Capítulo 27

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Alfonso


Infelizmente os dias no acampamento passaram rápidos demais. Eu não queria ir embora. A paisagem era linda, o clima era totalmente diferente da cidade e principalmente do hospital ao qual eu estava habituado. Durante aqueles dias eu provei um pouco da vida que qualquer pessoa normal têm. Pude desfrutar dos prazeres de ficar à toa entre amigos, de zoar, de não fazer nada e brincar sem se preocupar com o relógio, com hora pra voltar, nem nada disso. Mas além de tudo isso havia o motivo principal para eu não querer ir embora. Anahí.

Juro que nunca conseguiria ser suficientemente grato por toda a felicidade que ela estava me proporcionando. E o mais incrível é que eu parecia me apaixonar cada vez mais por ela toda a vez que a via. Depois do que rolou entre nós, posso afirmar que as coisas melhoraram de uma forma que eu achava impossível. Estávamos mais apaixonados, mais unidos e principalmente mais felizes. Eu me sentia simplesmente completo ao lado dela.

Mas como tudo que é bom dura pouco e acaba, o dia de voltarmos pra cidade chegou, pondo - parcialmente - fim aquele clima de lua-de-mel entre todos os casais.

Poncho: O que você tem? - sentei no tronco ao lado dela depois de arrumarmos tudo pra irmos embora.

Any: Estava pensando em uma coisa. - respondeu num suspiro e encarando o local onde horas atrás estavam nossas barracas e que agora estava vazio.

Poncho: Que coisa?! - questionei curioso.

Any: Ah na gente! - deu de ombros e encostou a cabeça no meu ombro.

Poncho: E em que mais? - perguntei a abraçando sabendo que tinha mais coisas envolvidas.

Any: Como as coisas vão ficar agora Poncho? - perguntou me olhando.

Poncho: Ué do mesmo jeito que estão. - dei de ombros. - Ou talvez melhores. - sorri.

Any: Mas e o seu pai? - perguntou fazendo uma careta.

"Sabia que tinha mais alguma coisa!", pensei sério.

- O que tem ele?

Any: Ah... Nós dois desafiamos ele vindo pra cá e vocês discutiram todas as vezes que ele te ligou.

Poncho: E daí?! - ainda não tinha entendido onde ela queria chegar.

Any: E se ele dificultar as coisas entre a gente? - perguntou preocupada. - E se ele deixar uma ordem lá no hospital te proibindo de receber visitas quando precisar ser internado? Se ele me proibir de pisar na sua casa?

Poncho: Any...

- Pessoal! - a voz de Dulce nos interrompeu e a encaramos. - Vamos nessa? - apontou os carros com a cabeça.

Poncho: Uhum! - assenti e ela se afastou. - Vem! - me levantei e a puxei pela mão.

Any entrou no carro e quando fui entrar meu celular começou a tocar.

- Oi mãe?! - atendi parando na porta.

Manuela: Querido já estão voltando? - a voz dela soo do outro lado da linha.

Poncho: Sim, em algumas horas estarei em casa, está tudo bem comigo, não se preocupe.

Manuela: Ah que bom, mas não liguei pra isso e sim pra pedir que você traga a Any com você, quero que ela venha almoçar aqui em casa, estou com saudades dela e quero que me contem como foi o acampamento.

Poncho: Mãe tem certeza que é uma boa ideia?

Manuela: Tenho e se está falando pelo seu pai, ele está no hospital com os pacientes dele, não vai voltar até a noite.

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