Anahí
Na manhã seguinte acordei, tomei café correndo e fui pro hospital. Durante o caminho era difícil acreditar que estava indo ver o meu namorado, que eu tinha um namorado e que esse namorado era o Poncho.
Quando cheguei, estacionei e desci às pressas quase esquecendo de acionar o alarme. Entrei no elevador sorrindo feito uma boba. Mas não dizem que os apaixonados ficam bobos? Sentia-me orgulhosa então.
Quando as portas se abriram sai e meu sorriso se desfez no momento que os vi. Manuela e Ucker estavam encostados na parede do corredor próximo ao quarto Alfonso. E pelas caras sérias dos dois aquilo só podia significar uma coisa. Poncho não estava bem. Apertei o passo e me aproximei deles.
- O que aconteceu? Por que estão aqui fora? - perguntei preocupada.
Manuela: Ah querida Poncho não acordou em um dos seus melhores dias, teve febre durante a noite e estão fazendo uns exames e aplicando uns medicamentos. - respondeu tranquila, mas com tristeza pro meu desespero.
Any: Mas o que ele tem exatamente? - meu tom de voz não escondeu minha agonia.
Manuela: Desconfiam de uma infecção, mas Carlos está com ele e não há nada confirmado.
Levei minhas mãos até o rosto não entendendo como eles conseguiam ficar tão calmos enquanto eu estava me desesperando, me sentindo culpada. E se ele tivesse ficado doente pela loucura de ontem à noite?
Abaixei a cabeça não conseguindo mais conter minhas lágrimas. Eu só queria poder vê-lo.
Percebi quando Ucker se aproximou de mim e tocou meu ombro. Com uma calma desumana murmurou:- Any vem comigo!
Any: Pra onde Ucker? Eu quero ficar aqui! - respondi tentando segurar as lágrimas por causa de Manuela.
Ucker: Vem, é importante você saber antes de entrar pra falar com ele. - respondeu e me puxou ignorando qualquer vontade que eu tinha de ficar ali.
Viramos um corredor ficando próximos ao quarto de Alfonso. Assim que Ucker me encostou na parede o abracei com força chorando tudo o que tinha vontade. Ele gentil como sempre me confortou, acariciando meu cabelo.
- Fica calma! - pediu sem se alterar.
Any: Não consigo! - respondi me afastando. - E se ele ficou assim por causa de ontem?
Ucker: Any, a saúde do Poncho sempre foi frágil, não pode se culpar por cada vez que ele passar mal.
Any: Como você consegue? - o olhei nos olhos. - Como consegue ficar tão calmo com seu amigo nesse estado? E não me responda dizendo que conseguiu isso com anos de prática. - respondi séria.
Ucker: Isso não é o tipo de coisa que se adquire nem com 100 anos de prática Any... Acredite, eu me preocupo muito com ele, tanto quanto você apesar de não parecer.
Any: E como consegue fazer isso? Como consegue ficar tão calmo?
Ucker: Porque é o que o Poncho quer. - respondeu e não entendi. - Era disso que eu queria falar com você. Poncho não precisa e não quer mais uma pessoa chorando por causa dele, já basta a Manuela pra fazer isso e eu sei que ele não quer que você, eu, Chris ou Dulce choremos por ele também, ele quer nos ver alegres, brincando com ele, quer que sejamos fortes pra que assim ele consiga ser forte também... Ele está realmente apaixonado por você, então pense em como ele vai ficar mal se te vir assim... Você vai precisar ser forte Any, por você e porque é o que ele quer de você... Ele te ama justamente por não tê-lo encarado com pena, por tê-lo tratado como qualquer outra pessoa e você vai ter que continuar com isso a partir de agora.
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Uma Lição de Amor ✔
FanfictionAnahí e Alfonso, dois pacientes de um mesmo hospital se conhecem de uma forma pouco convencional. Ela dá entrada após uma tentativa de suicídio. Ele com problemas sérios de coração, está em tratamento e aguarda um transplante. Após uma doaçã...