Capítulo 12 - Bernardo

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Capítulo 12 – Bernardo

Só pode ser brincadeira.

Nunca imaginei que alguém como ela poderia me convidar para passar o dia juntos e muito menos que receberia um beijo no rosto sem mais nem menos.

Deixei Giullie assistindo televisão enquanto tomava um banho e me arrumava, eu estava confuso. Muito confuso. Eu estou gostando dela e isso no momento não é bom. Não quando ele está atrás de mim. E se eu tentar ter algo a mais com ela e ele quiser me atingir a atacando, eu não posso permitir que ela entre nesse jogo e acabe se machucando. Mas o pensamento de ter que me afastar dela era uma das últimas coisas que eu desejava.

Giullie tem um poder de sedução que nem ela sabe. Sua simplicidade, honestidade e suas manias estão mexendo com a minha cabeça. E para ser sincero, com outras partes do corpo também.

Ontem quando a vi confrontar Luana senti muito orgulho. Ela não se rebaixa para ninguém e a obediência não é um ponto forte dela. Comprovei isso ontem também.

Coloquei uma calça tipo pescador bege, uma camiseta lisa de manga curta branca e um casaco também bege por cima e nos pés um tênis. Passei um pouco de perfume e fui até a sala. Ouvi Giulliana rindo, e isso pode ser meio brega, mas aqueceu meu coração, ela estava vendo algum episódio de Bob Esponja na TV.

– Tô pronto! Qual é o roteiro do dia? – Pergunto me sentando ao seu lado no sofá.

– Bem, podemos tomar café da manhã e depois resolvemos aonde ir. – Ela diz, se virando em minha direção.

– Certo! – Falo já me levantando e estendendo a mão para ajudá-la a se levantar. Não que ela precise, mas eu necessito tocar nela. Ela segura a minha mão, levanta, ajeita o vestido e sorri.

Solto relutantemente a sua mão, pego os óculos, as chaves e vamos até a garagem, quando ela vê a moto estacionada, ela perde o passo e para, com os olhos arregalados e a boca aberta.

– O que foi? – Pergunto intrigado.

– Essa moto é sua?

– Sim, por quê?

– Ai meu Deus, você tem uma Harley-Davidson!! – Seus olhos ganham brilho, enquanto dá pequenos pulinhos no mesmo lugar.

– Fico feliz que tenha gostado, hoje é um dia perfeito para um passeio na moto. Está lindo do lado de fora e não está tão quente, enfim. – Entrego um capacete aberto para ela.

– Você tem que me deixar dirigir essa moto um dia! – Exclamou enquanto tentava colocar o capacete.

– Nos seus sonhos princesa. – Ponho a viseira do capacete dela para cima, e a ajudo a coloca-lo.

– Pode ser em algum lugar fechado, não necessariamente nas ruas. Por favor, você não pode negar. Seria muito egoísmo.

– Não é questão de egoísmo, e sim de proteção. Não quero ter uma morte causada por um acidente de moto na minha consciência. – Subo na moto e ligo o motor.

– Eu não vou morrer, deixa de ser dramático e pensar no pior Bernardo. É só uma vez. – Ela diz enquanto, sobe na garupa da moto e se posiciona atrás de mim, enlaçando seus braços na minha cintura e encaixando as suas pernas atrás das minhas.

– Vou pensar no seu caso.

Dou partida e seguimos rumo a uma cafeteria no centro da cidade. Não tivemos a oportunidade de conversar muito durante o percurso, mas todas as vezes que parávamos na sinaleira ela exclamava o quão demais era andar em uma “Harley”.

Você e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora