Abri os olhos e o sol ofuscou a minha visão.
O céu era colorido por tantas borboletas que até perecia uma pintura em 3D. As cores se misturavam formando um caleidoscópio em meio a um céu avermelhado pelo entardecer.
Uma brisa suave agitava meus cabelos e arrepiava a minha pele.
Me ergui do chão e percebi que folhas coloridas espalhavam-se por todo o campo até a beira de um lago, como naqueles cartões postais, com paisagens do outono, que recebemos no natal. Também havia uma ponte sobre a agua do lago, mas não saberia dizer para onde ela levava, já que uma neblina espeça não me deixava ver onde ela acabava. Era como se a paisagem a minha frente acabasse bem ali, como se uma parede cinzenta bloqueasse toda a visão para o outro lado.
Por algum motivo eu sabia que precisava atravessar aquela ponte, ver o que tinha do outro lado da neblina, mas não estava com pressa. A sensação que aquele lugar me trazia era boa demais para ser apressada.
Levantei-me do chão e notei que havia algumas sardas espalhadas pelos meus braços. As pequenas pintas, ainda que poucas e quase invisíveis, nunca estiveram ali antes. Assim como aqueles fios alaranjados que atrapalharam a minha visão quando meu cabelo acompanhou a brisa.
Era quase como se eu estivesse em um corpo que não era meu.
Prendi uma mecha de cabelo atrás da orelha sem me preocupar e caminhei lentamente para a ponte. Me sentia tão em paz que comecei a cantarolar.
Assim que coloquei os pés na ponte as borboletas se agitaram no céu, indo e voltando se parar nem por um segundo. Fiquei lá por um tempo, olhando elas baterem as asas, feliz por estar ali para presenciar aquele momento.
-Onde você vai?- um homem disse atrás de mim.
Me virei calmamente e o sorriso do meu pai se escancarou no seu rosto.
-Vou para casa. –disse com um sorriso tímido.
Ele estendeu a mão para mim e eu a segurei prontamente. Nenhum outro lugar seria mais seguro do que ao seu lado.
-Você está pronta para ir?
-Acho que sim.
-Está pronta para deixa-lo para sempre?
Pensei por um momento e uma dor dilacerou meu peito. Involuntariamente minha mão livre pressionou a região central do meu tórax. Como se de alguma forma eu pudesse arrancar aquela angustia de lá.
Não sabia como um momento tão feliz tinha se transformado daquele jeito.
-O que é isso que estou sentindo papai?
-É sua necessidade de voltar.
-Mas não quero sair daqui.- disse para ele com o rosto contorcido de angustia e pesar.
-Você vai perceber que sempre quer.- disse ele com um sorriso. Então ele se aproximou de mim, beijou a minha testa e me abraçou com tanto carinho que eu quase podia apalpar o sentimento. – Você conseguiu, e estou muito orgulhoso de você. Mas agora volte e cumpra o seu destino querida. Ainda não acabou.
Olhei para meu pai inquieta e confirmei com um gesto de cabeça. Depois fechei os olhos e me deixei levar para sabe-se lá onde o vento me levaria.
Sim, esse é o próximo capitulo.
E como ele não diria nada de mais... resolvi postar ele.
Na real não estou aguentando mais para saber o que vão achar do final. Falta dois capítulos. :O
Espero que continuem gostando... e vou respondendo assim que der ;)
Música tema: Kelly Clarkson- Breakaway
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1- A Telepata_ Persuadidos
Paranormal" No segundo que eu olhei para ele, eu sabia que não tinha mais volta." Sarah Rens é uma garota comum que após escapar ilesa de um acidente, que levou a morte de seu pai, começa a ouvir a mente das pessoas e a sonhar com um garoto misterioso de...