Capítulo 66

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Alfonso

Na manhã seguinte acordei com o barulho do chuveiro ligado e me levantei da cama ainda sonolento.

Fui até a gaveta e peguei o vidro de remédio e a seringa com a agulha. Coloquei o líquido branco dentro da seringa e o ajeitei entre os dedos pronto pra aplicar.

Naquele momento a porta se abriu e congelei ao ver Anahí na minha frente.

Poncho: Any! - a olhei assustado.

Any: Quer ajuda?! - perguntou apontando com a cabeça a seringa na minha mão.

Poncho: Você sabia? - a encarei assustado.

Any: Sim! - assentiu sem jeito. - Há alguns dias encontrei sem querer e Ucker me explicou o que era... Achei melhor não te dizer nada pra não se preocupa comigo. - respondeu dando de ombros.

Poncho: E o que ele te contou?!

Any: Que os medicamentos eram pra prevenir uma piora... É verdade?

Poncho: De certa forma sim. - assenti.

Any: Bom, deixa eu te ajudar com isso. - respondeu se aproximando e tomou a seringa da minha mão.

Encarei Anahí, mas ela evitou me olhar enquanto puxava meu pulso deixando meu braço esticado.

Molhando o algodão no alcool ela pasou sobre minha veia e rapidamente achou o ponto aplicando a injeção.

- Dói?! - perguntou finalmente me encarando e eu neguei com a cabeça incapaz de dizer alguma coisa.

Quando terminou Anahí jogou a agulha com a seringa no lixo e a puxei pelo braço pra que me encarasse.

- Me desculpe por não ter te dito nada.

Any: Tudo bem. - forçou um sorriso acariciando meu rosto.

Poncho: Você quer descer?!

Any: Uhum, os outros já devem estar esperando. - respondeu sorrindo.

Poncho: Ok! - assenti.

Any deu as costas, mas antes que saísse do quarto a puxei pelo braço e a abracei.

- Vai ficar tudo bem. - sussurrei mais pra mim mesmo do que pra ela.

Any: Eu sei! - assentiu forçando um sorriso e me beijou.

Envolvi os braços em torno da cintura dela e a beijei quando saímos do quarto.



Anahí

O restante dos dias se passaram depressa. Na sexta-feira de manhã nós começamos a arrumar nossas malas pra voltar pra casa. Encarei Poncho enquanto fechava a última mala. Ele estava sério e era meio impossível adivinhar o que se passava pela cabeça dele. Eu só desejava que ele tivesse mudado de ideia, mas algo me dizia que ele estava mais determinado do que antes.
Quando chegamos à recepção nossos amigos já estavam prontos.

Poncho: Nossa, tudo isso é pressa de ir embora?!

Maite: Imagina, é medo de perder o voo e ficar preso três no aeroporto. - rebateu sorrindo.
Forcei o sorriso me perguntando se alguém estava preocupada com a repentina decisão que meu namorado tomara e estava me forçando a concordar. Respirei fundo e encarei meus cúmplices. Ucker e Dulce estavam sérios, como se não quisessem ir embora também, será que pelo mesmo motivo que eu?!

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