-2-

108 8 17
                                    

Trevor encarava-nos com uma cara de deboche e até ousadia. Tomei a iniciativa e continuei a caminhar até ao balcão ignorando os olhares dele para as minhas pernas descobertas. Rayna veio atrás e Amélie ficou no mesmo lugar de antes. 



- A que devo a honra de ter as três irmãs aqui na minha farmácia? - perguntou irónico com os braços cruzados. - Não me digam que aquela ali quer matar saudades de mim, foi boa a noite não foi bebé? - dirigiu a atenção para Amélie.

- Deixa-te disso Trevor, só queremos este remédio. - Rayna mostrou a caixa vazia e Trevor pegou fazendo uma cara curiosa. 

- Sabes que não posso vender este remédio sem prescrição médica, certo? Um genérico sim, mas este não. - voltou a colocar a caixa no balcão e suspirei.

- Mas é urgente, faz esse favor. - pedi e ele riu fraco.

- Não tenho de fazer favor nenhum, muito menos depois de tudo, Katerina. - sorriu cínico. - Não que me interesse muito, mas quem é que está doente? 

- Olha... - Amélie disse aproximando-se a passos pesados - Podes não querer ajudar por tudo que aconteceu, mas o Freddie é uma criança e está doente, nós precisamos desse remédio. Então, por favor, mexe os cordelinhos e faz o que elas te pediram. - podia sentir toda a sua raiva e nervosismo apenas pela forma impulsiva e rápida com que falou. 

- E o que eu tenho em troca? - Trevor indagou fazendo Ray fechar os olhos e respirar fundo, ela estava preocupada com o filho e aquele filho da mãe a atrasar tudo. 

- Depois vês, mexe essa bunda agora. - Amélie disse fingindo calma, até sorriu para Trevor que assentiu e saiu para o armazém à procura do remédio. 



Encarei a minha irmã que me olhou séria, o que ela estava a pensar? Quando ia perguntar, Trevor voltou. Colocou a caixa num saquinho e deu-o a Rayna. 



- Fica por minha conta, o teu filho não tem culpa da família doente que tem. 

- Não quero, eu vou pagar. - rebateu decidida e pegou na carteira tirando algumas notas. 

- Não é preciso, já disse.-  Trevor insistiu e Rayna não recuou a mão estendida com o dinheiro.

- Não queres pegar, tudo bem. Então fica aqui. - deixou em cima do balcão - De ti eu não quero nada, nem que seja para a saúde do meu filho, posso muito bem pagar por isso. 

- Era só um presente. - defendeu-se e Rayna deu de ombros virando-se para sair. 



Fui atrás dela e percebi Amélie no mesmo lugar sem se mover. 



- Agora nós, bebé. - Trevor disse saindo de trás do balcão. - Tenho a noite toda aqui para te satisfazer, depois deixo-te em casa. - se aquelas palavras fossem ditas por Louis eu não sentiria nojo, mas Trevor fazia parecer algo sujo e porco. 

- Satisfazer, é? - Amélie provocou e ainda não tinha percebido quais as reais intenções dela, se ela pensa que vai voltar a dormir com Trevor está muito enganada, nem que a tire daqui pelos cabelos. Dei um passo atrás mas parei vendo Amélie tapear a cara de Trevor com toda a força possível. - Espero que isto te satisfaça pelo resto da noite. 

Nana, who are you? 2 || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora