Capítulo 12 - 8 de julho (Sofia)

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8 de julho de 2016

Querido diário,

Segui o meu próprio conselho e, bem... a noite foi fantástica.

Ele tinha tudo planeado.

Jantámos num restaurante de hambúrgueres gourmet, mesmo no centro de Leiria, e, depois de me ter desafiado a comer um hamburger duplo, que mais me parecia ser do tamanho da Torre Eiffel, deliciámo-nos com uma sobremesa. A minha favorita, para dizer a verdade, um Petit Gateau de chocolate, com uma generosa bola de gelado.

Acredita, houve momentos em que pensei que a noite não pudesse adoçar mais. Confesso que partilhei também parte dessa minha insegurança numa mensagem rápida às Gémeas, quando fui retocar a maquilhagem. Podes pensar que foi a "típica desculpa de rapariga", mas não foi. Eu precisava mesmo de a retocar depois de as lágrimas me terem chegado aos olhos de tanto rir com o que ele dizia. Ele tem um ótimo sentido de humor. Não é que ele estivesse propriamente a contar anedotas. Nada disso. Era, simplesmente, pela maneira como contava as coisas. Com um humor e ironia que há muito tempo não tinha na minha vida. A não ser pelas Gémeas, era certo. Mas era diferente. Bastante...

Mas a insegurança que senti acabou por se dissipar quando soube o filme que ele tinha escolhido. Foi quando me apercebi melhor da sua dedicação.

Foi às 21:35 que entrámos no Cinema City para vermos Viver Depois de Ti.

Juro-te que não esperava.

Imaginava algum filme de terror, ação ou até ficção científica. Filmes de que até gosto, para te ser sincera. Mas a sua escolha... Uau! Foi mesmo algo que não esperava.

E também não esperava que a sala estivesse quase cheia. Observado era coisa que ele não se sentia, já que, perto do final do filme, me pegou timidamente na mão. Senti os seus dedos calorosos envolverem os meus e senti o intensificar da sua respiração ao aproximar-se de mim e sussurrar:

- Espero nunca vir a descobrir...

- O quê? – sibilei, tremulamente.

- Ter de aprender a viver depois de ti!

E derreti por completo.

Só não parei no chão porque as suas mãos se pousaram na minha cintura e me seguraram. Claramente ele estava divertido com a analogia feita, mas dei por mim a desejar o mesmo que ele. A não ter que viver sem ele.

Mas não quero pensar nisso.

Não!

Sinto-me tão renovada emocionalmente que tudo o que me apetece, neste momento, é ir correr. Correr sob este sol, tão quente agora como o meu coração.

Talvez até passe pela casa das Gémeas, antes que me depare com a marcha imperial à porta de minha casa (desculpa, mas eu e Guerra das Estrelas é aquela coisa...).

Beijinhos,

Sofia

Sofia

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