O dia em que eu morri de decepção

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Passou - se duas semanas... Duas semanas incríveis! Afinal, quem não ia ficar feliz por passar 14 tardes inteirinhas com o cara que a gente gosta hein? Nossa! Foi foda! Mas pena que não teve foda! Uó.
O verdadeiro motivo pro Dênis ter me convidado pra passar essas tardes com ele, foi porque queria estudar para as provas do enem, vestibular etc. E nada melhor que estudar com a companhia da melhor amiga dele. Eu!
Aff! Odeio ser só uma amiga.
Mas enfim! É claro que nós dois não ficamos apenas estudando... Também nos divertimos bastante bagunçando o apê dele, jogando just dance e tentando fazer receitas de doces da internet.
Por isso eu digo que foi super, ultra, mega incrível passar essas duas semanas com ele. Ah, foi um amor!
Porémmmmmmmmmmm!
Sempre tem um porém! A alegria de pobre dura pouco, e eu sou pobre. E tudo mudou... Tudo mudou no último final de semana!

Domingo à noite as 19 horas.
O celular tocou...
- Alô!
- Alô, Bruna?
- Dênis? Oi! - me animei na hora.
- Tudo bom?
- Tudo, tudo e com você?
- Tô bem. Escuta, o que você vai fazer mais tarde?
- Que horas mais ou menos?
- As 21h?
- Hum. Deixa eu ver na minha agenda. - peguei um caderno qualquer e comecei a folhear só pra ele pensar que sou uma garota ocupada.
- Não, não tenho nada reservado pra esse horário. Por que?
- Será que dá pra você dar uma passadinha aqui no meu apê mais tarde?
- Dá uma passadinha é? - fiz cara de safada.
- Sim. - ele riu.
- Não sei. O que você quer comigo? - me fiz de difícil, mas ainda com a cara de safada.
- Quero te fazer uma pergunta.
- E por que você não faz essa pergunta por aqui mesmo?
- Não posso! É uma coisa importante, preciso perguntar pessoalmente.
Ai meu Deus! Coração disparou.
- Nossa! Fiquei curiosa.
- Venha me ver hoje pra matar essa curiosidade.
- Tá, eu vou. Claro que eu vou.
- Então combinado. Te espero aqui, tchau!
- Tchau!
Encerrei a ligação
Ai Jesus! Ai nossa senhora! Uma pergunta? Que pergunta?
Ah, não! Ah, sim! Com certeza devia ser um pedido de namoro!
Claro! Só podia ser isso. Aliás, o que mais ele iria querer me perguntar pessoalmente se não fosse isso?
Continuei boquiaberta olhando pro nada e pensando em tudo por alguns segundos. Vamos COMEMORAR! Solta o som DJ. (Eu mesma liguei o som)
Fiquei dançando loucamente pelo meu quarto a música "Happy de Pharrell Williams", gritando e pulando de alegria com a porta aberta. Até que...
- Mas o que é que está acontecendo aqui? - Dona Lucrécia surgiu do nada.
- Mamãe, vem dançar comigo. - puxei a velha.
- Tá maluca? Eu já tô com suspeita de reumatismo e tu ainda quer piorar a situação. - ela brigou.
- Desculpa mãe. Mas é que eu tô muito feliz.
- O que foi? Ganhou na mega cena? - ela arregalou os olhos com esperança.
- Não mãe, não!
- Ué, e por que tudo isso?
- É porque eu acho que hoje finalmente vou ser pedida em namoro.
- Sonhar, mais um sonho impossível. - ela cantou baixinho olhando pro nada.
- O que?
- Nada, nada... Quem é o doido?
- Ham?
- Digo, o felizardo?
- Você em breve vai conhecer. Agora dá licença que eu tenho de me arrumar pra um encontro.
- Okay, okay. Mas não volte pra casa grávida, porque eu não vou criar nenhum bebê.
- Tá, você sempre diz isso.
- Não confio na filha que tenho. - ela foi saindo.
- Anham, também te amo. - fechei a porta.
- Boa sorte! - ela falou alto enquanto descia as escadas.
Depois de ficar toda produzida, linda e perfumada quase de saída, o meu celular tocou novamente... Era a Riley.
- Oi Riley, o que foi?
- Vamo pegar um cineminha mais tarde?
- Adoraria amiga, mas eu não posso.
- Ué por que? Tu não faz nada.
- Eu tenho um encontro com o homem da minha vida.
- Hum. O Homo! - ela falou baixinho.
- Homo? Homo o que?
- Nada, nada. Eu só lembrei que tenho de colocar o sabão omo na lista de compras.
- Rum. Doida!
- Divirta - se então.
- Obrigada! Te conto tudo quando eu chegar. Beijos na bunda.
- Vai lá. Tchau.
É isso aí! Já estava na hora de sair de casa belíssima para ir ao encontro do bofe, lá no bairro de rico.
(Por incrível que pareça, meus pais me emprestaram o carro deles por algumas horas. Eles não confiam em mim, mas sabem que eu não sou tão cabeça oca assim).
E lá se foi eu, em direção ao bairro chique cantando a música Worth it - Fifth Harmony.
Cada pausa no trânsito era uma dancinha dentro do carro. Até uma velhinha que parou do meu lado aproveitou pra dançar comigo. Foi uma loucura só! Trocamos até contatos, foi o bicho!

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora