Capítulo 11 - Giulliana

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Capítulo 11 – Giulliana

Acordei em meio a gritos histéricos, era uma voz estridente e irritante. Levantei num salto da cama.

Puta merda, invadiram a minha casa!

Quando saí pelo quarto em busca de algo para me defender, percebi que a decoração do quarto era diferente, o espaço era maior e mais clean, as paredes eram brancas e a cama era muito maior e mais confortável que a minha.

Esse não é o meu quarto... Será que...

Posso queimar ainda mais meu filme? Dormi na cama do Bernardo, no travesseiro dele, e embaixo dos lençóis dele. Aquele homem, sarado, sensual, romântico pra caramba vai me ver descabelada, fedorenta, com um bafo de matar qualquer leão, - o gosto na minha boca era de guarda-chuva -, não que eu já tenha comido ou lambido um, é só uma expressão. Mas era meio que nojento um cara que tu conheceu recentemente te ver assim. Resolvi que não faria nenhum mal em usar o banheiro dele, e tentar dar um jeito no meu aspecto desagradável. Deixaria ele resolver o que quer que fosse do outro lado da porta. E só depois sairia daqui. Abri seu armário do banheiro e encontrei uma escova de dente no pacote, peguei a pasta de dente e me escovei, era tudo o que eu precisava. Depois de me higienizar, prendi o cabelo no alto e resolvi que deveria ir para casa.

Antes de sair pela porta, arrumei a cama dele, e analisei o restante do cômodo. Uma cama que acredito ser uma cama box king size com lençóis brancos e macios no meio do quarto de frente para uma televisão de 42 polegadas ultra fina, algumas linhas verdes traçadas por todo o quarto davam um aspecto jovem para o cômodo. Uma grande porta que acredito ser o seu closet deveria ser maior que o meu quarto. Uma porta de vidro dava para uma sacada no qual a vista era deslumbrante, era possível ver toda a extensão do lago que cercava a cidade. Bernardo morava na cobertura, o único andar que era dividido em dois apartamentos. O dele e o do CEO de uma construtora. Os outros andares eram divididos em quatro apartamentos por andar.

Os gritos não se ouviam mais, deduzi então que poderia sair e torcer para que não desse de cara com ele. Apesar de estar em seu apartamento, eu me sentia muito estranha por ter dormido em seu quarto, após conhecê-lo apenas três dias atrás. Abri a porta bem devagarzinho, torcendo para que ele tivesse saído de casa. No fim do corredor dei de cara com uma loira, alta, magérrima e muito, muito linda. Suas bochechas estavam vermelhas, seus olhos com resquícios de lágrimas e seu rímel levemente borrado.

– Quem é você? – Pergunta a loira de forma ríspida.

Nesse mesmo instante Bernardo que estava sentado no sofá de cabeça baixa, se levanta e me olha assustado. Seu corpo rígido e suas mãos em punhos.

– Eu, eu sou a... – Olhei para ele, olhei para a loira e não sabia o que falar. – Uma amiga, e você? – Questionei curiosa, mas Bernando interrompe antes que a loira possa pronunciar algo.

– Luana, vai embora! – Bernando indicou a porta com a cabeça. – Agora!

– Ela é a sua vingança? – A loira chamada Luana pergunta, apontando o dedo para mim e logo me empurra, fazendo com que eu desse um passo para trás. – Essa é a vadia que você está fodendo para me magoar? – Gritou.

– EIII. – Gritei também e apontei o dedo indicador para o rosto dela. – Vadia não camarada! Quem você pensa que é para falar de alguém sem ao menos conhecer ela?

Bernardo imediatamente se prostrou na minha frente, segurando meus ombros e pedindo para que eu voltasse ao quarto.

– Por favor, me espera lá.

Tirei as suas mãos dos meus ombros e olhei para ele com revolta.

– Eu não vou esperar nada, como se eu tivesse culpa por algo e tivesse que me esconder. Eu vou é pra casa! Obrigada por ontem. – Olhei para Luana, arqueei a sobrancelha e dei um sorriso sarcástico. – Até mais, ossuda.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora