Capítulo 15

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Peguei o café em cima da mesa e fui sentar na varanda e absorver um pouco daquela história. Que o Jamie fosse louco, já sabia, mas aquilo... ui, foi demais.
— Podemos conversar?
— Não se passaram cinco minutos, Jamie. Esse não é exatamente o tempo que pedi. — olhei para ele e estava agitado, passando as mãos pelos cabelos e travando o maxilar.
— Não vou aceitar que me deixe de novo.
— As vezes é como conversar com uma pedra. Já falei que não vou embora. Estou confusa, tudo bem? Muito confusa.
— Confusa sobre nós?
— Antes de reaparecer em minha vida, tinha certeza que o que sentíamos era uma atração obsessiva. Esses últimos dias tinham derrubado essa teoria e acreditei realmente que me amava.
— Porque está duvidando do meu amor? — andou em minha direção e precisei levantar a cabeça para mirar seus olhos.
— Agora não sei se é amor ou uma espécie de loucura. Você alimentou essa obsessão durante esse tempo que estivemos separados. — passei por baixo dos seus braços e sentei em uma das cadeiras. Agora não tinha certeza se ele me amava realmente ou se era uma obsessão que sentia por mim.
— Não duvide dos meus sentimentos.
— É complicado devido às circunstâncias. Sente aqui comigo, por favor. — ele veio e me encaixei entre suas pernas. Me abraçou forte e descansei minha cabeça contra seu peito. — As vezes consigo notar que se esforça para manter o controle. Ontem à noite, foi um desses momentos.
— Não queria machucar você. — entrelacei nossos dedos e beijei a aliança em seu dedo.
— Por enquanto estamos fechado em nosso mundo, mas logo retomaremos a nossa rotina normal e me pergunto como vai reagir?
— Esquece o que aconteceu, vamos aproveitar nosso domingo — beijou a lateral do meu pescoço e apertou meu seio. Era uma fuga. Jamie queria usar do sexo para fugir da conversa.
— Se tentar fazer sexo comigo, vou considerar como uma falta de respeito da sua parte. — parou e xingou um leque de opções bastante conhecidas por mim. — Você mora aqui e eu vivo no Brasil.
— Posso morar onde desejar sem nenhum problema.
— Pode viver em Monte Alegre?
— Você sabe que lá é inviável. Mas São Paulo é ideal. Tenho uma filial importante na cidade e não será nenhum problema.
— Tem certeza? Não quero que se prejudique.
— Sempre morei lá e cá. Nunca houve nenhum prejuízo com isso.
— Ótimo! Já vamos estar no mesmo país.
— Tita... Estive pensando — oh, não! Já imaginava o que iria falar.
— Não vou morar com você em São Paulo. — me afastei dele e sentei na outra ponta. — É dessas coisas suas que tenho medo. Tenho uma vida, sabia? Tenho um bom trabalho, que é rentável e divertido, adoro a cidade, tenho amigos e família.
— Acha que vou aguentar ficar longe? Como será que vamos manter esse relacionamento?
— Como qualquer pessoa normal que mantém um namoro a distância. Podemos nos ver aos fins de semana. Alternamos quem vai ver quem. Uma semana posse ir até você e não outra você vai me ver. Conversaremos por telefone, chamada de vídeo e mensagem.
— Não! Você vai morar comigo e nos fins de semana, podemos visitar sua mãe.
— Não vai rolar. E se for pra me pressionar prefiro terminar tudo e ir embora.
— Não vai dar certo. — gritou me assustando — Sabe que não vou aceitar viver longe.
— Com você não tem conversa. — tentei sair mas ele me segurou. Achei por alguns segundos que fosse me impor sua vontade, mas Jamie apenas me abraçou e enfiltrou o rosto na curva do meu pescoço.
— Sinto muito, não quis assusta-la.
— Tarde demais! Estou muito assustada.
— Eu te amo. Pode duvidar de tudo menos do meu amor. — fiquei um tempo sentindo seu cheiro e absorvendo suas palavras.
— Quero que arranque aquelas fotos e rasgue tudo. Mas primeiro... — peguei o dedo com aliança e coloquei na boca, puxando o anel devagar com o dente.
— Precisamos de um novo começo é essa é uma fase das nossas vidas que ficou no passado.
— Tita, não acho necessário tirar essa aliança. Devolve. — Joguei do parapeito e torci para não acertar ninguém lá em baixo.
— É o primeiro homem a fazer drama por não usar uma aliança. — parte de mim também gostava do fato de saber que nunca deixou de se sentir como um homem casado. Mas precisávamos nos libertar e Jamie ainda estava preso no passado. — A partir de hoje acabaram os excessos. Nada de casamentos forçados, sequestros, quartos estranhos, presentes extravagantes e principalmente, vai aceitar que teremos um namoro longo, muito longo para depois quem sabe, um noivado mais longo ainda, aí sim, vamos pensar em morar juntos e por fim, em um futuro distante, um casamento.
— Quanto tempo de namoro, noivado antes de morarmos juntos?
— Uns dois anos de namoro, três de noivado...
— O que? — se afastou e começou andar de um lado para o outro. Sabia que estava tramando alguma coisa mas não imaginava o que se tratava. — Vou andar de bengala quando me casar com você.
— Não seja dramático. Parece as reclamações de uma tia solteirona.
— Podemos negociar. — gritei quando ele agarrou minha coxa e me levantou.
— Jamie... ah, senhor! Vou cair.
— Pare de espernear. — andou comigo até me pressionar contra uma parede e ofeguei contra seu peito. — Vamos diminuir esse tempo em seis meses. — começou a lamber minha orelha e passou a apertar meu seio.
— Não! Sexo não vai ser usado como moeda de troca. Pode ir guardando esse pau dentro das calças.  — rosnou irritado e se afastou, praguejando como maluco. Deixei que tivesse tempo para pensar e finalmente relaxei um pouco. Não quis pensar no quarto e tratei de tomar um banho e me vestir. Jamie estava trancado na sala de ginástica e pelo barulho estava socando alguma coisa. O som também estava estrondando e quase fiquei surda quando entrei.

LOUCA OBSESSÃO Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora