29 de julho de 2016
O meu coração pulsava fortemente, lembrando-me que estava viva.
Parecia que tinha acabado mesmo agora de correr.
Mas não! Isso fora há horas atrás...
Respirei e inspirei, profundamente, e, de uma só vez, tomei coragem e entrei na cozinha onde estavam os meus pais.
- Olá filha, está tudo bem? – quis saber o meu pai, dando-me um beijo rápido na testa, e ajudando, logo de seguida, a minha mãe na preparação dos grelhados para o jantar.
Vendo que não respondia, deixaram a morcela e o entrecosto e encararam-me, preocupados.
- Mãe, pai... eu...
As lágrimas afloravam-me, mas engolindo em seco, aclarei a voz e disse tudo de uma só vez:
- Eu estou a acabar a minha licenciatura... e não sei o que fazer depois. Farei um mestrado? Nos dias de hoje é isso que conta? Encontrarei um que me apaixone? Ou vou procurar um emprego, um emprego que não sei se gosto ou se irei ser completamente feliz... se será mesmo a minha paixão! Não sei o que fazer, nem sentir. E vocês... vocês quando tinham a minha idade estavam quase casados e a ter a Ana e... - engoli em seco – Como souberam o que tinham de fazer? Como souberam qual era a vossa paixão?
Os meus pais rapidamente se encaminharam para mim, abraçando-me carinhosamente.
- Minha princesa – começou o meu pai – nós não tivemos escolha...
- A paixão simplesmente encontrou-nos. E nós a ela ao longo dos anos. E foi com essa paixão que vos criámos, a ti e à tua irmã.
- A única resposta que te podemos dar, como pais, é que estaremos sempre aqui. Não tens de ter medo. Não tens de ter medo de falhar. Tens é de tentar. Sem tentares, nunca saberás. – retorquiu o meu pai, escondendo a lágrima, que lhe rolava pelo rosto, noutro abraço. – Hoje tens todas as possibilidades do mundo. Não deixes que o mundo te assuste. Não deixes que as espectativas dos outros te moldem. Só queremos que sejas feliz na decisão que tomares. Estaremos cá para te apoiar.
- Irás encontrar a tua paixão! – continuou a minha mãe, encostando-se a mim. – Ou ela irá encontrar-te a ti.
E foi assim. Tal e qual.
E gostava de te poder passar a sensação que os meus pais me deram ao me terem apoiado, não só emocionalmente, mas fisicamente. Os seus corpos experientes junto ao meu, que lutava por descobrir que caminho seguir. E agora, mais que nunca, sentia-me confiante. Sentia que tinha verdadeiramente a minha família unida e, isso, era tudo o que mais queria.
Agora o que quero é ser feliz! Uma felicidade que já me rodeia por saber que sou amada, amada pelas pessoas mais importantes da minha vida...
Sofia
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P.S.: Ficas Comigo? (Nova Edição)
Teen Fiction««« Nesta nova edição, Diogo Simões reúne-se com a revisora Ana Ferreira para um revisitar da história que alcançou mais de 4 mil leituras. »»» Passaram cinco anos desde que aquilo aconteceu. Desde que... desde que "aquilo" me marcou para o resto da...