Capítulo 34

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Alfonso

Saímos do aeroporto e sem nenhuma mala pra carregar, fomos direto até os carros de aluguel. Olhei o relógio vendo que era pouco mais que 10 horas da manhã, as praias logo começariam a se encher, dificultando nosso trabalho. Por dentro eu torcia pra que Mai estivesse correta, pois, se não a encontrássemos em nenhuma das praias, o desespero ia acabar tomando conta de mim.

- Vamos Poncho? Esse é o nosso! - tocou meu ombros apontando um dos carros.

Mai: Não deixem de olhar tudo, por favor. - pediu aflita indo pra outro carro.

Poncho: Pode deixar! - respondi e entrei no carro.

O motorista nos levou direto pra praia, como pensávamos já havia certo movimento. Pedimos para que ele parasse e descemos. Olhamos em volta as pessoas, andamos pela areia prestando atenção em tudo e à todos, mas nem vestígio de Any. Percorrida a primeira praia voltamos para o táxi e seguimos para a próxima.

A mesma coisa aconteceu com as outras três.

Quando desci na quarta praia, sabendo que ainda ia precisar visitar mais 06, o medo de não encontrá-la nunca me assustou tanto. Eu já havia tentado ligar de novo, mas ela não atendia ao celular por nada.

Continue andando para frente, o tênis esbarrando e chutando a areia, mas que se dane isso. Olhei em volta e de longe vi uma garota loira. Ela estava sentada com as pernas cruzadas e encarando a praia com o olhar mais triste e perdido do mundo. Me aproximei afoito e reconheci a garota.

- Ucker! - bati no braço dele sem desviar os olhos dela, com medo de que fosse uma miragem e sumisse.

Ucker: O que foi? - ele olhou na direção que eu olhava. - É ela! - confirmou sorrindo.

Poncho: ANY! - gritei com todo o ar que tinha nos pulmões e corri na direção dela.

Cai ajoelhado na areia de frente pra ela. Não escondendo a ansiedade, segurei seu rosto fazendo-a me olhar.

- Any, meu amor sou eu... Fala comigo!

Any: Poncho! - ela sussurrou e no mesmo instante seus olhos se encheram de lágrimas.

A abracei com força ignorando o nó que se formara na minha garganta ao ver como ela estava. Eu queria ser capaz de apagar todas as lembranças que a estavam torturando desde ontem, queria poder fazê-la se esquecer de tudo e de todos que a machucaram, de certa forma eu mesmo, constatei. A culpa e a dor estavam me corroendo por dentro, eu me sentia um responsável direto pela dor que ela sentia.

- Você nos deu um susto enorme, meu amor, mas vai ficar tudo bem agora, eu prometo. - respondi e a afastei pra olhá-la nos olhos, segurei o rosto dela com as mãos limpando suas lágrimas.

Ucker: Já avisei Mai e Derrick, estão vindo pra cá. - respondeu parando ao meu lado.

Any: Poncho?! - me chamou de um jeito infantil.

Poncho: Oi?! - sorri a olhando ciente que minha voz estava embargada.

Any: Você quer conhecer meu pai? - perguntou meio confusa. - Eu acho que ele vai gostar de te conhecer. - sorriu.

Estrei os olhos e encarei Ucker, os dois preocupados.

Any: Não você não vai gostar de conhecer ele. - disse voltando a ficar triste e os olhos marejaram ainda mais. - Ele é um mentiroso, tudo foi de mentira... Eles nunca gostaram de mim... Me enganaram! - respondeu e encarou o chão de areia, começando a fazer desenhos abstratos nele. - Nunca me amaram! - resmungou.

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