LOUCA OBSESSÃO Livro 2

Capítulo 20

Nunca em toda a minha vida imaginei ver o Jamie carregando engradados de cerveja nas costas em suas roupas que custam mais que o estoque de bebidas que acabei de pagar. Ele não reclamou e nem fez corpo mole. O trabalho no bar começa bem antes de abrirmos porque tudo deve estar limpo e preparado para os clientes. Dormimos pouco, trabalhamos muito e é por isso que pago ótimos salários aos meus funcionários, sem contar no bônus e as gorjetas. Comecei a classificar com o Ariel os uísques que tiveram mais saída e a quantidade a ser comprada para estoque.
— Aí meu pai amado! — Cléo me abraçou e depois caiu no chão por trás do balcão. - ele tirou a camisa! Como vou sobreviver a essa tortura sem pecar. - sorri vendo seu escândalo.
- Precisa ver a quantidade de mulher que está sentada na praça babando por seu homem. - Laila, outra funcionária entrou pegando as cadeiras para lavar na calçada.
- Ele é lindo, não é? - falei orgulhosa. Não sentia ciúmes por ouvir os suspiros da mulherada. Era algo normal ver o quanto chama atenção. Meu ciúme geralmente é voltado para pessoa certa, como a Annika. Fui ajudar com a limpeza das mesas lá fora e Jamie estava gostoso! Sem camisa, suado, cabelos bagunçados, a calça jeans caindo sobre os quadris... Puta merda! Precisava leva-lo para meu escritório e passar minha língua por todo o seu corpo. Ele veio até mim e me abraçou.
- Essa cara é de quando está pensando sacanagem. - sussurrou em minha orelha antes de morde-la. Gemi passando minhas unhas por suas costas.
- Culpada! - olhei em volta e a mulherada resolveu sair de casa toda arrumada. - Está arrasando corações. É melhor colocar uma camisa ou terei que te salvar do assédio das novas fãs. - ele sorriu e segurou meu rosto para me beijar. Seus lábios macios sempre controlando os meus.
- Só o seu coração me interessa.
- Então não tem com o que se preocupar. Meu coração é inteirinho seu.
- Desculpe interromper esse clima de romance mas preciso perguntar uma coisa para o seu namorado. - Cléo gritou enquanto caminhava até onde estávamos.
- Pode perguntar. - Virei para olha-la e Jamie rodeou os braços em volta dos meus ombros e encostou a ereção bem no meio da minha bunda.
- Você tem irmãos, primos, primos de segundo grau? - ele negou com a cabeça. - Talvez um clone?
- Vai trabalhar, Cléo. - peguei a mangueira que estava sendo usada para lavar as mesas e ameacei molhar seu cabelo.
- Tenho que tentar. Não quero ficar pra titia é uma vida muito triste cuidando de vinte gatos.
- Ariel está louco pra casar! - ela saiu resmungando. Jamie estava sério e segurou minha mão beijando-a com carinho.
- Não tenho irmãos. - afirmou.
- Eu sei.
- Tenho uma irmã. - fui pega de surpresa e antes que falasse alguma coisa minha mãe chegou chamando a nossa atenção.
- Depois precisamos conversar sobre isso. - avisei antes que Vitória tomasse o seu tempo. Jamie saiu e precisei ouvir da minha mãe que não era certo exigir que um homem tão importante trabalhasse como um peão. Que deveria estar com ele em casa e não o expondo dessa maneira.
- Não é certo filha! - tentou arrumar meu cabelo mas me afastei.
- Ele se ofereceu para me ajudar e não reclamou em nada.
- É um cavalheiro! Está tentando te agradar. - concordei. Ela olhou para onde o Jamie estava parado falando ao celular. - Vocês estão usando camisinha? É que coloquei algumas em seu criado mudo e hoje quando fui arrumar seu quarto percebi que não tinham sido usadas. - não me importei com seu questionamento. Sempre falamos de sexo abertamente e nunca precisei esconder nada. Não era algo que me envergonhasse.
- Não gosto que fuxique minhas coisas.
- Estava procurando aquele brinco seu que adoro.
- Nunca usamos preservativos. - ela fez uma cara de reprovação.
- Não deve transar sem camisinha, querida. Sei que ele parece um cara responsável mas se não usa com você pode muito bem não usar com as anteriores.
- Jamie me assegurou que não fazia sexo sem camisinha.
- Confia nele?
- Confio plenamente! - falei com convicção.
- Ainda está com o implante anticepcional?
- Claro! Estou segura por três anos. Não tem com o que se preocupar. Sou responsável - ela pareceu aliviada e me abraçou.
- Não quero que deixe seus sonhos de lado por causa de uma gravidez indesejada.
- Assim como aconteceu com você, quando descobriu que estava me esperando? - me afastei e ela tentou me tocar mas não deixei. Era o horrível saber que fui um dos motivos para que parasse de cantar e se tornasse uma dona de casa infeliz.
- Não foi isso que disse. - tentou explicar mas já era tarde. Entrei no bar e peguei minha bolsa e a chave do carro.
- Jamie, vamos! - ele segurou meu braço antes que entrasse na minha caminhonete.
- O que houve?
- Depois te explico. Agora precisamos ir para casa do Beto ou chegaremos atrasados. Você também me deve uma explicação sobre essa história de irmã. - ele vestiu a camisa e foi para o lado do passageiro. Dirigi calada e ele também não falou nada. Liguei o rádio e olhei para o Jamie que parecia pensativo demais. Entremos na área rural e aumentei o som que me distraiu.