Pisquei, passou três meses.

1.8K 142 23
                                    

É isso mesmo meu nobre público.
Acabaram de se passar três meses num piscar de olhos e mais uma vez eu me vejo na minha incrível e doce cidade, São Paulo.
Sentiu um tom irônico no ar? Pois é! Minha vida estava muito melhor na casa dos sogrinhos. Af!
Não que eu não esteja feliz, é só que... Aquela mansão é foda, então cês já devem ter uma noção de como foi difícil deixa - lá para trás.
1 minuto de silêncio para uma mansão que eu nunca vou ter. É triste, lamentável, indiscutível...
Cês devem tá pensando...
"- Bruna desgraçada chega de onda e começa logo a falar das coisas interessantes, porra!"
Ta okay, vocês venceram, vamos lá!
Então galerinha, eu tenho algumas novidades pra contar pra vocês desses últimos meses.
Primeiro: Estamos em março, 26 de março, ou seja, eu estou caminhando para o meu quinto mês de gestação.
Segundo: Comecei a fazer minha faculdade de gastronomia e já devo ter engordado uns 3kg de lá pra cá.
Terceiro: O Otis começou a namorar a garçonete Camila e acabaram de completar um mês juntos. Que fofos!
Quarto: A data do meu casamento foi antecipada pro dia 17 de junho, isto é, vou precisar de um carrinho de compras pra me levar até o altar.
Quinto e último: Minha barriga está ficando cada dia mais grande o que não me deixa dormir direito, só que eu amo. E hojee! Ah hoje! Hoje vamos finalmente descobrir o sexo do meu bebê. Eeêh!
Já estava morta de ansiedade desde da semana passada pra ir nessa consulta com a mãe da Riley. Parecia que o tempo tava passando devagarinho só pra dar na minha paciência. Uó!
Acredita que pra minha desgraça a consulta foi marcada pra tarde as 17hras? Era só o que me faltava! Agora que eu morro de ansiedade mesmo.
5:37 da manhã, acordando espantada, pensando que já era de tarde.
- Meu Deus! Caramba! Tô atrasada! Puta que te pariu! - levantei mais rápido que o flash e fui direto pro banheiro tomar um banho e escovar os dentes ao mesmo tempo. - Droga, cadê minha calcinha? E o sutiã onde se escondeu? Ah, foda se! Quem precisa de sutiã? Merda! Eu devo tá mais do que atrasada. MAAE? - saí gritando rumo ao quarto dela. - MAAE, PAAI?
- Mas que diacho que tá acontecendo, menina? Ficou biruta? - dona Lucrécia abre a porta "sexymente" usando uma lingerie.
- O que foi minha querida? Tá passando mal? - seu Bernardo perguntou assustado.
- Nossa! Você tá muito sexy, mãe! - elogiei o mulherão da porra que estava em minha frente.
- Será que dá pra você me falar logo o porque de tá gritando feito um retardada? - ela já estava ficando impaciente.
- Eu tô atrasada pra minha ultrassom, o Dênis não atende e eu necessito que me deixem lá não consultório. Agora!
Os dois me olharam com uma cara estranha e com certeza se perguntando onde foi que eles erraram e porque eu sou doida.
- Você bateu com a cabeça e se adiantou na vida? Porque doida eu já sei que você é. - Nossa mãe, doeu!
- Por que? - perguntei confusa.
- Filha, não é nem 6:00 horas da manhã. - seu Bernardo explicou paciente.
- Não? - me entristeci.
- Não fofa. Então você pode voltar pro seu quarto e vestir um sutiã bem seguro porque esse peito tá vazando. - ela virou de costa e bateu a porta na minha cara.
Olhei para o local onde eu nem sentia que estava molhando, mas já dava pra encher uma mamadeira e me senti completamente chateada por ainda ser 5:45 da manhã. Raios!
Merda de tempo! (Se eu tivesse numa festa curtindo pra valer e beijando a boca do Jack Griffo tenho certeza que essa hora nem hesitaria e passaria feito um furacão levando casa.)
Ahh! Vou ligar pra Riley.
- Quié? - ela atende com uma voz sonolenta após duas chamadas perdidas.
- Oi fofa, o que tá fazendo?
- O que você acha que eu tava fazendo?
- Ah, sei lá, não sou adivinha. - dei de ombros
- Tchau! - ela se despediu. Que vaca!
- Espera, espera.
- O quê que foi, o quê que foi, o quê que há? Será que você não entende que eu tô querendo dormir?
- Eu entendo, desculpa. É só que... - fiquei muda.
- É só que...? -
- Eu... eu... - continuei fazendo suspense.
- DESEMBUCHA CARALHA! - Riley gritou.
- EU NÃO AGUENTO MAIS! - gritei em resposta. - Eu tô desde sabe lá quando esperando essa ultrassom chegar e essa porra nunca chega. E quando chega é marcada lá pras 17:00 horas, eu acordo cedo pensando que é de tarde, visto minha roupa as pressas, esqueço o sutiã, minha mãe me chama de doida, meu peito tá vazando que já dá pra encher uma caixa d'gua e EU VOU MORRER! Eu juro que morro. - falei tão rápido que até gaguejei.
- Você vai morrer sim. - Riley afirma levemente.
- O que? - franziu o cenho.
- PORQUE EU VOU TE MATAR! - a mesma fala alto.
- Como você pode ser tão má?
- Amiga, pelo amor de Deus, tenta se acalmar, tá legal? Você tá muito ansiosa, vai acabar ficando doida desse jeito.
- Eu sei, eu sei. É que você não imagina o quanto eu tô curiosa pra saber o sexo do meu bebê. É algo que toda mãe espera muito saber e você sabe bem que eu não tenho essa paciência toda.
- Eu sei sim amiga. Eu acho até que se não existisse ultrassom, do jeito que você é, ia querer fazer seu próprio parto prematuro só pra saber o sexo. - ela riu e eu gargalhei alto.
- Bem que você sabe. Enfim fofa, foi mal te acordar à essa hora. Eu tava desesperada.
- Tá desculpada, agora eu vou voltar ao meu descanso de princesa. De tarde eu colo aí pra gente ir juntas lá pro consultório da mamãe.
- Beleza gata. Nós vamo com o Dênis e fica tudo certo.
- De boa. Bye!
- Bye!
Encerrei a ligação.
Me conhecendo bem vocês devem saber que eu não fiquei sossegada o resto da manhã e nem o começo da tarde. Foi muito chato! Inclusive para os meus pais que tiveram que me aturar esse tempo todo.
9:30 da manhã, tomando café.
- Sabe mãe, eu acho que se a senhora colocasse um pouco mais de pó nesse café, não sairia essa água rala que tá caindo aí na xícara. - falei enquanto ela servia seu café.
Alguns minutos depois, vendo meu pai trabalhando no computador dele.
- Sabe pai, eu acho que se o senhor colocasse um pouco mais de drama nesse artigo pobre de palavras que o senhor tá ajeitando à dias, com certeza o jornal já teria publicado. - ele me olha espantado e eu sorrio com os olhos. Te love pai.
Hora do xixi, urinando pela primeira vez no banheiro dos meus pais e vendo minha tomando banho.
- Nossa, que banho gostoso! - dona Lucrécia diz após sair do box.
- Sabe mãe... - falei ainda sentada no vaso fazendo a mesma tomar um susto. - Se você resolvesse colocar uns silicones nesses peitos, eu tenho certeza que eles não ficariam tão caídos assim.
Hora do almoço, todo mundo reunido na mesa.
- Sabe pai, eu acho que se o senhor fosse um pouco mais fresco da cara, eu tenho certeza que a mamãe faria uma comida que preste.
(Nossa! Agora que vim perceber o quanto eu sou chata prenha, puta que pariu.)
Como eu já havia falado antes, eu não consegui sossegar em nenhum instante e fui obrigada pela minha loucura à perturbar o juízo dos meus pais. Até que um deles resolveu tomar iniciativa FINALMENTE e me colocou no meu lugar. Literalmente.
- Quero ver encher o saco agora. - dona Lucrécia diz revirando os olhos e me deixando sozinha.
- Ei? Mãe? Espera! Não me deixa aqui. Eu juro que não falo mais do seus peitos. Te amo! Volta! - comecei a implorar pra não ser deixada ali, naquele lugar triste e solitário.
Porém, foi em vão, como eu já imaginava. Ainda bem que eu carrego meu celular na virilha, se não tava ferrada.

Grávida do meu melhor amigo gayOnde histórias criam vida. Descubra agora