Capítulo 18 - Bernardo

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Capítulo 18 – Bernardo

Ter discutido com Giulliana hoje cedo me desgastou. Sei que ela deve ter ficado furiosa com as barbaridades que a Luana falou, e sei também que ela deve ter pensado mil e uma besteiras quando a viu em meu apartamento.

Eu sei que não foi o certo deixar Luana perambulando pela minha sala, mas depois que vi Giullie somente de toalha, eu meio que saí de mim, e tive que sair da casa dela, foi aí que encontrei Luana batendo na minha porta, entrei em casa e fui direto tomar banho. Descontar um pouco da minha frustração com água gelada. Banho frio se tornou comum após eu conhecer Giulliana. Nem me dei conta que Luana havia entrado junto e estava falando e reclamando da vida, entrei no banheiro e tranquei a porta, pois se eu não o fizesse ela iria me seguir até mesmo ali.

Eu disse para a Giulliana o quanto ela me afetava. O quanto ela me fazia perder o bom senso. Mas a resposta que recebi dela, foi uma fuga. Não sei como deixar claro para ela o que eu tenho sentindo. Achei que simplesmente despejar a verdade seria o ideal, então a fui procurar em seu apartamento, mas ela não estava. Ainda deveria estar com a Bruna. Fico feliz pela Giullie ter visto a Bruna como irmã. Ela está mais solta, mais jovem e mais alegre do que é.

Fiquei em casa o dia inteiro vegetando. Liguei para o telefone da sua casa um pouco mais tarde e ela ainda não havia chegado. Li alguns contratos, agendei reuniões, atualizei a minha agenda e solicitei passagens aéreas para as minhas próximas viagens. Liguei novamente, mas a ligação só chamava. Decidi ir dormir mais cedo e disposto a conversar com ela amanhã.

Eu deveria estar no meu sétimo sono quando o meu celular começou a tocar loucamente. Esfreguei os olhos e dei uma olhada no relógio digital que ficava na cômoda ao lado da cama.

– Alô.  – Bocejei.

– Bernardo. Cara, como eu vou te falar isso. – André falava aflito e nervoso.

– Meu, você não podia esperar o sol nascer para me ligar. Caramba, é duas da manhã cara. – Me escorei na cabeceira da cama.

– Amigo, lamento lhe dar essa notícia nesse horário, mas a Giullie...

Meu coração disparou ao ouvir o nome dela, imediatamente fiquei em estado de alerta, tentando me preparar psicologicamente para a péssima notícia que eu teria.

– Por favor, me diz que ela tá viva. – Já estava em frente ao armário colocando a primeira calça jeans que eu vi e uma camiseta preta.

– Calma cara, ela tá bem, tá viva. – Falava André, tentando me acalmar. – Ela foi presa cara, por tráfico de drogas.

Congelei, e fiquei mudo, só ouvindo os relatos de André. – Ela me ligou, pedindo que eu levasse um advogado para ela e para Bruna no Palácio da Polícia.

– Por que ela ligou pra você? – Perguntei terminando de colocar os tênis. – Por que ela não ligou pra mim?

– Cara, eu não sei. Eu liguei para o Gustavo, pedi para que ele fosse comigo até lá. Já estou a caminho. Bernardo, eu só liguei pra você porque sei que o quanto você gosta dela. Mas cara fica calmo, você vai enlouquecer quando souber de tudo.

Giullie já conhecia Gustavo da noite entre amigos aqui em casa. Ele é ótimo e é meu advogado desde que se formou. Tenho certeza que André só o chamou, pois sabia que eu confiava plenamente no Gustavo.

– Merda André, essa mulher vai me enlouquecer, você já me viu surtar por causa de um rabo de saia? Eu nem me reconheço mais. Mas ok. Chego aí em quinze minutos. – Desliguei o celular e fui voando para a delegacia.

Ao chegar lá, André me relata tudo que sabe e a cada coisa que ele me fala, eu fico mais irado.

Gustavo já estava com as meninas em interrogatório.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora