Você e Eu (Bônus) - André e Bruna pt. II

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Bônus André e Bruna pt. II

Chegamos ao apartamento dela, no centro da cidade, um lugar perigoso para se andar sozinha à noite. Onde muitos moradores de rua aproveitam e fazem à festa, onde os ladrões se reúnem para aproveitar e assaltar os mais tolos que andam sozinhos e despreocupados pelas noites.

E eu só sei que ela mora aqui, pois já passei uma noite agradável ao lado dela, da Giullie e do Bernardo, sim, claro, não posso esquecer o gordo Hugo. Ela nos convidou para estrear o seu apartamento, e assim nós fizemos, uma noite regada a álcool, uma boa comida e piadas sujas. Parei em frente à garagem, olhei ao redor, tentando detectar uma possível ameaça, mas não havia nada, nem feno rolando pelas ruas.

Puxei a sua bolsa, e comecei a procurar às chaves do portão para abri-lo e estacionar em segurança.

Por que mulher carrega tanta porcaria?

Espelho, maquiagem, carteira, óculos, creme para as mãos, acetona, agenda, um kit com linha e agulha, diversos tipos de remédios e uma caixa de anticoncepcional, chiclete e duas barras de cereal, camisinha...

Peraí, camisinha?

Essa mulher me surpreende a cada dia mais. Tem até uma caixa de absorventes. Ela tem tudo dentro dessa minúscula bolsa. Isso é possível? Sim, as mulheres sabem se prevenir, e aposto que Bruna é uma das mais prevenidas. Depois de vasculhar a bolsa, jogar algumas coisas no chão do carro, eu finalmente encontrei as chaves e o controle do portão. Acionei, e estacionei em uma vaga aleatória, tendo o cuidado de fechar o portão logo em seguida.

Abri a porta do carona, soltei o cinto de segurança e a puxei para os meus braços.

Cristo! Essa mulher é um peso morto.

– Bruna, me ajuda aqui. Facilita pra mim. – Dei leves sacudidas nela, mas não funcionou.

Coloquei meu braço direito embaixo de suas pernas, e o esquerdo ao redor de seus ombros, a levantei e a tirei do carro com cuidado para não bater a sua cabeça. Chamei o elevador, pois não iria conseguir subir as escadas com ela. Apesar de morar no segundo andar, eu não queria correr o risco de tropeçar e cair junto com ela escada abaixo.

– André... – Gemeu.

– Sim?

– Je veux vous embrasser¹. – Passou a mão pelo meu rosto, com os olhos fechados.

– Eu não falo francês Bruna. – As portas do elevador se abriram, e eu tive que sentar ela no chão para conseguir abrir a porta do seu apartamento.

– Je veux te toucher². – Se levantou trôpega e se apoiou em meu braço livre.

– Amanhã eu vou procurar tudo que você está me dizendo no dicionário. Eu prometo.

– Je te désir.

– Certo... hã... Ok. – Eu não estava entendo nada do que ela falava.

Abri a porta, segurei-a pela cintura, liguei as luzes e a arrastei em direção ao seu confortável e bonito sofá.

Seu apartamento era enorme, em um estilo que não poderia negar a sua naturalidade, totalmente parisiense. Sua sala com pé-direito alto parece manter as suas formas originais, e o que mais chama a atenção é um candelabro no meio da sala que parece ser dos anos 40, as enormes janelas com cortinas de tafetá furta-cor, entram em sintonia com as quatro cores que compõem o ambiente. A mesa com certeza feita sob medida, junto com as cadeiras cinza dominam a sala. O ambiente em si reúne móveis icônicos da metade do século XX, tesouros antigos e suvenires, além de muitas obras de arte.

Na noite em que estive aqui, eu não havia prestado nenhuma atenção ao seu apartamento. Ela mudou muitas coisas, completou com seu estilo único.

Sentei-a no sofá e quando girei em meus calcanhares para lhe buscar um copo de água, sou puxado pelo braço com força e caio no sofá junto dela. Sem nem tempo de pensar no que estava acontecendo, Bruna estava sentada em meu colo novamente, e grudando seus lábios nos meus, me pegando totalmente desprevenido e sugando todo o meu ar. Seu beijo tinha traços de necessidade, de urgência, e eu sou um homem, um homem que aprecia ser beijado e beijar, um homem que aprecia uma mulher ousada e corajosa como a Bruna. Um homem que aprecia essa única mulher, que tira todo o controle que tenho.

Me tira dos eixos.  

Mantive os olhos fechados, enquanto ela brincava com os meus lábios e tocava a minha língua com a dela.

– Je te désir. – Descolou seus lábios dos meus e repetiu agora em português. – Eu te desejo.

– Eu também. Muito por sinal.

Ela colocou uma mão na parte de trás do meu pescoço e eu deixei que seus dedos se movessem em meu cabelo, enquanto eu me afogava em seus lábios. Deslizei minha mão sob a sua cintura, mas parei ao encontrar a bainha de sua blusa, onde delicadamente a levantei. Com a outra mão, tracei o cós da sua calça com um dedo, apenas mal tocando sua pele e fazendo-a se afastar para respirar. Bruna colocou as mãos sobre o meu peito, movendo-se sobre minha camisa, e cavando os seus dedos em meu abdômen.

– S'il vous plaît³. – Disse.

– Isso é sexy como inferno, sabia disso? – Passei a mão sobre a curva de seu quadril, suavemente colocando a palma da mão contra ela, em seguida, subindo pela cintura, elevando a camisa... E mais alto, até que encontrei a parte de baixo de seu sutiã. Ela me beijou mais, e eu respondi, curvando os dedos em torno do tecido na parte superior do sutiã e abaixando o toque. Movi minha boca e comecei a distribuir beijos a partir do seu pescoço, trilhando um caminho para baixo.

Bruna apertou a minha cintura com as suas pernas, trazendo seu corpo para mais perto do meu e então eu acordei para a realidade.

Eu não queria parar, e tenho certeza que a Bruna nem cogitou essa possibilidade, mas não poderia acontecer, não poderia tirar vantagem dela bêbada, por mais que eu a desejasse com todas as minhas forças. Não era só sexo, não poderia ser só sexo com ela. Afastei meus lábios dos seus, e deitei a cabeço no encosto do sofá.

Vi a confusão em seus olhos, sua boca inchada e vermelha. Seu cabelo estava uma bagunça e eu tenho certeza que o meu estava muito pior.

– Eu sinto muito, não posso fazer isso com você assim. – Sussurrei.

Levei meus lábios para o topo da sua cabeça e levemente beijei-a.

Envolvi as minhas mãos em suas costas, impedindo que ela fugisse, a deitei sobre o meu peito e comecei a passar a mão pelo seu braço, para confortar a nós dois, e acalmar os nossos ânimos.

¹ - Eu quero te beijar.
² - Eu quero tocar em você.
³ - Por favor.

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