Capítulo 71

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Seis Anos Depois...



Anahí


É isso o que acontece quando se subestima o destino e os planos que a vida tem para você!

É burrice e grande tolice achar que os amores juvenis são para sempre. Que você vai conhecer alguém, se apaixonar por ela e então ficarão juntos para sempre. Há tantas coisas que influenciam suas decisões. Pessoas que você conhece, amadurecimento, diversos planos e novos sonhos que aparecem pelo caminho, tanto seus como da outra pessoa.

Como já devem ter se ligado eu e Poncho não estamos mais juntos. Podem não acreditar, ficarem chocados como todos ficaram quando souberam, afinal tínhamos todos os planos possíveis pra ficarmos juntos pra sempre, ainda mais depois de tudo o que passamos. Mas como eu disse, não se deve subestimar os planos que a vida tem para você. Foi a vida que uniu eu e Poncho e foi a própria vida, com a ajuda do destino que tratou de nos separar meses antes de nos formarmos.

Para mim, terminar foi a decisão mais dolorosa que tomamos, porque eu sei que ainda gostávamos muito um do outro, mas foi uma decisão de comum acordo.

Tínhamos planos, sonhos diferentes depois que nos formássemos e infelizmente um estava ficando sem lugar na vida do outro. Poncho queria seguir a mesma carreira do pai, trabalhar com ele no hospital onde tanto tempo ficou internado. Ele queria cuidar de pessoas que passavam pelo mesmo que ele havia passado e eu o admirava e o admiro até hoje por isso.

Mas eu... Apaixonada pela área de Pediatria, queria fazer especialização e residência em algum hospital com enfoque pediátrico. E quanto mais corríamos atrás dos nossos objetivos mais nos afastávamos um do outro, por mais que nos apoiássemos. Foi então que aconteceu o fator que deu início ao nosso fim.

Uma prova. Uma simples prova de admissão em especialização pediátrica que surgiu em Acapulco. A oportunidade perfeita para eu ficar exclusivos 02 anos convivendo com meu pai biológico, sua nova esposa Paola e minha meia-irmã Vitória, algo que nunca tinha feito.
Mas eu não queria ir, estava dividida e muito apegada à minha vida na capital. E por mais incrível que pareça foi Poncho quem tomou a decisão de terminarmos, como se fosse um acordo pra que seguíssemos a vida sem um se prender ao outro.

Quando ele me olhou, eu vi a nossa história inteira passar pela minha cabeça como um filme e foi por causa dela que eu aceitei pôr um fim em tudo. Eu não queria que ela se desgastasse ainda mais e que daqui alguns anos nos odiássemos por não termos seguido a vida que queríamos para ficarmos um do lado do outro.

Por que isso aconteceu? Por que o amor absurdo que sentíamos não resistiu à isso? São perguntas que eu nunca vou saber responder. Ou talvez a resposta seja mais simples do que esperamos. Porque a vida é assim!

É ela quem cria, desfaz e refaz laços. Porque a vida segue e você é obrigado a seguir com ela. 

Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga.

E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia quando a cabeça insiste em trazer de volta, o que o coração vive tentando deixar pra trás.

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