Capítulo 5 - 4 de julho (Sofia)

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4 de julho de 2016

Olá diário,

Não consigo mesmo parar de escrever nas tuas páginas... e, verdade seja dita, até me vou sentindo, de algum modo, mais leve por te ter a ti como meu confidente. Não que não confie nas minhas Gémeas ou outras amigas mais chegadas, como a Marta ou a Flávia, mas isto é diferente.

Falando em Gémeas... lembrei-me que te tenho algo ainda para acabar de contar. Pois é! Estava a falar-te de quando caí no meio da praça. Ok, não foi propriamente no meio da praça, mas para mim foi quase. Depois apareceu aquele rapaz, com aquele sorriso. Aqueles sorrisos que parece que conheceste durante toda a tua vida, sabes? Aquele sorriso familiar.

- Eia dama... desculpa-me!

Ele empurrou, gentilmente, o amigo que me tinha estendido a mão, sorriu-me novamente e içou-me. E para bem junto dele!!!

Digo-te uma coisa, parte do encanto quase que desaparecera ao sentir o seu bafo. Tresandava a álcool.

Mas depois.... Ai, depois ele voltou a sorrir e quase me derreti nos seus braços quentes e fortes. As Gémeas estavam boquiabertas com a minha atitude. Mas elas não eram as únicas. Eu também estava!

Estás a ver... não fui completamente honesta na entrada passada. Não me julgues! Estava só a testar a tua fidelidade, desculpas para quê? Eu tinha bebido uns dois shots com elas. É verdade. Ou seja, estando eu de estômago vazio e não estando habituada a beber, o líquido chegou-me ao estômago como uma autêntica bomba atómica. Arrasou por completo a minha perceção do que era certo e errado e, olha, acabei por me atirar para os braços do rapaz que me atirou para o meio da praça. Irónico, não?

- Estás bem? – perguntara depois de me ter amarrado contra si.

"Se a sensação de estar amarrada era esta, podia ficar assim a noite toda." Foi o que pensara na altura. Não sejas duro ao julgar-me. Habituada a beber é coisa que não estou, pelo que podia ter-me dado para pensar pior, não era?

A verdade é que aquele rapaz, com a sua t-shirt preta em V sobre a sua pele morena e as suas bermudas creme, tinha-me deixado a suspirar o resto da noite.

- Toma. Este é o meu número. Estou meio zonzo, miúda. Os meus guarda-costas já me estavam a levar para casa. Mas... mandas-me uma SMS ao chegar a casa?

E mandei!

Beijinho,

Sofia


P.S.: Ficas Comigo? (Nova Edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora