-O que aconteceu?- perguntou meu irmão.
Passei por ele sem nem parar para responder.
Todos olhavam para mim sem entender o que estava acontecendo. Mas nem eu sabia para poder explicar a alguém. Minha cabeça estava um nevoeiro e buscava forças dentro de mim para não voltar lá e pôr tudo a perder.
Eu tinha visto ele de perto, eu sabia seu nome, ainda que fosse apenas uma letra, sabia o tom da sua voz, e pior do que tudo ele havia me chamado. Precisava fugir dali.
Entrei no carro e fechei a porta. Estava começando a deixar todo mundo preocupado, mas nem ligava para isso.
Eu podia ouvir ao fundo meu irmão perguntando a Zac o que havia de errado comigo. Mas ainda assim minha cabeça estava distante de mais para entender o que ele estava dizendo.
Como eu seria capaz de deixar aquilo para trás? Não era mais uma questão de escolha. Eu apenas precisava fazer aquilo e era doloroso de mais.
A minha cabeça ia me torturar juntamente das minhas memorias.
Seria impossível.
O que eu sentia, era forte de mais, pesado demais e ele sem dúvidas era tudo que eu mais queria. Tudo pelo que sempre esperei.
Um buraco negro me sugou, destruindo qualquer barreira que eu pudesse criar. Eu não conseguia respirar, não conseguia abrir os olhos e ver o mundo sem ele.Suan se aproximou do carro e tentou abrir a minha porta com força, mas ela nem se moveu. Eu havia fechado por dentro. Ela deu meia volta no carro e olhou pra mim da janela do carona da frente.
-O que foi aquilo?- disse ela completamente furiosa.
Juntei todas as forças que ainda me restava e respirei fundo.
-A gente conversa em casa. Eu só preciso sair daqui.- disse olhando sério para ela.- Entra no carro e vamos embora.
Foi engraçado ver como parecia que a embriaguez dela já havia passado. Nunca tinha visto Suan proferir um olhar daqueles para mim. Era quase como se ela me desse um tapa no rosto.
Era o mesmo olhar que ela guardava para as suas inúmeras inimigas imaginarias. Aquele da qual eu compartilhei por muitos anos.
-Todo mundo pro carro.- gritou ela.
Ninguém estava entendendo nada, mas mesmo assim ninguém teve coragem de protestar a ordem que ela deu. Poucas vezes na vida vi ela assim e confesso que se não fosse pelo meu desespero do momento teria sentido medo como os outros.
Todos entraram às pressas, se acomodando dentro do carro de qualquer forma. O engraçado foi que ninguém fez qualquer pergunta sobre o que aconteceu, parecia que todo mundo sabia que a bomba estava sendo pronta para a explosão quando chegássemos em casa. O único que pareceu corajoso suficiente foi Zac que olhou para mim de relance e disse num sussurro um "esta tudo bem?". Apenas balancei a cabeça concordando e deixei que as coisas ficassem menos complicadas.
Quando descemos do carro Suan não me deu chance de pensar no que dizer e foi logo me arrastando pela mão para dentro de casa. Eu não queria ir, não querida inventar desculpas, mas não podia explicar o motivo de toda aquela confusão. Ela tinha entrado no meio do conflito e entendido tudo errado. E nada que eu dissesse ia ajudar.
Ela estava furiosa de mais para assimilar qualquer coisa.
Eu destruída demais para conseguir pensar direito.Entramos no nosso quarto, contra a minha vontade, e ela bateu a porta atrás da gente com força.
VOCÊ ESTÁ LENDO
1- A Telepata_ Persuadidos
Paranormal" No segundo que eu olhei para ele, eu sabia que não tinha mais volta." Sarah Rens é uma garota comum que após escapar ilesa de um acidente, que levou a morte de seu pai, começa a ouvir a mente das pessoas e a sonhar com um garoto misterioso de...