Último Capítulo

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Saí da minha casa pensando em dar a luz a uma menina e deixei tudo pronto para sua chegada mas agora voltei com duas. Se tenho estrutura emocional para lidar com dois bebês? Possivelmente não! Mas estou tentando não enlouquecer e isso é  bom, verdade? Coloquei a Annie em seu berço. Jamie tinha comprado enquanto estava no hospital e colocado ao lado do berço da Laura.
— O teste de DNA saiu. — Jamie entrou no quarto agarrado a um envelope branco. Ainda estava lacrado.
— Quer que eu abra? — ele ficou calado. — Quer mesmo saber?
— Fará diferença para você?
— Não! — respondi firme.
— Então não precisamos saber de nada. — ele me abraçou e descansei minha cabeça em seu peito.
— Você é pai de quatro crianças, Jamie.
— E o homem mais feliz do mundo.

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Duas semanas em casa e tenho certeza que não dormir mais do que 5 horas por noite. Jamie até tenta ajudar mas como sou a única com peitos em forma de comida fica difícil.
— Tita, alguém acordou — ouvi o choro na babá eletrônica e levantei como um zumbi. Precisava ser rápida ou logo seriam duas bebês famintas querendo atenção. Peguei a pequena chorona e coloquei no peito. Não poderia cochilar com ela amamentando. Corria o risco dela engasgar ou coisa pior. O bico do meu peito ainda doía por conta da pressão e chegou até a rachar. Foi uma dor sem igual. Estava tão cansada que precisei olhar bem para a bebê em meu colo para saber que se tratava da Laura, a faminta. Não demorou muito e Annie acordou, abrindo o berreiro.
— Jamie preciso de apoio aqui. — falei pela babá eletrônica. Ele apereceu sem camisa e com os cabelos bagunçados. Pegou a Annie mas a menina não se acalmava. Tentei tirar a Laura do peito para colocar a Annie mas ela chorou quando o abastecimento do leite foi cortado.
— O que faço aqui? — Jamie sempre entrava em pânico com o choro. Abri o outro lado do meu robe e expus meu seio esquerdo. Estavam enormes e pesados. O leite escorria sempre que estavam desse jeito.
— Tenta colocar ela aqui. — Jamie segurou a Annie próximo ao seio e ela sugou com vontade. Estava exausta. Mal conseguia tomar um banho.
— Talvez fosse melhor repensar sobre ter uma babá. — já tínhamos discutido sobre o assunto. Não me sentia bem com outras pessoas cuidando dos meus filhos. 
— Não quero babá! Não estou trabalhando e posso muito bem cuidar das minhas meninas. Se não tivéssemos dinheiro não poderia ter ajuda, teria que me virar, não é?
— Querida, felizmente nós temos dinheiro, E muito. Porque não pode aceitar ajuda? — Não respondi. Depois da barriga cheia, uma sessão de arrotos, fraudas trocadas, mais uma rodada de leite, outro arroto e muito balanço para que voltassem a dormi consegui deitar na minha cama. Tudo isso levou quase 3 horas da minha madrugada. 2 horas depois estava em pé. Ajudo Pedro a se vestir para a escola, apreso Fábio no banheiro, corro para trocar a frauda das meninas e passo quase 40 minutos amamentando. Desço para o café da manhã e todos se foram. Tento manter as duas acordadas mas elas dormem e pior é que não consigo descansar porque estou sempre nessa vibe de cochilar, comer e trocar frauda, banho e depois mais comida.

Jamie

Já tinha se passado 2 meses desde a chegada das meninas e mesmo com o fim do repouso não tivemos sexo. Tita não aceitava ajuda e acredito que quer provar que pode conseguir. Annie tem chorado muito ultimamente e as vezes chega a ser enlouquecedor. O pediatra atribuí as cólicas já que ela está muito bem de saúde. Com tudo em que estamos vivendo é impossível termos um tempo para nós. Por esse motivo precisei pedir ajuda a última pessoa do mundo que poderia me ajuda sem nada em troca. Minha sogra!
— Preciso de um bom tempo com a Tita. — ela tinha me recebido em seu apartamento e até me ofereceu café. Aceitei para mostrar que não tenho medo de ser envenenado.
— Ah, então me quer de babá.
— Tita está está sobrecarregada e precisa relaxar. Nós precisamos!
— Hummm sei... — ela olhou para a janela e arrumou os cabelos. — Quero liberdade para entrar e sair da sua casa. Quero estar perto da minha família mesmo que isso inclua você.
— Tudo bem! Mas também tenho algumas exigências — ela levantou as sobrancelha mas concordou.
— Não vai fazer distinção entre a Annie e outros. Poderá nos visitar sempre que desejar mas nunca entrar em meu quarto sem bater. — revirou os olhos do mesmo jeito da Tita. —
Não perderá nenhuma apresentação idiota, nem as que ache relevante. Vai nos apoiar e tentar indicar um caminho quando estivermos equivocados, e posso garantir que vai acontecer muito. Quero os natais, aniversários, inclusive os meus, feriados, férias de final de ano, dia do trabalho e tudo que tivermos direito. Nunca vai se afastar da nossa família e pode me criticar o bastante. Cada vez que me provocar vou acreditar que é uma forma de dizer que me ama — Vitória tentou segurar o choro e com muito esforço engoliu as lágrimas.
— Não vou facilitar a sua vida.
— Espero que não!

LOUCA OBSESSÃO Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora