Capítulo 28

11.5K 1.1K 241
                                    

Tita

Ele pareceu não se abalar e levantou para tentar me beijar. Me esquivei e puxei uma cadeira. Quase podia ver a fumaça saindo por minhas narinas e tentei fazer a "fina". 
— Espero realmente não estar atrapalhando a comemoração tão... íntima. — Jamie sentou ao meu lado bebendo o resto de champanhe da taça em um único gole. — Nervoso, amor?
— Está interpretando errado a situação. — falou pausadamente como se fosse uma idiota. — Vamos pra casa! — levantou o braço chamando o garçom e pedindo a conta. Realmente não me conhecia.
— Está transando com essa vadia?
— Não tenho que ouvir esse tipo coisa. Voltarei para o escritório, senhor Carter. — tentou sair mas segurei seu braço e a fiz sentar novamente.
— Você fica! — seu olhar era de raiva e maldade pura. Fiquei com frio na espinha quando mudou por completo seu olhar para o Jamie, mostrando uma falsa vergonha e constrangimento.
— Pare com isso merda! Não pode chegar aqui e humilhar minha funcionária. — Jamie murmurou para não chamar a atenção dos outros frequentadores do restaurante. Não poderia deixa-la sair como a ofendida.
— Não fale assim comigo!
— Vamos pra casa agora. — levantou como se fosse inocente. Aquilo fez crescer um ódio que atingiu o meu limite. Queria esganar os dois.
— Nem ao menos vai negar? — minha voz ficou alterada.
— Negar o que? — falou entre os dentes.
— Melhor deixa-los a sós. — Annika tentou levantar novamente e desta vez deixei. — Devo pedir que cancele a reunião com o gerente de vendas?
— O que deve fazer é voltar para sua sala e limpar sua mesa. Você está demitida! — falei com um sorrisso nos lábios. Seu rosto ficou pálido. Quase senti pena. Quase! Jamie segurou meu braço e me puxou para fora do restaurante. — me largue! Jamie está apertando meu braço. — ele soltou e passou a mão pelo cabelo.
— Que diabos deu em você? — abriu a porta do carro e entrei. Ele fez o mesmo. — Que porra de cena foi aquela?
— Essa pergunta é minha! Que porra de cena foi aquela? — gritei — disse que não poderia almoçar comigo para ficar com ela. Aquela puta! Como fui burra de confiar em você. Nem ao menos negou.
— Tita... Você não está pensando direito. Não tenho nada a ver com aquela mulher que não seja trabalho. Tire essas merdas da cabeça. — sua calma me deu nos nervos. Queria briga e sua passividade estava acabando com tudo.
— Champanhe, toques e risadas fazem parte do contrato de trabalho?
— Não vou descutir no carro. Em casa conversamos. — parei de falar quando percebi o show que fazia para o motorista. A minha perna balançava ansiosa e quase poderia sentir o sangue correndo por minhas veias. Dei uma olhada para o Jamie e notei que sua calma era apenas por fora. Sabia que explodiria assim que estivéssemos sozinhos. O carro mal parou e ele saltou sem me esperar.
— O que fez foi inaceitável. — gritou assim que entrei na sala.
— Você estava com outra mulher e o que fiz foi inaceitável? Cretino!
— Estava com a minha assistente em um almoço de trabalho. Resolvendo problemas sérios.
— Com champanhe! Acha mesmo que sou alguma imbecil? — gritei jogando minha bolsa no sofá.
— Você não entende, não é? Perdi contratos importantes depois do escândalo em nosso casamento.
— Isso é desculpa sua. Nada do que aconteceu naquele dia saiu em jornais e revistas. Ninguém entrou na festa com celular, esqueceu? Foram apenas rumores. — ele balançou a cabeça como se estivesse falado uma estupidez.
— Haviam mais de trezentas pessoas na festa. Onde noventa porcento fazem negócios com a nossa empresa. Sei que não se importa com o meu trabalho e até acha que sou viciado mas tenho responsabilidade com aqueles que trabalham comigo. Várias pessoas sustentam suas casas com o emprego em nossas empresas.
— Não vejo sentido no que está falando.
— Annika conseguiu um almoço com o CEO que deu para trás em uma negociação grande. Resumindo tudo é que precisei me encontrar com ele.  Almoçamos juntos e cerca de dez minutos antes de você aparecer e fazer aquela cena ridícula Juarez Mendes tinha saido. Conseguimos fechar o negócio e por isso pedi champanhe. Com o contrato da MaisTec fechado, outros também perderam o medo de estar associado a um homem com o passado duvidoso. — passou a mão pelo cabelo e fiquei sem querer acreditar. O que vi parecia certo. Mas o que vi? Fechei os olhos e lembrei dos dois rindo e brindando. Annika tocou seu braço e ele sorriu balançando a cabeça em afirmação ao que ela falava.
— Posso ter exagerado um pouco... mas é claro como água que ela tem interesse em você. Como pode ser tão cego? — sua expressão não suavizou e sabia que estávamos entrando em um grande conflito. Jamie parecia ter uma venda gigante quando o assunto era Annika.
— Trabalho com ela à anos e em nenhum momento demonstrou nada além de dedicação e profissionalismo. Se fosse diferente teria feito algum avanço quando estávamos separados. Isso nunca aconteceu.
— Talvez tenha feito e nem se deu conta. Talvez percebeu e aceitou seus avanços e agora não sabe como me contar. Ou talvez ainda esteja a mantendo como seu lanchinho no fim do expediente. — seu olhar era ferido. Magoado.
— Como pode duvidar do que sinto por você? Que merda! Não sou nenhuma criança, Tita. Sou um homem e sempre soube o que queria. Quero você! Amo você! Não teria lutado por estar ao seu lado se não fosse real ou tivesse interesse em outra mulher. Não sou um traidor! Nem covarde! — cobrir meu rosto com as mãos e tentei esconder as lagrimas. — Annika não me interessa. Nenhuma outra mulher me interessa. É só você! Sempre foi apenas você. — ele tentou me abraçar mas o afastei. Jamie não ficou surpreso apenas chateado.
— Fala que me quer mas não me toca. Não me beija como antes. — limpei as lagrimas tendo uma nova onda de raiva.
— Você ficou maluca! — gemeu virando as costas para mim. Seus ombros subiam e desciam em respirações curtas. — Desejo você com tanta força... É difícil deitar ao seu lado e não tocar em seu corpo, beijar sua boca... foder gostoso a noite inteira. — as palavras dançavam em minha pele causando uma vibração maravilhosa em meu corpo.
— Então porque me evitou? — ele sorriu e virou para me encarar.
— Ouvi você chorar todas as noites no banheiro. — fiquei surpresa. Estava certa que ele não sabia de nada. Não queria deixa-lo pensar que fosse culpado. Ele não teve culpa! — Não sei lidar com ninguém chorando. Sabe disso. Gosto quando brigamos, como agora. Posso lidar com sua raiva e traze-la a razão. Quando chora não sei o que fazer, o que falar. Não sei quais as melhores palavras a se dizer. Sou duro e direto. — Também sabia disso. Conhecia sua casca dura e agora sei os motivos para estar sempre pronto para atacar. Foi assim que aprendeu a lidar com as dificuldades. — Como poderia exigir sexo quando estava fragilizada. Droga! Estava me sentindo um maldito viciado em boceta, porque mesmo vendo sua tristeza estava sempre duro e pronto para enterrar meu pau em você. Foda-se! Não sou um cretino sem sentimentos. É minha esposa e estava esperando que estivesse pronta. Queria te dar tempo. — alisou meu braço. — sei que sofre pela perda do bebê. — precisei me afastar. Não queria falar sobre isso.
— Não! Já passou e agora estou bem. Voltei a terapia e logo começará o curso de culinária. Tudo está perfeito. Ótimo! — tentou me abraçar mas novamente me afastei. Jamie não falou mais nada e subiu as escadas saltando dois degraus sem dificuldade nenhuma. Sentei no sofá e esfreguei o rosto deixando meu cabelo cair sobre os ombros e escondendo minha vergonha. Não sei o que fazer. Esse era meu medo ao casar tão rápido. Amo ele com todas as minhas forças e conheço sua essência e um pouco do seu passado. Verdade seja dita, se juntarmos os três meses de casados da primeira vezes e o tempo que estamos agora é menos que nove meses. Mas a carga emocional foi suficiente para uma vida. Já passei por tanta coisa com o Jamie que é difícil pensar. Chantagem, casamento,  tesão, sexo, paixão, amor, desconfiança, aborto, divórcio, sofrimento, dor e mais dor. Reencontro, raiva, desejo, sexo, amor, medo, bebê, casamento e novamente um aborto. É como repetir o mesmo erro. E imaginar que pensei estar madura o suficiente para aguentar a vida ao lado dele. Não esperava um conto de fadas, já que ele também não é nenhum príncipe encantado e nunca me prometou um " felizes para sempre". Peguei meu celular e cliquei no aplicativo que diz exatamente o dia em estaria ovulando. Dois dias e poderíamos transar! A certeza que logo ficaria grávida novamente fez um pouco de esperança renascer em meu peito. Ele me daria um filho! Foi com essa convicção que entrei em nosso quarto. Retirei cada peça de roupa e entrei no banheiro. Jamie estava com a cabeça para trás lavando o cabelo. Abri o box e a espuma do shampoo descia por seus ombros, peito e barriga. Antes que abrisse os olhos deslizei minha mão por seu abdômen perfeito.
— Estou com tanta saudade. — segurou firme meu queixo e mordiscou meu lábio inferior. Gemi passando a língua onde seus dentes me marcaram.
— Como pode achar que não te quero? Você é tudo pra mim. — fiquei de costas para ele e empinei minha bunda. Queria deixar claro o que desejava. Deseja meu marido mais que qualquer coisa. Ele também era o meu tudo. Perde-lo estava fora de cogitação. Rosnou contra meu pescoço e levantou uma das minhas pernas empurrando seu pau com força em minha boceta. Gemi jogando a cabeça para trás. Estava presa entre uma parede de vidro e outra de músculos. Seu pau batia fundo me esticando ao máximo. Exigindo total submissão. Jamie não me tocava em nenhum outro lugar e mesmo assim era bom. Bruto! Selvagem! Era pele com pele, sem carinho ou cuidado. Do jeito que gostávamos.

LOUCA OBSESSÃO Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora