23 de julho de 2016
Meu parceiro do crime e do amor,
Que dias tenho tido! Nem imaginas! Nem eu imaginava, para ser sincero, que estaria tão entusiasmado por ir à praia. A sério!
Tudo começou na sexta-feira, dia 22, e estendeu-se até ao final da tarde de sábado.
Foi na sexta-feira, farto de estar fechado em casa, e depois de mensagens insistentes do Carlos para que fosse aproveitar o verão enquanto ele andava entretido em casa a arrumar as coisas com os pais, funcionando até como terapia, que decidi fazer frente ao calor abrasador, pegar no meu irmão e ir com ele à praia.
Claro que tudo poderia ter sido melhor se não me tivesse lembrado de convidar a minha melhor amiga... OK! Tenho de explicar o que te quero dizer: eu adoro-a! Adoro a Sara e estar com ela, levá-la foi das melhores coisas que poderia ter decidido. Contudo, quando estava a chegar à praia, reparei que mais alguém conhecido tinha tido a mesma ideia.
A Sofia.
E fiquei tão, mas tão contente de a ver, que quase me esquecia dos dois que tinha levado comigo ao segui-la discretamente praia fora. Foi só depois de alguns protestos deles para ter calma que abrandei, perscrutando os passos que a Sofia e as suas amigas davam. Ficou claro que a minha missão de hoje seria a de me estender ao bronze o mais próximo delas.
Marco e a Sara protestavam, por aquilo que estava a andar, dado que havia bons lugares por onde estávamos a passar. Rapidamente os convenci que queria estar o mais perto possível do mar. E tal veio mesmo a acontecer, ao observar que o sítio onde estava era suficientemente perto de onde estava Sofia.
Estendi a toalha, ajudei os meus outros dois companheiros a estenderem as suas e a porem protetor solar, e rapidamente me deitei, observando deliciosamente os movimentos débeis que Sofia, a uns vinte metros de mim, fazia para pôr protetor solar nas suas costas já meio bronzeadas.
"Meu Deus! Como gostava de ser eu a massajar a sua pele com o protetor" – pensei.
E foi assim boa parte da manhã: observá-la a rir; a jogar às raquetes com as suas amigas, observando as posições que fazia ao bater na bola; e até admirar a sua seriedade ao contemplar o mar. Julgava, por vezes, ver uma lágrima rolar-lhe pela cara, pela luz refletida do sol, mas se era de facto, uma lágrima, não a limpava. Ela era corajosa!
- Vamos ao mar? – perguntou Marco, ao final da manhã.
- Bora! Vamos lá antes do almoço! Vens, Sara?
- Isso é lá pergunta que se faça?
E, todos alegres, cada um com as suas razões, fomos a correr até ao mar. E meu Deus se não me soube bem baixar a temperatura... Tu percebes o que quero dizer, diário, não percebes?
Depois de almoço, já mais calmo, dei por mim a pensar em algo que me perturbou bastante: as amigas dela tinham-me visto beijar a rapariga de Erasmus. A Júlia. Será que ela sabia de algo? Será, sequer, que elas se lembravam?
Perdido neste pensamento de incerteza, nem dei pelo aproximar de Sara, que gesticulava os braços à minha frente, chamando-me a atenção.
- Anda ao mar, doce. Como é que consegues aguentar este calor?
- Nem sei... - respondi, mais para mim do que para ela.
- Puto! Não faças batota! Vou só dar um mergulho e já volto para a desforra! – Disse ela, divertida para o meu irmão que baralhava as cartas do UNO à medida que atendia a chamada do que julguei ser um amigo seu.
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P.S.: Ficas Comigo? (Nova Edição)
Ficção Adolescente««« Nesta nova edição, Diogo Simões reúne-se com a revisora Ana Ferreira para um revisitar da história que alcançou mais de 4 mil leituras. »»» Passaram cinco anos desde que aquilo aconteceu. Desde que... desde que "aquilo" me marcou para o resto da...