Adotada Pela Máfia

No pierda la esperanza

Novo México - Estados Unidos

Lena

Estava quase terminando de me arrumar, quando a Laura entrou no dormitório gritando:

_ Vamos Milena! A irmã Irina disse para todos irem para o pátio.

_ Já vou - falei não muito animada.

_ Está tudo bem? - perguntou ela preocupada.

_ Sinceramente, eu não sei por que a irmã Irina quer que todos vão pra lá - respondi. - Está óbvio que essa familia vai escolher alguém que não passe dos dez anos de idade.

_ Não pensa assim - disse Laura. - Não perca a esperanças.

Depois de ficar quase a minha vida toda dentro do orfanato, esperança é algo desconhecido para mim.

Laura era ao contrário de mim. Ela tem catorze anos e, mesmo assim, nunca deixou de acreditar que um dia seria adotada.

Nós nos tornamos amigas desde o momento que a Laura chegou aqui e ela se tornou a minha irmã de coração.

Estou preocupada do que vai acontecer quando eu ter dezoito anos, porque não poderei ficar mais aqui.

_ Vamos - Laura pegou a minha mão e me puxou para fora dormitório.

Durante o caminho a Laura não parava de falar, mas eu não conseguia prestar atenção. Minha cabeça estava longe, ainda pensando do que vai acontecer daqui a dois anos.

_ Finalmente, vocês chegaram - disse a irmã Irina. - A família Santiago vai chegar daqui a pouco.

Santiago?, pensei curiosa. Nunca ouvi esse sobrenome antes.

Depois que a irmã Irina saiu dali, eu e a Laura fomos nos sentar num banco que tinha ali perto.

_ Eu estou tão ansiosa - falou Laura. - Com certeza eles são da Espanha e...

Parei de prestar atenção naquele momento. Eu não queria saber quem eles são, porque estava óbvio o que vai acontecer no final.

Minutos mais tarde, eu vi um casal andando pelo pátio, com dois homens de terno preto andando atrás deles.

_ Deve ser eles - disse Laura.

De onde eu estava, podia sentir uma sensação estranha vinda deles. Eles eram diferente dos outros pais que vinham aqui, que mostravam felicidade e ansiedade em adotar o seu primeiro filho ou segundo.

Os dois transmitiam seriedade e perigo, o tipo de pessoa que qualquer pessoa queria ficar longe.

_ Eles estão vindo pra cá - falou Laura animada.

Engoli em seco. Eu queria sair dali e ficar num lugar bem longe daquele casal.

_ Nossa, que garotas bonitas - falou a moça.

_ Obrigada - agradeceu Laura.

Eu permaneci calada.

_ Meu nome é Sabine - a moça estendeu a mão para a Laura - e o seu?

_ Laura - ela apertou a mão dela.

_ E você? - perguntou a moça olhando para mim.

_ Lena - respondi.

_ Na verdade o nome dela é Milena - irmã Irina me corrigiu.

Pelo canto, percebi que o homem permanecia calado. Ele aparentava ter mais que quarenta anos, mas o seu cabelo não mostrava quase nenhum fio branco. Já a mulher parecia ser mais jovem, mas mostrava a mesma seriedade que ele.