Grávida do meu melhor amigo gay

Véspera do dia no clube

Nesse dia eu não sei se eu estava mais ansiosa, animada, disposta ou pirada.
Isso mesmo! Pirada!
Só faltava apenas vinte e quatro horas pra aventura no clube começar e eu ainda não havia encontrado o que levar de bom na mochila pra vestir.
Pitou aquele momento de indecisão...
(Calça jeans com blusa regata. Blusa regata com short jeans. Short jeans com camisa de manga...)
Ah, o que levar? Esse mundo moderno me complica. Por que eu não nasci no tempo de Adão e Eva pra apenas andar nua? Aff! A Eva come o fruto e eu que tenho de pagar o pato. Que merda!
"Vamos lá Bruna, o que você vai vestir?". Já era a terceira vez que eu me perguntava isso e nada de se decidir.
Ah, que se foda! Vou ligar pra Riley.
- Riley?
- Tô ouvindo.
- Preciso de você! Vem aqui em casa.
- Agora não dá, tô no trono.
- Quando tu terminar de cagar vem aqui. É urgente!
- Alguém morreu?
- Não, mas estou prestes. Agora vou desligar porque o cheirinho já está ultrapassando o celular.
- Haha, idiota. Tá okay, depois colo aí.
- Flw! Tchau.
Trinta minutos depois...
- Querida? Cheguei! - disse Riley abrindo a porta.
- Aleluia! Pensei que não viria mais.
- Chega de reclamar. Qual é o problema? Riley Mcpherson está aqui pra ajudar.
- Chega de bancar a palhaça. Vem aqui!
- O que foi? - ela revirou os olhos.
- Tá vendo isso aqui? - apontei pras minhas roupas.
- Tô vendo, não sou cega.
(Ah, égua velha, pensei)
- Haha muito engraçado. O problema é que eu não sei o que levar pra vestir no clube.
- Tá em dúvida entre calça jeans com blusa regata, blusa regata com short jeans e short jeans com camisa de manga?
- Uau! Você me conhece mesmo! - fiquei boquiaberta.
- São muitos anos de convivência queridinha. Enfim! Eu acho que você deve levar os shorts e todas as blusas que quiser.
- Será? - perguntei confusa enquanto mordia os lábios.
- Sim, e não esquece do moletom.
- Pode deixar, não vou esquecer não.
- A propósito, você já convidou o Dênis? - perguntou Riley abrindo a porta.
- Claro! Você sabe que não sou o tipo de garota que deixa tudo pra última hora.
- Anham sei! E o que ele disse?
- Lógico que ele aceitou. A gente até combinou de se encontrar no apartamento dele essa noite.
- Jura?
- Sim, ele vai cozinhar pra mim.
- Que maravilha! Não esquece de dar o bote, hein.
- Não vou falhar amiga! - dei uma piscadinha.
- Assim espero! Tô indo, te vejo amanhã.
- Beleza, bye bye.
É isso mesmo gente! Eu tinha um novo encontro com o boylieber, outro encontro. Não é o máximo? Lógico que é! Aliás, ele quem me convidou, foi ele! (Quer dizer, eu tive que inventar que na minha casa não tinha comida, que meus pais estavam desempregados e que já tinha dois dias que eu não almoçava.) Aí ele me convidou e eu adorei, amei, pulei de alegria. Literalmente!

🌸🌸🌸

Mais uma falha na minha vida...
Tudo aconteceu quando eu fui visitar o Dênis no apartamento dele que fica em um dos bairros mais nobres da minha cidade. (É, ele tem dinheiro.)
Eu sinceramente nunca tinha entrado em nenhum daqueles prédios chiques. Na verdade eu nunca tinha entrado nem no bairro, diga lá nos prédios. E acredite ou não, eu estava super feliz por estar ali.
Em parte porque era minha primeira vez entrando em um lugar cheio de glamour (eu ia poder tirar fotos e postar no instagram com a legenda "depois de um longo dia no shopping, finalmente em casa"). A outra parte é porque meu futuro marido mora lá e isso é uma coisa muito boa né? Ou não? Não é boa, é ótima! Um sucesso!
(Pobre querendo ser rico a força, totalmente o meu caso. Ah, uma mentirinha de nada não mata ninguém uai! Não é mesmo? Pois é!)
Enfim...
Que tipo de bairro chique com prédio chique que não manda consertar o elevador?
Isso é azar mesmo ou o dono apenas quer poupar dinheiro? Pensei...
Fala sério! Esse elevador tinha que pifar logo no dia em que eu ia visitar o boy magia? Isso só pode ser piada! Que azar! Que azar mesmo.

🌸🌸🌸

Cara, tu não vai nem acreditar na quantidade de degraus que eu tive que subir até chegar no apartamento do Dênis no quinto andar, lá na pqp. Agora imagina o cansaço? Foda né?
Aff!
Quando finalmente cheguei me arrastando em frente da porta dele, eu não estava mais nem com fome. Tudo que eu sentia naquele instante era sede, só sede, muita sede.
Toquei a campainha.
Ele abriu a porta pra mim...
- Sai da frente, eu preciso beber. - saí invadindo sem me importar.
- Tá tudo bem com você Bruna? - ele perguntou espantado.
- Não, não tá nada bem. Onde fica a geladeira?
- No final do corredor, o que você tem?
- SEDE! Eu preciso de água. - saí correndo em direção à geladeira.
- Nossa! Eu não pensei que na sua casa também não tivesse água. - ele continuou espantado.
- Ter tem, mas não é potável. O problema é que justo hoje que eu vim te ver, o elevador pifou e eu tive que subir os mil degraus até aqui. - falei enquanto respirava fundo e secava a jarra.
- Espera aí, não me diz que você tentou pegar o elevador do lado direito?
- Digo sim, foi esse.
- Que loucura Bruna!- ele começou a rir.
- O que foi? - perguntei confusa.
- Aquele elevador não pega faz muito tempo. O que funciona mesmo é o da esquerda. - ele se espocou de rir
- O QUE????????
Gente, cadê o buraco pra eu enterrar minha cara de anta nele?
Isso só podia ser piada. PALHAÇADA!
Chama o SAMU pelo amorde.
Cinco minutos mais tarde...
- Já pode parar de rir. - falei séria fazendo biquinho.
- Desculpa Bru, eu não me aguentei quando tentei imaginar você se matando enquanto subia os degraus.
- Haha não tem graça, palhaço. - joguei a almofada nele.
- Então, tá com fome? - ele perguntou sorrindo.
- Tô sim. Olha só, tô magrinha. - mostrei minha barriga "sexy" pra ele.
- Que bom! Pois hoje você vai experimentar o prato tradicional da minha família!.
- Sério? Como se chama? - abri meu sorriso gigante.
- Frango apimentado com molho de pimenta. - ele sorriu e colocou o prato na minha frente.
Nossa senhora perpétuo de Jesus! Meu sorriso foi se desfazendo lentamente.
Pimenta? Tinha que ser pimenta? Tinha que ter pimenta? Com gosto de pimenta?
Ai papai! Não tinha outra saída... Ou comia com vontade, ou desprezava o prato e perdia o boy.
O tempo parou, ficou tipo em câmera lenta, tudo na minha cabeça. Comecei a suar, paralisei. Eu não sabia o que fazer, eu sou uma idiota.
Escolhe, escolhe, escolhe...
- Pode me passar o garfo por favor? - falei forçando um sorriso.
- Claro, pega.
Bruna? É coisa rápida, não mastiga essa merda, engole de uma vez essa porra. Valendo...
Saí engolindo tudo rapidamente pra não sentir o gosto da pimenta. Porém quando chegou na garganta, a porra toda começou a pegar fogo.
Eu olhei pro Dênis querendo disfarçar que não estava acontecendo nada, mas eu não sou tão boa atriz nesse negócio. Meu rosto ficou vermelho, meus olhos pareciam que iam soltar das órbitas, tudo começou a escurecer. Apaguei!

🌸🌸🌸

Bruna? Bruna? - a voz sexy me chamou.
Eu fui abrindo meus olhos devagar, devagarinho.
- Dênis? O que aconteceu? - falei levemente.
- Você comeu o frango apimentado e apagou.
- Oh céus! Sério?
- Por acaso o causador desse desmaio foi o frango?
- Não, não, não...
- Mas...
- Não, não, é porque estava tão gostoso que eu desmaiei.
- Uau! Isso nunca aconteceu comigo.
- Mas acontece comigo com frequência, juro. Uma vez comi o espaguete da mãe da Riley e passei dois dias apagadas de tão gostoso.
- Assim! Tá explicado. Que doidera!
- Que horas você vai pra escola amanhã? O ônibus pro clube sai às 8:00. - tentei mudar de assunto.
- Eu estarei lá antes das 8:00, pode crer. Quer que eu te leve pra casa?
- Mas já?
- É melhor, você precisa descansar. Outro dia a gente faz o que eu havia planejado pra nós.
- Espera aí, o que você planejou? - abri meu sorriso.
Ai meu Deus! Será que ela queria ficar comigo? Será?
- Não, deixa pra lá. Outro dia a gente continua.
- Por que?
- Esquece, vamos.
Merda! Raios! Droga! Porra! Que raiva!
Eu tinha que desmaiar justo naquele momento? A vida só podia tá de sacanagem comigo, só pode.
E aquela pimenta da desgraça tinha que ser tão ardida?
Por culpa dela eu não soube naquele instante o que o Dênis havia planejado naquela noite pra nós.
Aff!
Tudo culpa da Eva também! Deus disse: não peca, não peca. Mas foi mesmo que falar com diacho, a louca foi lá; comeu o fruto e eu me lasquei.