Capítulo 32

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Anahí

Senti o chão abri abaixo dos meus pés e tive que me sentar em uma das cadeiras que estavam por perto pra não cair. Meu coração parecia que ia sair pela boca. Aquilo não podia ser verdade, era brincadeira, tinha que ser uma brincadeira. Ofeguei tentando pensar friamente, digerir tudo aquilo, mas era impossível.

- Isso não ta acontecendo, é um pesadelo, me diz que isso é mentira, por favor. - implorei encarando as duas.

Patrícia: Eu gostaria que fosse pra não te ver sofrendo assim, mas é tudo verdade... Você é minha filha Any!

Any: NÃO! - eu gritei ficando de pé, engasgando com o choro e comecei a tossir. - Vocês são uns monstros... O QUE FIZ PRA VOCÊS PRA FAZEREM ISSO COMIGO? - gritei revoltada.

Patrícia: Eu só tinha 17 anos quando engravidei de você... Meu irmão e Marichello já eram casados, estavam com 26 anos e não tinham filhos, Marichello não podia engravidar então...

Any: VOCÊ ME DEU PRA ELES! - acusei aos berros sem parar de chorar. - Por isso você sempre me odiou, por isso em nenhum momento da sua vida me amou. - conclui encarando Marichello.

Marichello: Como eu podia amar você? Henrique sempre quis ter filhos, eu não... Eu não queria uma criança, então como poderia amar uma que nem minha filha era? Você sempre foi uma imprudência Anahí, só trouxe problemas à todos... Você destruiu meu casamento com o Henrique! Éramos felizes só nós dois até a irresponsável da sua mãe engravidar e ele ter a péssima ideia de ficar com você... Na noite do acidente, eu ia te contar a verdade, depois daquela briga, Henrique não deixou e resolveu sair com você, por sua causa aconteceu aquele acidente... Até meu marido você tirou de mim... Deviam ter me ouvido e te entregado a um orfanato quando nasceu!

Patrícia: NÃO FALA ASSIM DA MINHA FILHA! - gritou.

Any: CALA A BOCA VOCÊ E NÃO ME CHAMA DE FILHA! - gritei de volta. - Eu odeio as duas, odeio todos vocês... É uma porcaria pior que a outra, não passam de lixos humanos... Vocês acabaram com a minha vida. - falei voltando a chorar. - Eu nunca vou perdoar vocês por isso... NUNCA! - gritei com todas as forças que ainda tinha.

Patrícia: Any...

Any: Nunca mais quero ver vocês na minha frente... As duas morreram pra mim, assim como o Henrique está morto.

Patrícia: Filha não faz isso! - pediu chorando.

Any: NÃO ME CHAMA DE FILHA! - gritei não me importando se ficaria rouca depois. - Eu odeio vocês... Eu quero que VÃO PRO INFERNO AS DUAS, que apodreçam lá pra sempre. - disparei com todo o meu desprezo e dei as costas.

Patrícia: Any volta, por favor. - ouvi a voz dela me pedir aos prantos.

Em resposta bati a porta daquela casa com toda a força que podia e entrei no carro. 

Bati a porta do carro com força. Um murro no volante e em seguida eu estava ligando o carro. Sai cantando pneu, com uma revolta enorme queimando dentro de mim.

A dor era tão grande que eu me sentia morta por dentro, incapaz de respirar, de sentir qualquer coisa que não fosse raiva, ódio. Eu queria gritar, bater, chutar até que todas as minhas forças se esgotassem e não restasse nenhuma dor e ódio dentro de mim, mas eu estava destruída demais pra conseguir fazer isso.

As lágrimas rolavam pelo meu rosto de forma natural, embaçando minha visão, mas eu já não me importava mais com elas. Eu não conseguia pensar em nada a não ser nas mentiras que me rodearam todos esses anos. Meu mundo tinha caído em cima de mim, destruindo tudo o que um dia eu acreditei ser verdade.

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