Capítulo 14 - Bernardo

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Capítulo 14 – Bernardo

Ouvi a porta bater e num pulo me sentei ereto no sofá, com um sorriso enorme no rosto, não acreditando que algo como isso poderia ter acontecido.

Giulliana acabou de me beijar!

Sim, eu sei que não foi um beijo, beijo, mas uma leve “pincelada”, um leve toque dos seus lábios nos meus, sua boca macia e perfeita, tocaram os meus lábios por um breve instante. Eu tive que conter todas as minhas forças e ir contra todas as minhas vontades para não agarra-la naquele momento, leva-la para o quarto e fazer dela nessa mesma noite, minha. Mas eu sei, eu sinto e vejo que a Giullie não faz o tipo de mulher que vai para a cama com caras aleatórios, só por necessidade, ou por pura vontade física. Posso até mesmo arriscar a dizer que ela só dormiu com seus namorados, se é que teve muitos. E eu não quero fazer dela esse tipo de mulher, não quero ter uma noite com ela e depois fingir que nem a conheço. Eu a quero. Eu a desejo, e muito. Acreditem em mim, mas eu nunca senti o que eu sinto por Giulliana, eu nunca desejei ter uma mulher por mais de uma noite, ou no caso das minhas namoradas, por status social. Se ela precisa ser conquistada, cortejada, eu o vou fazer.

Não importa quanto tempo leve, eu vou conquistar ela num banho-maria. Aos poucos, lentamente.

Se vocês estão aflitas desde já, imaginem-se no meu lugar. Aguardem, por que vai valer a pena. Cada minuto.

Eu não era o cara de flores e passeios a bibliotecas públicas, mas Giulliana está fazendo com que eu reveja esse conceito de homem arrogante e canalha. Aliás, ela está me fazendo rever todos os meus conceitos. Se André ou até mesmo a Duda me visse agora, eles iam tentar medir a minha temperatura para saber se estou delirando de febre.

Como ela pode ter entrado no meu sistema em tão pouco tempo?

A verdade é que eu não sei, sei apenas que estou atraído à primeira vista. Por uma mulher que não faz nem um pouco o meu tipo.

Devo dizer que eu realmente dei uma cochilada durante o filme, mas não estava dormindo profundamente, eu ouvi quando ela desligou a TV e começou a se mover pela sala para pegar as suas coisas, eu estava esperando que ela me “acordasse”, mas ela não o fez – creio que não queria me incomodar –, quando ia me levantar para falar com ela, a vi voltando, fechei rapidamente meu olhos e logo senti aquele simples toque que nunca vai sair da minha mente, nem mesmo quando eu estiver morto.

Apoiei meus cotovelos em meus joelhos e fiquei ali parado que nem um idiota, com um sorriso tipo Coringa no rosto. Nessa noite, eu dormi sorrindo, feliz e em paz.

Acordei com o som da campainha e várias batidas na porta, esfreguei meus olhos, me espreguicei um pouco e fui sem vontade alguma atender a porta. Não me dei nem ao luxo de olhar pelo olho mágico, deveria ser André ou Hugo batendo. Os dois não me deixam em paz nem no domingo. Destranquei a porta enquanto bocejava e a abri de modo escancarado, olhei para a fada loira que estava na minha frente, pasma, com a boca em forma de O, os olhos bem abertos e suas sobrancelhas sumiam na franja por me ver apenas de cueca. Imediatamente bati a porta na cara dela correndo pelo apartamento em busca de uma roupa. Não achei nada pela sala, nem pelos corredores, corri então para o meu armário e peguei uma camiseta branca e uma calça de moletom cinza. Fui até o banheiro, me escovei muito rápido, lavei o rosto e voltei correndo para abrir a porta novamente.

Mas ela não estava mais lá.

Ótimo Bernardo! Parabéns, você sempre consegue foder com tudo. A guria deve estar pensando que você não a queria receber. Grande cara. Por favor, ao invés de uma salva de palmas, me deem uma salva de socos.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora