Capítulo 3 - Giulliana

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Capítulo 3 – Giulliana

 – Prontinho! Tudo está perfeito.

Abri um sorrisão em ver tudo pronto para o jantar. A comida estava quente, a mesa estava linda e a música era boa. E pra completar a noite, a chuva parou.

– Agora é só esperar para recebê-los.

Peguei um copo com água do filtro, um comprimido pra gripe do armário de primeiros socorros, e fui direto me sentar no sofá, enquanto esperava os três chegarem. Coloquei o copo entre as pernas, abri a boca, coloquei a língua pra fora e o comprimido no fim da língua, peguei o copo de água e enchi a boca com o líquido, segurando a respiração e me preparando mentalmente pra engolir aquele troço redondinho com gosto ruim, engoli tão rápido que me engasguei, é sempre assim, meu medo gigante de tomar remédio é algo terrível, sempre me afogo, me engasgo e sempre fico com a aquele sensação de que o remédio continua preso na minha garganta, tudo bem, eu admito, sou uma fracote pra medicações, tenho medo e nunca neguei.

– Ai que nojo. – Fiz a minha careta mais feia e fui correndo pegar um pêssego pra tirar aquele gosto ruim da boca.

Voltei para o sofá com o pêssego em mãos e de repente, ele, todo lindo e másculo, veio atingir os meus pensamentos em cheio. Suspirei, e quem não iria? Um deus grego como aquele, trabalhando ao meu lado, todos os dias. Oh, não! É eu sei. Estou encantadinha.

Opa, pera lá, meu radar de homens está apitando fortemente e me dizendo que ele é uma encrenca das mais lindas, um total problema. Uma perdição no meu pequeno mundo organizado.

Suspirei novamente e aí a campainha tocou. Corri pra abrir a porta.

– Tô indo! – Parei em frente à porta, alisei o cabelo, arrumei o vestido e coloquei o meu sorriso mais sensual no rosto.

– Giullie, que cheiro delicioso! Não me diga que você aprendeu a cozinhar. Trouxe seu pudim.

– Óbvio que não né Banana, eu comprei pronto.

Anna foi direto pra cozinha colocar aquela delícia na geladeira, nem ao menos um beijinho me deu, vovó fez o mesmo e foi atrás de Anna, correndo para o armário pegar uma taça para o vinho que ela trouxe. Cá entre nós, vovó é uma alcoólatra enrustida, tenho certeza que ela toma uma garrafa de vinho por dia, tanto que ela veio com duas hoje.

– Querida, pode fechar a porta, ele não vem! – Vovó gritou da cozinha.

Eu nem tinha percebido que estava segurando a porta amplamente aberta esperando ele entrar.

Como assim não vem?

Empurrei a porta com mais força do que devia.

– Eu comprei comida para um bando e aquele mané não vêm? Grande idiota!

– Olha essa boca moçinha! – Vovó me repreendeu. – Ele já tinha um compromisso, e achou que você não tinha levado a sério a resposta dele.

– Eu arrumei a minha casa, pelo amor de Deus! – Esbravejei.

– Sua casa querida, está sempre arrumada! Contrata alguém três vezes por semana pra isso, não é mesmo? – Anna agora estava de frente para o sistema de som, aumentando um pouco mais o volume.

– Sim, claro que sim, mas fiz a Mirna vir hoje, e hoje não era o dia dela!

– Certo, mas ele não vem, convide ele pra almoçar amanhã, e pronto. Agora vem cá tomar um vinho conosco e cantarolar um pouquinho.

E eu fui, adorava ABBA, e estava tocando Mamma Mia, não tinha como não cantar e dançar como louca, corri em direção a minha avó que me estendeu uma taça com vinho e começamos a cantar, ou melhor, gritar a música.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora