Capítulo 14

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A tarde passou lentamente chata, Jay era muito ocupado e eu não queria ficar incomodando, eu também tinha muito trabalho a fazer, li todo o contrato e vi que a proposta de trabalho deles não era nada ruim assinei e irei entregar a folha mais tarde para Dylan.

Meu trabalho era simples, mas chato marcar reuniões, desmarcar reuniões, eventos, negócios, agenda pessoal, muitos e-mails a serem respondidos, era uma verdadeira chatice, eu realmente ficava entediada fazendo essas coisas.

Percebo que já são quase seis da tarde horário em que eu largo o trabalho, me levanto pego o contrato e vou até a sala de Dylan bato na porta e ele fala para eu entrar.

— Aqui está o contrato assinado, não tenho nenhuma reclamação a fazer está tudo em perfeita ordem. - Falei formalmente.

—  Pode deixar ai em cima. - Falou sem me olhar, ele tinha essa mania acabei de perceber.

Coloquei em cima de sua mesa e me afastei.

—  Com licença Sr. Sprayberry. - Me virei para sair.

—  Srta. Parker, espere nós precisamos conversar. 

Me virei para ele.

—  Queria me desculpar pelo ocorrido de hoje, não quero esse clima ruim entre nós, esqueça tudo o que te falei. - Me olhava.

—  Na verdade eu gostei da conversa e concordo com você, nossa ligação tem que ser apenas pela empresa. - Eu estava decidida sobre isso. 

—  Não seja marrenta, me desculpe, eu não sou de pedir mais de uma vez.  

—  Desculpas aceita Sr. Agora eu preciso terminar os meus afazeres, com licença. - Sai sem lhe dar a oportunidade de falar algo.

Voltei para minha sala e fiz o que restava deixaria o resto para fazer amanhã, alguém bate na porta e eu olho e sorrio ao ver aquele sorriso tímido.

— Já está terminando? - Entra e se senta em minha frente.

— Ainda falta algumas coisas, mas é coisa rápida. 

— Quer companhia para voltar pra casa? - Sorri de lado.

—  Não quero te ocupar com coisa boba. - Retribuo o sorriso. 

— Não é bobo, sempre vou ao Starbucks no final do expediente, antes ia sozinho e agora você pode ir comigo se quiser. 

—  Eu realmente estou precisando. - Faço cara de cansada e ele sorri.

Terminei de organizar minha sala e então saímos, estávamos esperando o elevador quando meus olhos por acaso vai em direção a sala de Dylan, ele ainda estava trabalhando em sua mesa desarrumada cheia de papéis, o elevador chegou e então entramos. 

Jay disse que era perto e então fomos andando.

—  O que está achando do emprego? - Puxou assunto.

—  Bastante cansativo. - Falo sem animo. 

—  E olha que hoje foi só o primeiro dia. - Gargalhou ele.

— E já estou entediada, mas confesso que os benefícios do trabalho são excelentes, porém não pretendo ficar ali por muito tempo.

Me lembro que eu e Dylan precisamos começar com as atividades o quanto antes, eu preciso aprender tudo o mais rápido.

— Já surgiu outro emprego melhor?

—  É, quase isso. - Sorri pensando em o quanto isso era complicado.

Já estávamos na porta do Starbucks, entramos e fomos nos sentar.

— Um Churros Frappuccino com Donuts de Creme por favor. - Jay fez seu pedido.

— Um Churros Frappuccino e um pedaço de torta de morango. 

Ele anotou e depois saiu.

—  Seu pedido nunca muda. - Me lembrou.

—  Parece que eles me escolheram e não ao contrário. - Gargalhei.

—  Eu entendo bem, nunca peço bebida diferente de Churros Frappuccino a não ser o café express tradicional. 

—  Você sempre tomava o express para ir a faculdade na segunda, lembra?! Você sempre estava de ressaca. - Sorri lembrando de como essa época era boa. 

—  Você sempre me xingava por isso, dizia que eu precisava tomar juízo, eis aqui, tomei mais juízo do que imaginei um dia. 

 —  Ótimo saber que ouviu meus concelhos, eles sempre foram bons. - Me gabei. 

 —  Tenho que concordar. - Sorriu. 

Ficamos em silencio por um tempo.

  —  Lydia eu queria te perguntar isso já faz um tempo, porém não tive oportunidade, mas agora que estamos aqui queria saber por que agiu daquela maneira quando viu seu ex-sogro. - Quando ele disse isso meu coração acelerou, eu não queria falar disso. - Se não quiser falar tudo bem, eu só fiquei preocupado com você naquele dia. 

—  A história é complicada. - Estava hesitando, ele permaneceu em silêncio.

—  Eu entendo, está tudo bem. - Foi compreensivo, mas percebi seu tom chateado.

Ficamos em um clima ruim junto de um silêncio extremamente incômodo.

—  Meu namoro ainda estava recente, dois meses para ser exata ele era um bom sogro me dava presentes e eu não levava na maldade até que isso começou a ficar frequente e eu comecei a me sentir desconfortável, um dia ele me deu um carro mesmo eu já tendo um. - Sorri friamente ao lembrar da cena. - Me pediu para não contar a Matheus pois ele poderia não gostar, eu não aceitei claro, mas a história não parou por ai ele começou a querer ficar perto demais em uma noite de chuva meu carro estragou ele estava com a esposa dele no carro, me ofereceram uma carona eu hesitei ao máximo porém não conseguia falar com ninguém sabia que se eu ficasse ali seria pior e além do mais o que ele poderia fazer comigo com sua esposa ali presente?! Ele me levou até a casa dele achei estranho, a esposa dele desceu do carro e quando eu iria fazer o mesmo ele travou as portas rapidamente dizendo que iria me levar em casa pensei em tentar abrir a porta, mas ele não me deu tempo arrancou o carro deixando sua inocente esposa para trás, eu disse que queria descer várias vezes eu estava realmente com medo do que ele poderia ser capaz resolvi fica quieta e entrar em seu jogo, ele não traçou o caminho da minha casa e sim o caminho de um motel, me fez entrar no quarto eu já estava chorando e ele não ligava ele tentou tirar minha roupa a força, mas eu não deixei taquei um vaso artesanal de vidro em sua cabeça o fazendo desacordar, sai correndo do quarto indo até a recepção liguei para policia e fiz o boletim de ocorrência, ele negou tudo disse que eu estava ali por que quis e os policias acreditaram disseram que eu não tinha provas suficientes para dizer que foi sequestro ou tentativa de estupro, e como você já imagina eu não tive coragem de contar isso a mais ninguém, inventei uma desculpa para Matheus e nunca mais fui em sua casa, e antes do dia na praia eu nunca mais tinha visto aquele monstro. - Soltei um suspiro quando terminei, era como se eu estivesse soltando algo que estava preso em minha garganta à muito tempo.

 —  Lydia. . . - Sua expressão era de espanto. - Eu não sei o que dizer.

—  Se estivesse em seu lugar eu também não saberia. - Beberiquei meu café e sorri de lado.

—  Como você consegue agir friamente em questão a isso? 

—  Eu guardei isso por muito tempo Jay, isso já não causa efeito em mim, mas não pense que eu o perdoei ainda irei fazer com que ele pague pelo que fez. 

—  Se precisar de ajuda, eu com certeza estarei disposto. - Jay disse com convicção.

—  Você é um amor de pessoa sabia?! - Sorri.

—  Estou indignado Lydia, ele é um babaca nojento se tivesse me contado isso no dia da praia eu teria quebrado a cara dele. - Sua expressão era séria, ele ficava lindo assim.

—  Se acalma garotão, eu sei me defender. - Me aconcheguei na cadeira.

— Você apenas pensa que sabe. - Soltou um sorriso de alivio ao me ver tranquila. 

— Mas não sou frágil, está tudo bem, obrigado por me ouvir. - Coloquei minha mão sobre a sua e sorri,  ele retribuiu o sorriso, mas ainda parecia preocupado.

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