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Eu e Harry nos deitamos para dormir. Depois de um longo tempo, ouvi sua respiração profunda e pesada. Significava que ele já tinha dormido (ou que estava muito concentrado, mas não era o caso). Eu tive a chance de observá-lo mais uma vez.

Traços fortes. Sobrancelhas grossas e barba por fazer. Nariz fino. Boca fina e avermelhada. Maxilar marcado. Pintinhas espalhadas pelo rosto. Apesar de estar dormindo, Harry não estava completamente relaxado. Ele me abraçava com força mas estava em sono profundo.

Até que ele acordou. Ou quase isso. Harry abriu os olhos mostrando a imensidão verde. Ele piscou algumas vezes antes de perguntar:

- Sabe quando eu disse que você não poderia se apaixonar por mim? – eu concordei, meio confusa se ele era sonâmbulo. – Acho que vai ser impossível para mim.

Eu não falei nada porque ele voltou a dormir na mesma hora. E o acompanhei, na manhã seguinte, acordada só para vê-lo sentado na cadeira calçando suas botas.

- Bom dia. – o beijei e entrei no banheiro para lavar o rosto. – Já vai sair?

- Tenho que me encontrar com umas pessoas. – Harry respondeu se encostando no batente da porta. Não me arrisquei perguntar com quem porque a paz que caía sobre nós era incrível. – Não vou poder descer para tomar café. Então pedi que trouxessem aqui.

- Como se sente sabendo que sua irmã vai se casar hoje? – perguntei, já comendo no quarto.

- Estou tentando acreditar que é só um dos testes como rainha. – ele levou uma maçã até a boca. – Você sabe, esses testes todos como forma de preparação.

- Eu sei. – soltei uma risada com a cara irmão-ciumento de Harry. – Você... se lembra do que falou ontem, enquanto dormia?

- Não.

Eu me proibi de pensar na ideia de nos apaixonarmos. Poderia acontecer. Mas estávamos sendo muito claros que aquele lance era só uma diversão de curta duração. Sabíamos que depois dali seguiríamos nossas vidas normalmente.

- Depois da reunião irei buscar você pra passarmos o dia juntos, tudo bem? – Harry me perguntou comendo mais um pouco. Concordei com um sorriso de lado. Ele se levantou e beijou minha cabeça. – Eu tenho que ir agora.

Concordei. Ele parou e voltou, me beijando de verdade. Depois foi embora me deixando sozinha em seu quarto. Chamei criadas para me ajudar. E segui para meus deveres do dia. Fiz os últimos ajustes para o vestido da noite e ajudei o meu pai a responder as cartas que chegaram da Inglaterra para nós.

Depois de algumas horas, Harry finalmente apareceu para me buscar. Ele me mostrou um dos lugares que ele costumava ficar, quando não queria ser perturbado. Era uma pequena casa, na parte de trás do castelo, que usavam para guardar tecidos e coisas para roupas. Passamos a manhã juntos. Ele segurou a minha mão enquanto andávamos pelo castelo e me tirou de todos os deveres do dia, como princesa.

Harry me contou que ele morava na Ilha de Skye, que era muito afastada da capital. Lá tinha pouquíssimos habitantes e nunca havia visto um lugar com mais paz do que aquele. Ele morava em uma casa grande, mas nada comparado ao tamanho do castelo. Apesar de amar ficar em casa, sozinho, ele viajava muito.

Ele também me disse que Zayn não fazia alianças porque todos os países tinham medo de sua reputação sendo obrigados a dar o que ele quer em forma de um tratado de paz.

Reinado // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora