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Senti movimentos ao meu lado e, assim que abri os olhos, vi Katerina já acordada a encarar-me. Cocei os olhos e conferi as horas no telemóvel vendo que ainda eram 7h, muito cedo. 



- Ainda é cedo.-  disse sonolento - Como é que já estás acordada? - questionei e ela sorriu envergonhada.

- Eu queria acordar antes de ti, não queria correr o risco de me expulsares outra vez. - ri fraco e aconcheguei-me nos lençóis, ambos ainda estávamos nus. 

- Não iria fazer isso. Mas foi só por isso que acordaste cedo? - semicerrei o olhar estranhando.

- Não, eu acordei porque estou cheia de dores. - ri e ela bateu-me no peito mas prendi a sua mão com a minha. - Para, não tem piada Louis.

- Óbvio que tem, eu queria que ficasses assim. 

- És um imbecil. 

  - Onde te dói? - indaguei um tanto preocupado.   

  - Nas pernas, no pescoço, na bunda pelos tapas que me deste e um pouco nos braços.  

  - E naquele lugar não? - segurei o riso e ela puxou a sua mão presa na minha para me bater, mas não deixei.   

  - Não, naquele lugar não, só lá perto. - ri  - Não tem graça. - choramingou - Estou toda quebrada por causa de ti. 

- Tu vieste ao meu quarto para isso, tiveste o que mereceste e, admite babe, foi bom pra caralho! 

- É, tenho de concordar. - rimos.

- Ainda temos bastante tempo até à hora de descermos, deixa-me fazer-te uma massagem. - ela já estava de costas o que me facilitou subir em cima dela e começar uma massagem no seu corpo. 



***



- Volta sempre, Louis. Foi muito bom ter-te cá. - Ashanti disse enquanto me abraçava, era hora de partir. 

- Eu voltarei, tens a minha certeza. Adorei conhecer-te.

- Manda um beijo ao teu pai e diz que ele está a dever muitas visitas aqui. Ele já não vem faz alguns anos. 

- Eu vou dizer-lhe, acho que lhe fará bem. - respondi - E vou trazer a minha irmã na próxima.

-  Traz sim, vou adorar conhecê-la. 



Despedi-me das crianças e todas me fizeram prometer que voltaria. Nunca pensei ficar tão apegado a tanta gente assim em apenas duas semanas. 

Vi Katerina abraçada a uma menina, visivelmente emocionada. Era a Niara, ela andava com ela no colo quase todos os dias. Niara era das crianças mais novas e mais comunicativas. 

Aproximei-me e vi um monte de meninas a chorar. Se para nós custava dizer-lhes adeus, imagino que para elas deveria custar bem mais. Nós voltaremos para as nossas vidas cheias de conforto e regalias, enquanto elas continuam aqui a lutar a cada dia como se fosse o último. 



- Não chorem princesinhas. - limpei o rosto a algumas meninas. 


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Nana, who are you? 2 || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora