Capítulo 6 - Bernardo

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Capítulo 6 – Bernardo

 – Alô! – Rosnei para André que estava do outro lado da linha.

– Temos um problema. – Ouvi sua voz entrecortada.

Afastei o telefone do ouvido, e pedi um minuto com o indicador para Giulliana, quebrando todo clima que conseguimos construir a poucos segundos atrás. – Já volto. – Falei me afastando da mesa e indo para a porta de saída.

– O que aconteceu? – Perguntei irritado.

– Alguém invadiu o seu apartamento. – Disparou a notícia.

Que merda é essa?

– Quero detalhes André, não adianta você simplesmente me falar que invadiram o meu apartamento. Porra, eu moro no décimo andar, tenho uma segurança do caralho, o porteiro não é nenhum paspalho pra simplesmente deixar alguém entrar sem mais nem menos no condomínio.

– Eu cheguei e a porta estava entreaberta, entrei e fui direto pro seu escritório verificar se tinham pegado os documentos do cofre, mas quando eu ouvi a porta bater eu corri pra fora e vi um cara, corri atrás dele, mas ele conseguiu fugir, não consegui reconhecer quem era. – Explicava de modo direto o ocorrido, enquanto a minha mente trabalhava a mil pelo Brasil.

– Os documentos... ele pegou? – Perguntei sentindo o meu sangue ferver.

– Não, o cofre estava intacto.

– Quero que você troque todo o sistema de segurança, e quero trancas especiais no meu escritório. Quero as gravações de segurança do elevador, das escadas, quero as gravações do prédio inteiro, entendeu? E eu quero essa merda pra hoje André! – Rugi no telefone, desligando sem nem esperar uma resposta.

Guardei o celular no bolso, caminhei de um lado pro outro passando as mãos pelo rosto e pelo cabelo. Estava realmente incomodado com o fato de alguém estar me rondando.

Tomei algumas respirações, fechei e abri meus punhos várias vezes antes de me lembrar de que eu estava acompanhado e possivelmente atrasado para chegar à editora.

Quando eu entrei na padaria olhei para mesa em que a havia deixado e estava sendo limpa por um funcionário do local, olhei ao redor até encontra-la no caixa, recebendo a nota fiscal de pagamento.

– Grande cara que eu sou... – Murmurei mal humorado.

Corri até ela já antecipando desculpas e retirando a carteira do meu bolso.

– Droga, me desculpa pela péssima companhia que eu sou. Deixa que eu pago.

– Chegou tarde, a comilança já foi paga. – Deu de ombros. – Mas não se preocupa, pedi um sanduíche e um suco pra que você pudesse comer durante o trajeto, deduzi que você não se importaria se eu dirigisse seu carro, confesso que estou tentada a dirigir aquela super máquina. – Entregou a sacola com o sanduiche e o suco enquanto ficava com a mão direita estendida e um sorriso gigante no rosto.

– Vou te recompensar por isso. Eu prometo.

Continuei caminhando em direção ao carro, deduzindo que ela estava atrás de mim para irmos embora. Mas ao chegar à porta do motorista, vi que ela continuava parada no mesmo local, me olhando interrogativamente com os braços cruzados.

– O que? – Perguntei curioso.

Ela começou a caminhar e parou de frente para mim.

– Você come, eu dirijo. Se você não me deixar dirigir eu vou a pé. – Bateu o pé, e estendeu novamente a mão para que eu lhe entregasse a chave do carro. E assim eu fiz.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora