Reinado // h.s

52-

- Cala a boca por um segundo. – Liam pediu para Deise. Eu tive que rir. A loira não parou de falar nem por um momento enquanto cruzávamos o esconderijo por baixo. Clarie tinha fechado a outra entrada da passagem, para que ninguém nos achasse.

- Tudo bem. – respirei fundo, encarando a porta. Dentro daquela sala, estaria Cameron.

Eu nem lembrava qual tinha sido a última vez que nos vimos. Parecia ter sido a tanto tempo atrás. Ele não resistiu nem por um momento quando falaram para ele que eu precisava de sua ajuda para sair de lá. Ele nem pensou em duas vezes.

Assim que eu li a carta de Dakota, decidi que era hora de parar de agir como uma idiota. Peguei as chaves que Clarie tinha me dado e soltei os três presos daquela cela. Eles me falaram que sabiam que eu ia fazer isso, porque era o certo a se fazer. Planejamos tudo. Fechamos as passagens, conseguimos tirá-los de lá sem que ninguém percebesse. Tudo isso para que voltassem para a Inglaterra e pegassem esforços. Precisávamos sair de lá. Então, lá estavam eles.

- Eu entro primeiro. – avisei para eles. Harry estava com uma expressão petrificada. Não falou nada o caminho todo.

Abri a porta. Cameron parou de andar em círculos assim que me viu. Outros homens se levantaram, apontando as armas para mim. O príncipe suspirou e correu para me abraçar. Harry entrou na mesma hora, e Cameron parou. Ele olhou para nossas roupas.

- Eu não consegui impedir o casamento. – expliquei antes que ele surtasse. Cameron suavizou a expressão. Esperei pelos seus braços. Ele olhava para algo atrás de mim.

Percebi o que eu tinha acabado de falar. Corei de vergonha. Eu ia me desculpar com Harry mas parei para prestar atenção na cena que acontecia bem na minha frente. Liam empurrou Deise para dentro, que até então reclamou cada segundo quando eu disse que estávamos indo encontrar Cameron.

Ele encarou a loira e seus olhos brilharam. Eu estava mais confusa que tudo. Deise o encarou de volta, e seus ombros encolheram. O brilho nos olhos do irlandês não era nada além de raiva e tristeza. Ele estava contraído de dor.

- O que está fazendo aqui? – ele cerrou os dentes. Liam, tão confuso quanto eu, respondeu:

- Vossa Alteza insistiu em trazê-la. – Cameron virou-se para Harry, o mesmo tinha uma expressão de pânico.

- Ela sabe? – perguntou Cameron para o garoto. Harry negou com a cabeça, cauteloso.

- O que eu não sei? – perguntei, irritada. Cameron parecia tão triste que dava dó.

- Vou ver se o carro já chegou. – Liam saiu da sala. O clima estranho só ia ficando pior.

- Cameron, eu sinto muito. – Deise deu um passo em direção a ele.

- Não chega perto de mim. – Cameron recuou. Deise começou a chorar e soluçar no mesmo instante. Harry fechou os olhos. Alguma coisa estava muito errada. – Você não devia ter vindo.

- Eu sei, sinto muito mesmo, Cameron. Eu sou horrível. Me desculpa. – faltou ela se jogar em seus pés. Deise chorava como uma criança. Olhei para Harry, pedindo uma explicação, mas ele nem viu.

- Deise... – o escocês foi até a garota. – Acho melhor você sair.

- Não. Ninguém vai sair daqui até eu saber o que está acontecendo. – bati o pé no chão e cruzei os braços. Cameron parecia ser a única vítima daquela situação.