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Parei antes de subir a escadaria e encarei as duas que ficaram paradas na porta. Anabelle estava bem ao meu lado tão confusa quanto eu. Rayna entrou e veio ao meu encontro, abraçou-me levemente e cumprimentou Anabelle. 



- O que ela faz aqui, Ray? - questionei alto o suficiente para Katerina ouvir. - Eu não a quero na minha casa. - vi pelo canto de olho como a cabeça de Katerina se virou na minha direção. 

- Eu sei, ela insistiu para vir comigo, acho que ela quer conversar contigo.

- Comigo? Não temos nada para conversar. - disse firme. 

- Escuta-a por favor. Eu não sei o que ela quer mas se ela veio aqui é porque ainda tem algo para te dizer. 

- Tudo bem, por ti. - Ray assentiu e chamou Katerina para entrar. 



Ela aproximou-se aos poucos e deixou o seu olhar cair em mim. Não vou negar, eu estava esperançoso que ela tivesse aceite a minha proposta de recomeçar, mesmo que isso seja quase impossível, ela estava tão convicta da decisão que tomou. 



- Podemos conversar a sós? - indagou com a voz baixa, sorte que a música do salão debaixo não se propagava tanto, senão seria impossível de a escutar. 

- Não, ou falas agora ou vais embora. Eu estou ocupado. - abracei Anabelle pela cintura vendo os olhos de Katerina seguiram os movimentos da minha mão. 

- Tudo bem. - suspirou e encarou o chão antes de olhar para mim novamente - Eu apenas queria garantir que não te fosses meter em problemas ou fazer algo contigo próprio. - estreitei o olhar para ela e reparei que Rayna estava confusa também.

- O que queres dizer com isso? - questionei.

- Eu sei como tu agiste depois da morte da tua mãe, tenho receio de que voltes a ter aquela vida, até porque voltaste a reencontrar algumas das pessoas de teu passado.

- Tu estás preocupada comigo, é isso? - ri sem humor - Faz-me um favor Katerina, a minha vida não gira em volta de ti. - ela olhou-me sem pestanejar, talvez assustada pelo meu tom de voz, firme e direto - Quando a minha mãe morreu além do choque que foi por ser a minha mãe, eu era um pré-adolescente, eu não pensava em mais ninguém a não ser em mim, mas agora eu sou pai, e a minha vida gira em torno do meu filho. Não sejas tão presunçosa ao ponto de pensar que eu iria querer destruir a minha vida só porque tu  me colocaste os cornos. 



Anabelle olhou-me surpresa e sabia que tinha de lhe explicar mais tarde. Katerina desviou o olhar para o chão e, conhecendo-a como conheço, sabia que estava a segurar o choro. 



- Eu apenas me preocupo contigo Louis. Só isso, mas se estás bem, ótimo. 

- Ótimo mesmo, se ainda te preocupas comigo tenta ao máximo não aparecer à minha frente. Agora, sai daqui, já não és bem-vinda. 



Katerina virou costas e saiu apressada.



- Kate espera. - Ray gritou correndo atrás dela - Era isto que vinhas aqui fazer? Apenas garantir que ele ficasse bem? Não vais nem tentar correr atrás?

Nana, who are you? 2 || L.T. ||Onde histórias criam vida. Descubra agora