-20-

105 4 11
                                    

No dia seguinte fomos visitar o hospital, imensas crianças estavam ali internadas e era nosso dever levar um pouco de alegria até elas. Ficámos divididos por várias salas e macas. Era tão doloroso vê-las a sofrer. Falei e brinquei com várias crianças em uma sala, quando saí para ir para outra, Louis passou rápido na minha frente. 

Observei-o de costas e vi como os seus ombros subiam e desciam, ele estava a chorar! Fui atrás dele, eu estava preocupada e, imaginar Louis sofrer, ainda era algo que me machucava. Ele estava encostado à parede de um corredor vazio. Caminhei calmamente até lá, mas Ashanti apareceu saindo de uma sala, chegando primeiro. 

Decidi ficar onde estava, não sei se ele gostaria de saber que eu estava a vê-lo daquele jeito. 



- O que foi Louis? - ela perguntou passando a mão nas costas dele.

- Uma criança estava ali com a avó. - respondeu entre soluços - Ela não tem pais e... - aumentou o choro deixado-me com o coração apertado e curiosa para saber o que essa criança tinha - A avó disse que só estava contando as horas para a menina partir. - Ashanti abraçou-o de lado dizendo palavras de conforto - Eu sei que não deveria ter ficado assim na frente delas mas é muito para mim, ela é tão pequenina e está tão doente. 

- Eu sei Louis, eu sei. Mas tens de entender que a vida é injusta e que não há muito a fazer nestas situações.

- Porquê Ashanti, por que tem de ser as crianças a passar por algo tão desumano assim? - perguntou em meio ao choro e a essa hora lágrimas já banhavam o meu rosto também. 

- Dizem que Deus quer as melhores pessoas junto dele, eu gosto de acreditar nisso. - sorriu triste e, só então, percebeu que eu estava no fundo do corredor a observar e ouvir tudo. - Eu tenho de fazer outras coisas, ficas bem?

- Fico, isto já passa. - respondeu baixo e ela assentiu saindo de perto para que eu pudesse aproximar-me. 



Caminhei devagar até ele pensando em como o abordaria. Talvez, palavras nem fossem necessárias, talvez Louis só precisasse de um abraço. Quando dei por mim, já estava atrás dele. Apertei o seu ombro lentamente e ele assustou-se virando-se para trás. O olhar dele prendeu-se no meu e, como se eu sentisse que ele precisava de um abraço, envolvi os meus braços em volta do seu pescoço sentindo os seus com força em volta do meu tronco. 

Foi só minutos depois que Louis ficou mais calmo. Solta-mo-nos devagar e limpámos o rosto. Eu queria dizer algo mas não sabia o que dizer nestas horas. 



- Eu posso conhecer essa menina? - questionei levada pela curiosidade. Louis encarou-me por segundos e assentiu.

- Claro, vamos. - sorriu fraco e saiu na frente. 



Assim que chegámos perto da avó que estava com a bebé no colo, Louis pegou na mãozinha dela e ficámos longos minutos ali. 


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Nana, who are you? 2 || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora