Capítulo 10

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Anahí


Eu devia ter desligado o celular, mas não foi isso o que eu fiz, ao contrário, coloquei no viva-voz e fiquei ouvindo a conversa deles. E pela forma como falavam alto dava pra ouvir claramente o que diziam.

- Posso por que eu sou seu pai. - a voz de Carlos soou do outro lado da linha.

Poncho: O que muda você ser meu pai? - ele perguntou furioso.

Carlos: Muda muita coisa porque além de ser seu pai eu sou seu médico, eu cuidei de você a vida inteira e não é justo retribuir assim... Essa garota não é pra você Alfonso!

Poncho: E por que não? Qual o problema com ela? - rebateu tão bravo quanto o pai.

Carlos: Você sabe o problema eu não preciso repetir toda a lista de novo.

Poncho: Ah claro, a única coisa boa que ela tem é o mesmo tipo sanguíneo que o meu (gelei ao ouvir aquilo) já te falei que se não quisesse que eu a conhecesse que não tivesse nos apresentado e nem pedido minha ajuda pra salvar a vida dela, afinal, se ela tivesse morrido o coração dela seria transplantado em mim.

O copo que eu segurava despencou da minha mão se espatifando no chão. Eu podia ainda ouvir as vozes de Carlos e Poncho ainda discutindo no telefone, mas não conseguia prestar atenção. Aquela bomba tinha me amortecido completamente e só um pensamento rondava a minha cabeça.

"Eu podia ter salvo a vida do Poncho sem nunca conhecê-lo... Eu posso salvar a vida dele se interromper a minha!", pensei sentindo a vista embaçar e pela primeira vez encontrei um motivo digno pros meus suicídios.



Alfonso

Meu pai saiu do quarto batendo a porta e me aproximei da cama. Eu vi que a ligação não tinha sido encerrada.

- Alô?! Any? - chamei, mas ela não respondeu. - Any! - tentei mais uma vez.

Só havia duas opções. Ou ela tinha ouvido tudo a ligação ou sem querer deixado o celular em algum lugar sem interromper a ligação. O problema é que a primeira opção era muito mais válida e eu não podia ficar esperando aqui. Eu precisava ir atrás, falar com ela e explicar tudo, caso agora ela já soubesse.



Anahí


Maite abriu a porta do quarto e perguntou esbaforida:

- Any o que aconteceu?

Any: O Carlos me odeia Mai e pra piorar Poncho e eu temos o mesmo tipo sanguíneo... Entende isso? Se eu tivesse morrido aquela vez ele teria se salvado... Um cara como o Poncho precisando de um transplante e uma garota como eu que já quis se matar podendo dar essa chance pra ele... É tão... Estranho que eu podia jurar quer armaram isso, que armaram de termos nos conhecido. - respondi chorando.

Mai: Poncho me contou isso ontem, pensei que soubesse.

Any: Não sabia de nada... O que eu vou fazer agora? Com que cara vou olhar pra ele? Por isso o pai dele me odeia, ele tem toda a razão em me odiar. - respondi chorando.

Em resposta Mai me abraçou e eu chorei ainda mais. Não era justo alguém como Poncho estar condenado enquanto eu - uma garota que não merecia - ter uma vida saudável.



Alfonso


Assim que estacionei em frente à casa da Maite a mesma abriu a porta e saiu pra fora.

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