Capítulo 54 - 11 de agosto

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11 de agosto de 2016

- Queres mesmo ficar comigo? – perguntei, receosa de que todo o seu belo discurso tivesse sido simples imaginação. Que tivesse sido uma partida pregada pelo meu departamento de sonhos e que, na verdade, estivesse prestes a acordar. A acordar e a desejar que a confissão que Pedro tinha vindo fazer-me a casa fosse verdade.

- Quero!!! - respondeu, sem fôlego.

- Devo estar a sonhar... - respondi, para os seus lábios que se voltavam a aproximar dos meus.

Os seus braços envolveram o meu corpo contra o seu e senti a madeira da porta nas minhas costas a suportar todo aquele desejo.

- Ai! – proclamei após a sua mordida gentil no meu lábio.

- Ainda pensas que estás a sonhar? – perguntou-me, divertido, parando de me beijar.

- Não! – respondi, divertida, pegando-lhe na mão que agora assentava no meu rosto.

Era impossível desviar o olhar do dele. Do desejo que ele demonstrava. Daquilo que ele queria fazer comigo.

- Estamos sozinhos? – Quis saber, encostando a sua testa à minha, fazendo-me arrepiar com o calor da sua respiração.

Assenti, incapaz de verbalizar o que quer que fosse, e deixei que me voltasse a beijar. Que me envolvesse em si e me abraçasse, brincando com o meu cabelo ainda despenteado e com os meus lábios, que se abriam para receber dos seus os beijos mais sentidos que já recebera.

Incapaz de controlar este desejo, que parecia só crescer a cada dança dos nossos corpos, encaminhei-o escada acima, para o meu quarto.

Nunca esperei ser eu a fazer isto. A quase que empurrar um rapaz para o meu quarto. Para a minha cama. Muito menos despir-me em frente a um..., mas..., mas eu gostava dele. E muito! O seu diário tinha sido a maior surpresa que alguma vez pudera ter. Quer a maneira como desde o início se apaixonara por mim, quer como tentou resolver tudo com o Carlos antes de tentar algo comigo.

Os seus olhos fizeram rapidamente o reconhecimento do quarto e, mal o seu olhar incidiu na cama ainda por fazer, agarrou-me na mão e puxou-me para si, deixando-se cair de costas na cama, arrastando-me com ele. As suas mãos estavam frenéticas, ora mexendo no meu cabelo, ora passando pelo meu rabo, puxando-me mais para ele. Sentindo-o por completo! Literalmente.

Tudo isto parecia irreal... Não fosse o lábio a latejar de tanto beijo e julgava estar a sonhar.

As minhas mãos também acompanhavam os seus movimentos, enterrando os dedos no seu cabelo e beijando-lhe o pescoço, desejando sentir ainda mais de si.

- Tens a certeza... - perguntou-me, com o receio a moldar-lhe a voz.

- S...sim! – acabei por responder, ajudando-o a tirar a camisola que trazia vestida. Camisola essa que fazia agora companhia à minha, no chão do quarto.

Os seus lábios percorriam os meus lábios, o meu pescoço e, por fim, o meu peito. Cada um deles parecia como que um curativo. Como se sarasse cada ferida que o tempo me tinha dado.

Beijei-lhe também o pescoço e deixei que me tirasse o resto de roupa que faltava. O mesmo fiz com ele, sentindo cada abdominal seu contra os meus dedos que o delineavam. Ao chegar ao cós das suas calças puxei-as, sentindo-o ainda mais firme contra mim.

Ele parecia sem fôlego. E, na verdade, até eu o estava sendo incapaz de conseguir respirar normalmente com tamanha proximidade.

Mas sabia bem! Sabia bem sentir o seu abraço apertado. O seu calor. O seu aconchego e dedicação a mim. Àquele momento! Até o seu toque parecia mágico. A maneira como tocava nos meus seios. Como os beijava. Como os deixava cair sobre o seu peito para depois me voltar a beijar.

As minhas mãos prendiam agora as suas e foi a minha vez de me juntar mais a ele.

Rapidamente levantou-se, foi à carteira, tirou um pequeno invólucro e voltou para mim, despindo-se agora por completo.

E... Oh! MEU! DEUS! Podia ficar horas a olhar para ele. A contemplar como, para além de belo por dentro, o era por fora.

Aproximou-se novamente de mim, tirando o resto de tecido que afastava os nossos corpos nus e entrou em mim. Foi a melhor sensação que alguma vez poderia ter tido!

- MEU DEUS!!!

- Estás a chamar-me de Deus ou estás a dizer isso porque soube estupidamente bem? – retorquiu, rindo-se, voltando a aproximar os seus lábios do meu pescoço, seduzindo-me com o ritmo da sua respiração.

- Acho que posso dizer que é por essas duas razões.

Ele riu-se, com um breve rubor a subir-lhe à face. E eu... eu entreguei-me. Entreguei-me ao que sentia por ele. A um amor que julgava ser impossível de sentir.

E foi assim, diário. Tal e qual!

Estar nos seus braços era a melhor sensação do mundo. Desde o seu toque quente e sedento por mais ao seu coração, que batia forte junto ao meu.

– Eu amo-te! - declarou, ainda preso em mim, beijando-me a cana do nariz, exausto.

- Disseste mesmo que íamos ver os filmes do Harry Potter com os extras? – quis saber, divertida.

Era engraçado a maneira como agora as emoções eram tão fáceis de ler no seu rosto.

- Ok... não esperava estar dentro de ti e estarmos a falar de outro homem... - ele riu-se, um riso contagioso, cheio de vida. – Mas sim... com todos os extras que há. Horas e horas de puro prazer em frente à televisão...

- Espero que ele deixe algum tempo para mim – respondi, rindo-me por entre os seus beijos.

- Para ti haverá sempre, sempre tempo! Nem que seja publicado outro livro. A tua alma será sempre tudo o que quererei ler. Para sempre!

- Amo-te tanto, Pedro! – confessei, deixando que me envolvesse novamente nele e começássemos de novo no jogo da sedução.

Nunca pensei que isto se passasse assim. Que fosse capaz de ter tanto à-vontade com alguém. Mas a causa era ele. O que trouxera à minha vida. E como, de uma maneira que nenhum de nós compreendia completamente, me ajudou a ultrapassar tudo.

E estou feliz diário. Feliz por tudo o que aconteceu. Feliz por me ter permitido tentar. Sem tabus!

Agora preciso de ir aproveitar o resto destes dias. O meu último ano letivo antes de uma outra aventura começar. E quero tê-la com ele. Quero fazer tudo com ele.

Vamos agora ver outro filme do Harry. Ou melhor, vamos fingir que vemos um filme e enrolar-nos um no outro. Não importa que seja verão. Tê-lo por perto é o melhor que há. Como que o meu sol pessoal. O meu namorado!

Por enquanto, manteremos as coisas entre nós. As Gémeas e os nossos pais ainda não precisam de saber. Queremos ter, pelo menos, alguns dias. Uns dias para nós, para nos conhecermos ainda mais.

Obrigado por me teres ouvido. Por me teres acompanhado ao longo destas semanas. Por não me teres julgado e, no fundo, me teres ajudado a crescer. Sem ti, nada disso seria possível. E sem ti, irmã, nada teria sido igual. Foi o teu caderno que encontrei. O caderno que outrora compraste para ti. O caderno que também te ouviu.

Curiosamente, estou nas duas últimas folhas e, sabes que mais? Está na altura de ter o meu próprio diário. Quem sabe não o partilhe com o Pedro de vez em quando? Claro que, será na mesma secreto, mas uma vez por outra não tem mal estas páginas saberem aquilo por que eu passo.

Adorei conhecer-te! Adorei que fosses o meu refúgio. Que sentisses a tinta da minha caneta azul! Estarás sempre comigo, meu diário... e minha irmã. Posso fechar-te agora, mas para ti, o meu coração, estará sempre aberto!

Beijinhos,

Sofia

P.S.: Ficas comigo?

P.P.S: Sempre Sofia, Sempre!


P.S.: Ficas Comigo? (Nova Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora