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Acordei com pontadas fortes na minha cabeça. Precisei esfregar os olhos com a mão para ter certeza do que eu estava vendo. Eu estava deitada no chão, estava frio e mal iluminado. Demorou alguns segundos para eu perceber que estava presa, e acorrentada.

Meu corpo doía, e eu estava coberta de hematomas pelos braços. Meu vestido de noiva estava sujo e rasgado, parecia mais um trapo. Ninguém estava por perto, então eu comecei a gritar e tentar me soltar.

O que está acontecendo? Eu só me machucava cada vez mais. De repente, Cameron e Liam abriram a porta da cela, trazendo um pouco de iluminação com eles. Meus olhos arderam.

- Alteza. – os dois se reverenciaram em minha direção. Cameron falou: - Bem vinda de volta, princesa.

Eu estava na Inglaterra. No castelo. Fiquei tão aliviada por saber que eu estava em casa, a salvo, que soltei toda a respiração que eu segurava. Mas eu não estava no meu quarto, ou em qualquer outro lugar. Estava presa.

- Por que estou acorrentada, em uma cela? – questionei, aparentemente irritada. – Ande, me solte agora.

- Sinto muito, Jane, mas não podemos fazer isso. – Cameron falou.

- Como assim não podem fazer isso agora? Eu sou a princesa, você está na minha casa e eu estou mandando você me soltar. – Cameron balançou a cabeça. Ele já esperava que eu surtasse.

- Você esteve muito tempo longe da civilização. É melhor começar a se acostumar de novo antes de voltar a sua vida normal.

- Você só pode estar brincando. – soltei uma risada seca. A expressão do loiro não mudou. Eu estava incrédula e com raiva. Tentei me livrar das correntes e algemas, mas meu único resultado foi o metal cortando minha pele. Meus pulsos estavam mais feridos do que nunca, e eu continuava agitando os braços. – Me solta, seu maluco! Eu não vou ficar presa aqui.

- Jane, precisa parar ou vai acabar se matando. – ele se agachou na minha frente. Examinou os ferimentos da minha cabeça enquanto eu tentava me soltar de seu toque. – Não precisa ficar assim. As criadas vão cuidar de você até que esteja pronta.

- Eu não preciso estar pronta. – gritei. – Eu exijo que você me tire daqui.

- Acho melhor o senhor se afastar. – disse Liam, se aproximando de nós.

- Está tudo bem, só está recente. Faz um pouco mais de três que tudo aconteceu. Você se negou a ir embora, então precisamos lhe sedar. Você estava se comportando como uma selvagem, não quero que nossa família te veja assim.

- A minha família, você quer dizer. Quem você pensa que é? Não é nada da Inglaterra, muito menos, não pode me prender aqui porque acha que é o certo a se fazer. – cuspi as palavras, porque naquelas circunstâncias, eu queria que ele se sentisse inferior a mim.

- Já chega. Não vou deixar que você me trate assim. – Cameron segurou minhas mãos algemas para verificar o estrago que eu tinha feito. – Vou afrouxar o aperto, ela está muito machucada.

Antes que Cameron se levantasse, usei todas as minhas forças para morder sua mão. Ele, surpreso, empurrou minha cabeça para trás, o que fez com que eu a batesse na parede. Minha boca tinha gosto de sangue.

- Você passou muito tempo longe daqui, Alteza. – Cameron finalmente se irritou. – Enquanto você brincava de namorar, eu fique aqui. Cuidei da porcaria do seu país porque seus pais não conseguiam fazer mais nada que não chorar de preocupação. Eu assumi as rédeas, por você! Então para de bancar a dona de tudo, porque agora você não é nada. Se ponha no seu lugar e lide com as consequências das merdas que você fez.

Reinado // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora