O dia em que eu peguei bucho

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Eu não sei porque, mas nesse dia eu acordei mais disposta do que gari que levanta as 4hrs da manhã pra varrer rua. (Pelo menos na minha cidade é assim) Eu fiz até café! Coisa rara que só acontece em dias especiais ou quando quero que meus pais deixem eu fazer algo que não posso.
Pois é.
Fui pra escola.
- Bom dia, bom dia, o sol nasceu azul, bom dia, bom dia... Pra tu, tu e tu. - cheguei cantando na escola pulando de alegria cumprimento todo mundo com um belo "Oi". Riley já estava no pátio me esperando.
- Bom dia pra tu também gostosaaaaa. - beijei o rosto dela.
- O que foi? Transou? - Riley perguntou estranhado minha maneira de chegar na escola.
- Ainda não, mas de hoje não passa. - falei imaginando coisas.
- Como tem tanta certeza?
- Sei lá. Só sei que não quero mais ficar nessa de "você gosta de uma pessoa, ela gosta de outra, a pessoa que ela gosta, gosta de outra e assim todo mundo vai tomando no cu".
- Como um poema do Carlos Drummond de Andrade. - ela afirmou.
- Exatamente! Aff!
- Bom dia meninas. - Tina apareceu inesperadamente.
(Tina é uma das garotas que convidei pra participar da minha festa. Vou deixar claro, não gosto dela. Mas como ela é irmã do Ricardinho, levo alguma vantagem).
- Bom dia fofa! Pronta pra essa noite?- falei sendo gentil e amável.
- Simmm! E como estou! Tô super ansiosa. - ela pulou de alegria.
- Opa! Que maravilha. Aposto que essa festa vai ficar pra história. - falei
- Tenho certeza que vai. - Riley concordou.
- Tenho certeza que vai ser melhor do que a da CruzesLisa. - Tina começou a rir alto.
- CruzesLisa? É assim que chamam ela? - perguntei abrindo um sorriso daqueles.
- Exatamente!
- ADOREI! Mais um apelidinho pra minha coleção.
- Você também apelida ela? - Tina perguntou surpresa.
- São tantos que você nem imagina. - disse Riley.
- É verdade! Tem Monalisa, cobralisa, lisanta que é uma mistura de Lisa com anta e outros aí que prefiro não citar porque são bem... Sacou né? - pisquei de um olho.
- Humm, entendi. Então bem vinda ao clube hate's Lisa.com, já te amo. - ela me abraçou forte.
Forcei um sorriso tentando me livrar daquele esmagamento. Graças a Deus ela foi embora.
- Uffa! Achei que não ela não fosse mais me soltar. - respirei fundo ajeitando minha roupa.
- Essa Tina tem cara de ser doida.
- Cara não, ela é. - afirmei.
- Parece um tipo de amiga grudenta.
- Eu hein.
- Vem, vamos pra sala. - Riley me puxou.
Até que nesse dia não teve muita coisa pra gente estudar. Nem a sra: Huxtable que teve dois tempos não passou um exercício enorme pra gente fazer. Aleluia! Ela deve tá em clima de halloween esperando algum cara fantasiado de Frankstein assediar ela. Coitada! Deve tá mais do que na pedra.
O tempo passou depressa, logo me vi em casa experimentando mais uma vez a minha linda fantasia erótica de enfermeira.
O celular toca, era o Otis.
"O que esse zé guela quer comigo uma hora dessas?" Perguntei mentalmente.
- Fala. - atendi.
- Bruna?
- Não, é o Chapolin colorado. - revirei os olhos.
- O que? Não entendi?
- Pra quem você ligou?
- Ué, pra Bruna.
- Então só acho que é com ela que você tá falando né?
- Desculpa meu bebê, eu só queria confirmar o horário pra festa.
- Em primeiro lugar eu não sou seu bebê, em segundo a festa começa às 20hrs.
- Assim! Eu estava meio confundido.
- Hum, tchau. - desliguei.
Continuei experimentando minha fantasia maravilhosa diante ao espelho. Uau! Eu tinha pinta mesmo pra ser uma fantástica gogo girl. Impressionante! Se eu não passar na faculdade de gastronomia ou não seguir minha carreira como dançarina do Faustão, já sei que futuro me aguarda.
Fiquei pensando por alguns minutos de frente pro espelho a incrível ideia que eu tinha acabado de ter. Foi uma imaginação atrás da outra. Porém, eu nunca tenho sossego quando estou sozinha no meu quarto, sempre chega uma perseguição pra estragar o meu momento. Não posso mais imaginar, não posso mais me masturbar, não posso mais fazer nada em paz nessa casa.
TOC TOC
Era minha mãe mais uma vez querendo encher o saco. Troquei de roupa rapidamente e decidi abrir a porta. Mas como não estava trancada, ela foi entrando sem ao menos esperar.
- Posso entrar!? - ela perguntou estando três passos longe da porta.
- Já tá dentro. - deitei na cama.
Ela ficou me olhando de uma maneira estranha por alguns segundos.
- O que foi? - perguntei confusa.
- Nada não. Há que horas mesmo você vai pra casa da Riley hoje?
- Não sei, umas 18:45 por aí.
- E por que você tem que ir dormir lá mesmo?
Vixi, pintou uma desconfiança.
- Eu já falei! Temos que estudar pra uma prova importantíssima de história que vai cair na sexta.
- Hum, entendi. - ela continuou me olhando de uma maneira estranha.
- Pois é! Fecha a porta quando sair. - virei minha cara pro outro lado.
- Só mais uma coisa Bruna.
- Rum! - olhei pra ela.
- A Riley, ela assim, curte... Como posso dizer...
- Ham?
Eu não tava entendendo nada.
- Ela assim, curte homens ou mulheres?
Fiz uma careta pra ela tentando entender. Fiquei calada. Ela foi direto ao ponto.
- A Riley? Ela é lésbica, machuda, sapatão... Ou algo do tipo?
- O QUE? - perguntei hiper mega power confusa, fora da realidade.
Dona Lucrécia continuou calada esperando eu responder sua absurda pergunta.
- Quê quê... CLARO QUE NÃO! - gaguejei um pouco. - Mãe, pelo amor de Deus, como pode pensar algo do tipo?
- Nada não, esquece. Era só uma curiosidade. Vou fazer o jantar, beijos. - e saiu sem ao menos fechar a porta como eu havia pedido.
Agora me deu 7 tipos de medo...
O que deu na cabeça dessa mulher pra perguntar uma coisa dessas?
Gente! Eu tenho uma mãe louca, não pode ser!

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora