Capítulo 13 - Se eu pudesse fazer o que ele faz

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Abris os olhos me sentindo com as forças renovadas por completo. Estava sentada no banco do carona da frente da caminhonete charmosa de Josh. O dia já tinha ido embora, deixando o céu quase que completamente escuro, exceto pelas estrelas no céu.

Josh estava perdido em um sono profundo, do tipo daqueles que você se sente culpado por somente imaginar interromper. Ele estava apoiado sobre o escoro de cabeça, em uma posição bastante confortável para ele. Respirava lentamente, e como eu havia presumido um dia ele era ainda mais fascinante enquanto estava totalmente relaxado.

De repente eu me via querendo acariciar seu rosto com a ponta dos dedos, mesmo temendo que ele acordasse. Quase como se minhas mãos tivessem vontade própria.

Aquilo era esquisito de muitas formas e desviar meu olhar de Josh, assim como minhas mãos, pareceu a melhor coisa a fazer.

Fechei os olhos soltando o ar que nem havia percebido estar prendendo e escorei a cabeça assim como Josh havia feito. Então, cada parte do meu sonho despertou dentro de mim. As lembranças rodavam na minha cabeça como naqueles filmes antigo, só que tudo era muito mais vermelho. Tudo parecia tão complicado de assimilar que decidi que só tentaria fazer aquilo quando estivesse em casa com meu caderno nas mãos. Porque cada detalhe era importante.

Mas, e quando tivesse que explicar a Josh o que havia acontecido? Não tinha ideia do que falar sem revelar coisas de mais.

Antes de ter desabado no banco do carro de Josh cheguei a cogitar contar a ele meu segredo, mas tudo havia mudado. Meu pai tinha feito um aviso, bem claro, e obviamente eu estava inclinada a fazer o que ele tinha dito, ainda mais depois de refletir tanto sobre o que revelar meus segredos poderia custar.

Então, algo me passou pela cabeça. Talvez Josh fosse uma dessas pessoas diferentes, devido ao que tinha feito na noite anterior. Nunca ninguém tinha falado dentro da minha cabeça, como ele tinha feito. Porém, me sentia tão estúpida por pensar aquilo sobre ele uma vez que o conhecia a tanto tempo. Se fosse o caso, teria percebido.

E mais estúpido ainda era pensar que ele queria fazer algum mal para mim e meu irmão sendo que ele conviveu sua infância inteira com nós e ainda se tornou o melhor amigo de Bruce. Realmente não fazia sentido.

Mas ainda sim as palavras do meu pai rodeavam a minha cabeça. Manter meu segredo parecia a única opção.

Voltei a admirar ele em seu sono profundo e mesmo que tentasse não contive tocar seu rosto com a ponta dos dedos. A pele dele era macia, mesmo com a barba por fazer querendo aparecer. Ele era divino em sua tranquilidade, até mais do que quando estava sendo sexy sem fazer esforço. Me aproximei mais com a curiosidade de descobrir seu cheiro. Ele cheirava a algum perfume cítrico e ao mesmo tempo amadeirado. Era como uma marca que o descrevia muito bem. Talvez fosse um perfume qualquer, já que eu não entendia nada de perfumes, mas duvidava que Josh usasse algo menos que quase exclusivo.

Quem visse a cena acharia aquilo tudo muito esquisito. Eu cheirando um homem que estava em sono profundo era tudo, menos normal. Era como se eu fosse algum tipo de pervertido assediando uma criança enquanto ela dormia.

Sorri para o meu pensamento absurdo e continuei minha inspeção do seu rosto. Achei que não teria aquela oportunidade outra vez. Então aproveitei.

Os lábios dele eram convidativos e meu coração parecia querer saltar pela boca cada vez que eu os olhava. Minha cabeça já estava em outro lugar e eu já não pensava em sonhos e problemas fora dos habituais.

Naquele instante era somente Josh e eu. Era uma atração que não conseguia definir. Cada segundo que passava parecia uma eternidade, e o desejo parecia quase incontrolável.

1- A Telepata_ PersuadidosOnde histórias criam vida. Descubra agora