LOUCA OBSESSÃO Livro 2

Capítulo 01

Jamie

A volta para São Paulo levou o tempo necessário para que meus pensamentos fossem organizados e toda a situação analisada. Rever Tita tinha despertado as sensações que conheci no tempo em que ficamos casados. Meu corpo incendiou e minha pele parecia em brasas quando a vi. Ela estava linda como sempre e os seus olhos transmitiam uma força que nunca tinha visto antes. Dois anos que não nos encontrávamos e mal conseguir manter um pensamento coerente. Meus olhos pareciam buscar os seus e minha língua travou diante de tanta saudade. Precisava dela como um louco. Precisava de seu toque, do cheiro de sua pele, do gosto de sua boca, dos seus gemidos, seus sorrisos, suas dores, seus pensamentos. Queria tudo que era meu por direito e que me foi tirado por dois anos. Novamente senti aquele necessidade de posse, capaz de exprimir meu peito. Tita havia sido minha mulher e deixou sua marca em minha alma, como nenhuma outra. Quem penso enganar, ninguém nunca chegou tão perto. Ela corria em minhas veias como um maldito veneno, sugando cada minuto de minha vida inútil e fria. Tita era meu calor, meu alento, parte de mim e não havia saída que não fosse para junto dela. Maldita mulher, que me viciou em seu corpo. Nesses dois anos não houve um uma única vez que consegui ir para cama com outra mulher. Era sempre como se a estivesse traindo e nem ex.citado conseguia ficar. Maldita! Bastava ver uma das suas fotos para lembrar de seu corpo arqueando para me receber, sua boca entreabrindo esperando pela minha. Os gemidos malditos e as palavras sujas sussurradas em segredo em meio ao clímax. Como sinto falta daquela língua afiada e do seu olhar questionador.  Provocadora dos infernos. Minha cabeça começou a doer antes mesmo do avião pousar em São Paulo. Apertei minhas bolas, lembrando a dor que me causou e do desafio que foi lançado enquanto me torturava um pouco mais com seu corpo.

O pior ocorreu quando cheguei na casa onde dividi com ela. Todos os nossos momentos felizes e de extrema loucura. Ao abrir a porta senti como se ela estivesse à minha espera e correria ao meu encontro, pulando em meus braços, rodeando suas pernas sobre a minha cintura e buscando minha boca para um beijo.

– Passei o dia esperando por você, sabia? – Lembrei de um dos nossos momentos e era como se cada detalhe fosse exposto em minha frente. Tita estava com os cabelos molhados, sinal de que havia saído a pouco tempo do banho. O short jeans surrado, que sempre usava para ficar em casa. Camiseta branca sem nenhum sutiã porque adorava me enlouquecer exibindo os mamilos pontudos sobre o tecido colado. O cheiro natural de sua pele que era melhor que qualquer perfume importado. – Preparei o jantar e está de comer rezando – Sorriu deslizando do meu colo. Ela me provocava e adorava quando fazia. Não fui capaz de subir para o nosso quarto. Não sou masoquista a tal ponto. Liguei o aparelho de som e resolvi me torturar com David Bisbal. Era a música que tocava quando fizemos amor nas alturas.

...Agora estou aqui

Buscando–a de novo e

Já não estás, se foi...

Precisava dela. Sim, precisava. Como deixei que escapasse? Como foi possível estragar tudo? Ela já era minha e mesmo assim a mandei embora.

Talvez você a viu lhe diga, que eu sempre a adorei
E que nunca a esqueci
Que minha vida é um deserto e eu morro de sede
E diga também, que só junto a ela posso respirar
Não há brilho nas estrelas
Já nem o sol, me aquece
E estou muito sozinho aqui, não sei onde foi
Por favor lhe diga você.

Bebi como um descontrolado querendo me afogar nas lembranças que a casa me proporcionava. Maldita Lúcia por me fazer de idiota. Velha intrometida e ardilosa. Conseguiu me tirar da caverna fria em que vivia para me jogar no fogo daquela outra maldita mulher.

– Maldito todos – Gritei caindo sobre um sofá. A música terminava e se repetia. Era um inferno mas estava apenas no começo.

            **************

Parei o carro em frente a um escritório de advocacia e antes de entrar tomei um remédio para dor de cabeça. Não poderia voltar a perder o controle novamente. Havia passado os meus primeiros meses em Nova York mergulhado na bebida. Por algum momento pensei que jamais voltaria a sensatez mas por sorte sempre tive um instinto de sobrevivência e nunca me entreguei ao desespero. Andei a passos largos e percebi o olhar atento dos curiosos. Aquele era o começo do meu acerto de contas e da minha luta para ter a Tita de volta.
– Senhor Carter? – Felipe Santos estava sentado em uma saleta abarrotado de papéis.
– Que degradação – Estreitou os olhos ofendido.
– O que deseja? – Observei uma foto sobre a mesa. Era um grupo de amigos e não foi difícil achar a Tita no meio. Ela era a que mais sorria. – Não tenho o dia inteiro.
– Quero que volte a trabalhar para mim – Falei sem rodeios. Felipe sempre foi um excelente funcionário e o demiti injustamente. Naquele momento estava querendo me livrar de tudo que me lembrasse a dor do que achei ser a traição da minha mulher e seu amigo foi um bom alvo.
– Já tenho um emprego onde sou tratado com dignidade...
– Sem discurso sentimental. Nós dois sabemos que seu trabalho é uma merda e o salário uma miséria – Retirei o contrato da minha pasta e deixei sobre a mesa – Esse é o seu novo contrato de trabalho. Leia e se estiver interessado assine. Tem até amanhã para se apresentar à empresa e continuo não tolerando atrasos – Felipe trabalhou cinco anos ao meu lado e me conhecia suficiente para saber que aquilo era o mais perto de um pedido de desculpas. Voltei para o escritório e me deparei sem secretária e sem assistente. Mônica havia pedido demissão logo após minha saida do país. As pessoas pareciam assustadas ao perceberem minha presença. Há dois anos não pisava o pé na filial da Carter no Brasil e nem pensava em fazer novamente. O mais provável era que fechasse as portas. Talvez essa informação tenha chegado aos ouvidos dos funcionários e por isso estejam assustados imaginando que estou aqui para começar o processo de desligamento da filial.

        

          ***************

A semana inteira passei dedicado ao trabalho e todos os dias liguei para Lúcia, que parecia realmente bem. Não que aquele espetáculo ridículo tenha me convencido mas precisava admitir de que ela ultimamente tinha um aspecto sofrido e a tristeza acentuada. Era sexta feira e me preparei para sair do escritório.
– Fez o que pedi? – Felipe andava ao meu lado enquanto me dirigia para o elevador.
– A casa está alugada e a dona irá entregar as chaves para o senhor. Contratei alguém para limpar e abastecer a geladeira. Duas equipes de segurança foram designadas e providenciei que ficassem em uma outra casa revezando a proteção. A primeira equipe já está na cidade e devidamente instalada. A outra seguiu hoje pela manhã e pedi que levassem um dos seus carros, assim não precisaria alugar um veículo. A aeronave está pronta para leva-lo até Belo Horizonte e depois um helicóptero o aguarda. A mala está feita no carro.
– Ótimo. Estarei de volta na segunda feira.

Eu voltei meu povo! Sei que desapareci por quase dois meses mas tive bons motivos. A princípio era final de semestre e a faculdade "botou" pocando nas provas. Depois foi a viagem de férias e diversão com meus bubujos lindos! E para finalizar precisei visitar a family e fazer a média, já que estava a quase nove meses sem ve-los. Então é isso. Curtam bastante e comentem de verdade. Quero opiniões sinceras. Beijos e abraços.

     Day :)