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O doutor Miller acompanhou-me até à sala do meu pai, onde a família da Katerina esperava por notícias. Ainda não digeri muito bem o que realmente aconteceu. A chance do filho ser meu era de 50%, eu só precisava que ela acordasse e confirmasse. Enquanto isso, eu estava ansioso e com o coração na mão. 

Abri a porta e entrei vendo Dalila vir ao meu encontro rapidamente. 



- Como ela está? - perguntou aflita e apertei a sua mão.

- Ela vai ficar bem. - disse sem muita convicção. 

- Como o Louis disse, ela vai ficar bem. - doutor Miller disse mais convicto - Apesar de tudo, ela agora está estável e só precisará de alguns dias para recuperar. 

- Mas o que ela teve? - Michael perguntou um pouco distante. 

- Você é...

- O namorado. - respondeu e o médico assentiu.

- O que aconteceu foi que ela estava grávida de pouco mais de um mês e teve um aborto espontâneo. - soltou a bomba. 

- Quê? - Dalila disse encarando-me - A minha menina perdeu o bebé?! Oh meu Deus. - abracei-a ouvindo o seu choro. 

- Isso não é possível. - Michael disse fazendo todos o olharem - Não é possível ela ter engravidado, nós sempre usamos preservativo e ela toma a pílula sempre. 

- Isso não significa que não possa ter engravidado, o preservativo estoura na maioria dos casos e em outros a pílula pode ter sido esquecida, ou o efeito foi cortado por algo. 

- Não, isso não pode ser. Nós sempre tomámos o maior cuidado e agora ela aparece grávida?! - indignou-se e senti o olhar de James sobre mim, ele estava a pensar o mesmo que eu, com certeza. 

- Se você é o namorado, tem de acreditar que isso é possível. - o doutor Miller disse irredutível e Michael suspirou.

- Nós nunca falamos de filhos, talvez isso aconteceu porque nenhum de nós estava preparado. Talvez tenha sido o melhor. - suspirou e Dalila fuzilou-o.

- Como? - disse com raiva - Como ousas dizer que foi melhor ela perder um filho? 

- Não disse que foi melhor, mas você não iria querer que a sua filha fosse mãe aos 19 anos, certo? 

- Errado. - Dalila disse furiosa - Eu fui mãe aos 18 e a minha Rayna aos 16, achas que eu penso que é ruim? Ela seria muito apoiada e iria criar essa criança com todo o amor, ao contrário de ti. Sai da minha frente, eu sabia que não eras merecedor dela.

- Posso vê-la? - Michael perguntou ao médico ignorando Dalila. 

- Ela está a dormir. - respondeu. - Deve acordar dentro de algumas horas. 

- Ok, eu vou embora então, não tenho nada para fazer aqui. Amanhã eu volto. - despediu-se e saiu deixando Dalila com vontade de o matar. 



Ela olhou para mim e abraçou-me novamente. 



- Só Deus sabe como eu queria que esse bebé fosse teu, tu mereces ser pai, ele não. - acariciei as suas costas sentindo o peso daquelas palavras - Eu vou ficar a noite aqui. - avisou a todos.

- Eu fico contigo, Lila. - informei e ela não negou, apenas sorriu fraco.

- Vou levá-la ao quarto. - o doutor Miller saiu com Dalila.

Nana, who are you? 2 || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora