parecido com "uuuuuuuuh".
Comecei a me bezer.
- É você Dênis? Se for, vou logo falando que vou dá na sua cara. - falei entrando no quarto dele.
Mais uma vez, a porta se trancou sozinha, algo me jogou na cama e uma luz veio lentamente em minha direção. E eu ali, com o cu na mão.
Foi aí que...
- You're just too good to be true, can't take my eyes off of you. - Dênis apareceu de esmoquin cantando o início da música "I love you baby - Frank Sinatra".
Okay, eu paralisei, não tive o que falar. Ele estava lindo, maravilhoso, encantador...
- I love you baby, and if it's quite alright
I need you baby to warm the lonely nights
I love you baby, trust in me when I say. - Dênis continuou cantando, só que agora era o refrão.
MANO! SÉRIO! Eu não sabia se eu ficava chocada boquiaberta com a cena ou se ria do louco dançando essa música e usando uma roupa metade esmoquin, metade vestido.
Isso mesmo! Na frente era esmoquin, atrás era vestido. Esse caralho só pode sofrer de algum distúrbio.
3 minutos depois...
A música acabou, as luzes se acenderam e tudo voltou ao normal, menos eu.
Naquele instante eu tive certeza de três coisas;
Primeiro: O Dênis era gay.
Segundo: Havia uma parte louca nele que me fazia sentir ser a outra metade da sua laranja. O que me levou a não querer desistir de conquista - lo.
Terceiro: Eu estava perdidamente e incondicionalmente apaixonada por ele.
Tá bom, crepúsculo.
- Me belisca pra vê se eu tô sonhando. - falei ainda boquiaberta.
- E aí? O que você achou? - ele abriu aquele sorriso esperando algo positivo.
- Da música ou do estilo completamente bizarro?
- Na verdade, os dois.
- Na apresentação eu voto sim, mas que doidera de roupa é essa?
- Pois é amiga! É um novo estilo que eu criei pra me sentir masculino e ao mesmo tempo feminino.
- Que merda!
- Então, como você é minha melhor amiga e até ontem não imaginava que eu era gay, quero me revelar exclusivamente pra você.
- Okay, cadê minha macarronada? - levantei da cama rapidamente fugindo do assunto.
- Eu ainda não fiz.
- Como é?
- Eu prefiro primeiro conversar.
- Eu prefiro comer. - saí do quarto.
- Bruna?
- Ham?
- Por favor, me escuta. - ele fez carinha do gato de botas. Vtnc!
- Rum! - exclamei voltando pro quarto.
Sentei.
- Diga.
- Tem coisas sobre mim que você precisa saber.
- Coisas?
- Sim.
- Então diz, porque tô com fome.
- Será que dá pra você parar de pensar em comida pelo menos por um segundo.
- Um, tô com fome.
- Bruna!?
- Aff!
- É sério!
- Eu também tô falando sério, eu tô com fome, vim lá da pqp... - falei contando nos dedos os problemas que passei pra chegar até ali.
- Coleciono todo tipo de barbie, tenho um armário cheio de roupas femininas. - ele me interrompeu.
ESPERA AI, O QUE?
- O que?
- Isso mesmo que você ouviu.
- Coleção de boneca?
- Barbie! É coisa de gay!
- E as roupas femininas?
- Eu visto quando quero me sentir mulher.
- Uau! Isso é incrivelmente assustador.
- Meus pais são homofóbicos, sabe? Tenho que esconder a verdade de alguns.
- Sabe o que eu ainda não entendi?
- O que?
- Por que você achou que eu já havia percebido que você curtia outra fruta?
- Ah, sei lá. Pensei que já tivesse notado pelo meu olhar quando vejo o Otis.
- Affz! - revirei os olhos.
Ele me olhou com esperanças e eu já tinha sacado o que ele iria pedir.
- Ah não! Não, não, não.
- Por favooor. - ele se ajoelhou.
- NÃO! Eu definidamente não vou te ajudar com o Otis.
- Mas por que?
- Porque, porque... porque eu o odeio.
- Por que? O que ele te fez?
- Tudo de ruim. E chega dessa conversa. Cadê minha macarronada?
- Eu já falei que ainda não fiz.
- Então trata de fazer. Bora, ande!
- Rum, okay! Vamos lá.
- Vai na frente. - dei um empurrãozinho nele. - Dênis? qualé a macumba das janelas e das portas?
- Por que?
- Abriram sozinhas...
- São automáticas. Instalei exatamente pra esse momento.
- Hum. Rico é assim mesmo. - sentei no balcão.

🌸🌸🌸

Depois de meia hora, finalmente minha macarronada ficou pronta. Esse fdp sabe mesmo como fazer uma bela macarronada hein!? Me apaixonei de novo. Que droga!
- Bruna? - ele me chamou.
- Hum! - exclamei com a boca cheia de macarrão.
- Preciso te mostrar uma coisa. - ele começou a tirar a roupa na minha frente.
"UI PAPAI! Pode mostrar delícia", falei mentalmente.
Ele entrou no quarto e foi me chamando de leve para segui - lo até o armário.
Sexo no armário? Que coisa de louco!
ADOOOOOOOOOOOOOREI
Você já sabe que não rolou nada disso né? Pensei tanto pra nada como sempre. Ele só me levou pra ver o armário dele cheio de roupas femininas. E que roupas hein!?
- CA - R A - LHO! - falei pausadamente.
- Gostou? - ele sorriu.
- Se gostei? Adorei. - parei até de comer.
- Quer me ver experimentando? - ele saltitou.
- Se eu quero te ver experimentando? Eu quero é experimentar cada look, te sai. - peguei a primeira roupa que me simpatizei.
- Tá legal! Pode experimentar tudo que você quiser.
- Eu definitivamente te amo, sério!
- Haha. - ele sentou na cama.
GENTE! Eu tenho certeza que qualquer garota feminina, gay, travesti tudo quanto é diacho que gosta de ser mulher, se apaixonaria por esse armário cheio de roupas. Juro!
Enfim, o tempo foi passando... Logo tive que voltar pra casa e dar um jeito de me transformar em mulher aranha pra escalar até a janela do meu quarto. Levei uma queda, mas tudo bem. Cheguei viva! Valeu a pena fugir.

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora