-25-

66 4 14
                                    

Quando acordei, Katerina já não estava na cama. Espreguicei-me e levantei-me. As suas roupas continuavam ali e peguei nelas, deixaria na lavandaria. Katerina estava sentada no sofá da sala a encarar o nada. 



- Bom dia. - disse chamando a sua atenção.

- Bom dia. - respondeu baixo.

- Vou deixar para lavar. - mostrei as roupas e ela apenas assentiu voltando a desviar o olhar para o nada. 



Voltei e estendi a minha mão para ela pegar. Katerina olhou-me confusa. 



- Vamos para a cozinha, temos de comer e acho que cozinhar te faria bem. - expliquei.

- E queres que eu cozinhe para ti? - questionou com o olhar semicerrado.

- É o máximo que podes fazer depois de eu te acolher sem saber o motivo, ainda. - ela riu fraco e assentiu pegando na minha mão.

- Tens razão. Vai ser bom ter a cabeça ocupada por alguns minutos. 



Sentei-me na banqueta do balcão e fiquei a observá-la pegar nos ingredientes e começar a fazer panquecas. 



- E se fosses contando o que aconteceu? - sugeri e ela parou de bater a massa e olhou-me durante alguns segundos.

- Tudo bem, mas antes de começar deixa-me dizer-te que estiveste cheio de razão desde sempre. - admitiu. - E que estou preparada para ouvir o teu "eu avisei-te". 

- Então força nisso. - encorajei-a e ela começou a contar tudo sobre o verdadeiro Michael.



Tive vontade de ir atrás dele e dar-lhe uma surra, mostrar-lhe que não deveria ter magoado Katerina, mas depois lembro-me que ela também me magoou com ele e a vontade some. Eu sabia que Michael não era quem parecia ser, mas não esperava que ele fosse tão cafajeste assim. Nunca pensei que ele era casado. Ele sem dúvida que se superou na idiotice. 

Katerina chorava enquanto me contava tudo e fazia o nosso café da manhã. Quando ela terminou, respirou fundo e olhou-me.



- E foi isso, eu não queria ir para casa e ter de contar isso para toda a minha família, então a única pessoa que eu sabia que podia contar que não me iria forçar a nada, eras tu. - sorri fraco.

- Não sei se fico honrada com isso ou ofendido por ser a segunda opção. - brinquei mas ela olhou-me aflita.

- Não Louis, não és segunda opção, eu não quis dizer isso. - ri.

- Estava a brincar. - ela suspirou aliviada - Mas sobre isso tudo: EU AVISEI. - fiz questão de sublinhar. 

- Eu sei. - respondeu e deu-me um prato com panquecas. - Eu sinto-me tão sei lá. - deu de ombros e sentou-se ao meu lado servindo-me café.

- Isso vai passar. - garanti e ela sorriu fechado.

- Mas isto não vai ficar assim. - disse mais séria e encarei-a curioso - Eu vou vingar-me dele. 

Nana, who are you? 2 || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora