Capítulo 13

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— Harry! - dei um abraço nele, assim que abri a porta.

Harry veio passar o ano novo comigo, já que ele não ia sair e eu também não. Ele usava suas calças jeans justas e uma blusa estampada, que me fez ficar surpresa porque está mostrando várias tatuagens que eu não sabia que ele tinha, por ele sempre andar com blazers.

— Trouxe champanhe para nós. - ele disse sorrindo e erguendo a garrafa.

Fechei a porta depois de Harry ter entrado e sorri me virando para ele. O puxei para cozinha e ele colocou a garrafa de champanhe em cima da mesa.

— Comprei um peru pra gente, vou asar quando estiver perto de comermos. - sorri e me inclinei para frente.

— Okay, que tal começarmos a tomar o champanhe agora? - Harry apontou para a garrafa a sua frente e eu concordei pegando duas taças.

Fomos para sala e eu afastei o centro, depois coloquei várias almofadas em frente ao sofá para sentarmos. Harry já estava sem suas botas e sentado nas almofadas. Eu me sentei ao seu lado com cuidado por estar usando um vestido soltinho.

Harry encheu nossas taças e eu dei um gole provando esse champanhe que é desconhecido por mim.

— Como foi seu natal? Já faz uma semana e eu esqueci de te perguntar. - ri.

— Foi ótimo! Eu estava com saudades do lugar onde nasci e também da minha família. Mas me fala do seu também, porque eu também não te perguntei como foi.

— Ah, foi normal. Como sempre foi. Eu e meu avô comemos os biscoitos que ele sempre faz quando eu vou para lá e também tomamos achocolatado. Isso tudo enquanto observávamos a neve.

Jack apareceu do nada e se deitou no colo do Harry, que começou a alisar seu pelo.

— No dia que você passou mal lá na boate e eu te deixei em casa, você fez o que eu mandei? Tomou um banho e foi dormir? - Harry perguntou estreitando os olhos.

— Sim. - menti.

Não fiz nada do que ele mandou, porque não estava me sentindo mal de verdade. Foi só um teatrinho para aquela garota parar de dançar com ele daquele jeito. Me lembrei da cara que ela fez e comecei a rir, arrancando um olhar confuso de Harry.

— O que foi?

— Nada, nada. É só sua amiga aqui que está lembrando de uma coisinha. - sorri e depois soltei uma gargalhada.

— Estou começando a achar que você é doida. - ele brincou de um jeito sério, que me fez rir mais.

***

— Harry... Lembra que você disse que não era para eu sofrer sozinha e que deveria dividir minha dor?

— Lembro, claro que lembro. Também disse que esperaria o tempo que for preciso para você dividi-la comigo.

— Então... Acho que chegou a hora.

Olhei para minha taça e comecei a fazer círculos com os dedos na mesma. Harry permaneceu calado e eu sentia seu olhar em mim.

— Natalie, olha, não precisa... - ele começou, mas eu o interrompi.

— Quando eu só tinha uma semana de vida, meus pais morreram em um acidente de carro. Minha avó estava com eles e acabou falecendo também. Nesse dia, eu tinha ficado em casa com meu avô. E desde então, meu avô cuidou de mim. Ele me deu tudo que podia, foi por causa dele que eu cheguei a ser quem sou hoje. Era só eu e ele no mundo. Por esse e por outros motivos, eu dou tudo a ele. Tudo que ele precisa, eu dou. - parei por uns segundos já sentindo meus olhos marejarem, mas logo continuei. - Eu e ele morávamos em uma fazenda e tivermos que vim para a cidade, por causa  o  dos meus estudos. Ele teve que vender a fazenda e eu me senti culpada por isso. Então, quando comecei a ganhar dinheiro com meu trabalho, a primeira coisa eu fiz foi lhe dar uma outra fazenda.

Photoshoot | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora