Capítulo 13 - Giulliana

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Capítulo 13 – Giulliana

– Você é um cretino sabia? – Digo, fechando o livro com força.

– Eu não achei que tinha pegado no sono... Eu... – Tentava se explicar.

– Eu só não te chuto agora, por que estamos em uma biblioteca pública. – Me levanto emburrada e vou até a estante para devolver o livro.

Ele sabe como minar a animação de alguma pessoa. Que raiva!

– Giullie, espera, espera aí. - Disse segurando meu braço. – Eu não dormi porque fiquei entediado, eu acho que só estou cansado e sua voz por ser muito doce desacelerou o meu ritmo e no fim acabei pegando no sono. Não fica braba poxa.

– Tudo bem, mas agora eu quero ir embora.

– Como quiser. Me espera aqui que eu vou buscar a moto.

Ao sairmos da biblioteca, a noite já estava caindo, mas mesmo assim o centro continuava um formigueiro. Como Bernardo iria demorar um pouquinho, por ter estacionado longe e ter que dar uma volta para me buscar, resolvi comprar uma garrafinha de água em um sebo de livros ali ao lado. Desci um pouco a rua, e entrei na loja. O clima era aconchegante e estava tendo um sarau literário. Muitas pessoas estavam em cadeiras, outras no chão e outras na escada da loja que levava ao segundo andar, todos atentos e em silêncio, ouvindo um jovem de estilo meio indie recitar seu poema.

Estava sorrindo ao olhar toda aquela cena, esse tipo de coisa, essas atividades me impressionam e me deixam feliz. Senti uma mão segurar a minha cintura, e um corpo forte encostar-se ao meu.

Ai meu Deus, Bernardo está me cheirando.

– Bernardo, o que você... – Ao me virar me deparo com ele, meu ex-namorado. – Que merda é essa? – Grito.

– Quem é Bernardo, Giullia? – Questiona segurando meu pulso com força.

– Não me chama assim. Me solta! – Tentei puxar meu braço, mas ele apertou ainda mais.

– Vem, você não vai armar barraco aqui. – Me puxou para fora da loja.

– Eu já disse pra me soltar! – Puxei meu braço com mais força e consegui soltar, me afastando dele.

– Eu vou perguntar mais uma vez, quem é Bernardo, Giullia? – Me olhava enfurecido.

Dei alguns passos para trás, dando com as costas em uma parede, assustada com sua reação.

– Ninguém que você conheça!

– Isso não pode ser verdade, eu conheço metade dessa cidade. Não me diga que é o Gomes, não me diga que é aquele filho da puta que estava com você no bar! – Esbravejou se aproximando de mim.

– Se você não se afastar eu vou gritar. – Ameacei.

– Vou te levar para casa, e lá iremos conversar como dois adultos civilizados.

Virou-se acionando o alarme do seu carro importado que estava um pouco mais abaixo da rua, e eu aproveitei a oportunidade e corri rua acima, não esperando para ver a reação dele. Eu sabia que ele estava me seguindo, pois conseguia o ouvir gritando atrás de mim. Vi a moto de Bernardo estacionada em frente à biblioteca e ele ao telefone passando a mão pelo cabelo, ele estava tenso, quando me viu correndo ele veio imediatamente em minha direção.

– Pelo amor que você tem a Deus, onde estava? – Perguntou segurando os meus ombros.

– Bernardo, vamos embora, agora, por favor. – Pedi sem fôlego e assustada.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora